Por Memória Globo

Memória Globo

Conversas e análises sobre os acontecimentos que passavam na televisão. Desde menino, Edimilson Ávila viveu o universo da notícia. Filho do jornalista Rubens Ávila e da dona de casa Maria Aparecida Buqueira Ávila, logo cedo tomou gosto pela profissão do pai, que era editor-chefe de jornalismo em uma emissora local. Mesmo antes de se formar em jornalismo, em 1990, atuava como cinegrafista em emissoras de TV no interior do Paraná.

Eu já entendia como funcionava o meio, mas como precisava me formar primeiro, comecei como cinegrafista. Foi importante entender esse lado porque o trabalho só rende em equipe.
EXCLUSIVO: entrevista do jornalista Edimilson Ávila ao Memória Globo sobre o programa Globo Comunidade.

EXCLUSIVO: entrevista do jornalista Edimilson Ávila ao Memória Globo sobre o programa Globo Comunidade.

Início de carreira

A carreira mesmo começou em uma afiliada da TV Bandeirantes, em Londrina. Depois Edimilson trabalhou como freelancer na TV Coroados, então afiliada da Globo. Em 1991, foi para Blumenau, onde ficou por um ano, já como repórter da RBS. Trabalhou na EPTV, em São Carlos, no interior de São Paulo, e na TV Gazeta, em Vitória, no Espírito Santo – afiliada da Globo -, onde ficou dois anos. Em seguida, foi convidado para trabalhar na Globo Minas. “Mas, quando me mudei para Minas, fiquei doente. Havia passado uns anos sem férias, então, estava um pouco estafado e decidi sair para me tratar. Tive um período difícil. Quando terminou o tratamento, estava bem, me chamaram novamente para a TV Gazeta, onde fiquei mais dois anos”, conta. A contratação para a Globo aconteceu em 1995, quando, ainda trabalhando na afiliada, Edimilson foi cobrir férias de um repórter na Editoria Rio. “O Evandro Carlos de Andrade, então diretor de Jornalismo, estava assistindo ao Bom Dia Rio, viu uma matéria minha e perguntou: ‘Quem é este?’ Aí, falaram: ‘Ele é de uma afiliada.’ E ele disse: ‘Então, contrata.’ E foi assim que eu entrei na Globo”, relembra.

O cotidiano da cidade e das comunidades passaram a ser tema constante da vida profissional de Edimilson. Naquela época, os repórteres, cinegrafistas e produtores entravam nas favelas com mais facilidade. Ao longo do tempo, a situação mudou. A criminalidade ficou cada vez mais pesada. ” E aí você tem que descobrir novas formas de atender e dar voz a essas pessoas, mostrando os problemas, não achando que isso é menor. Se falta água em um determinado bairro, você está ali para ouvir e cobrar providências das autoridades responsáveis”, analisa.

Relatar os problemas de moradores das diversas regiões metropolitanas motivou projetos como o RJTV na Baixada e o RJTV nos Bairros, nos quais Edimilson teve grande participação . “O Renato Ribeiro, que era o meu chefe nessa época, tem um olhar bom para isso. Para o RJ na Baixada, o primeiro passo foi montar uma base em Duque de Caxias. O jornal era ancorado de lá”, conta.

Com a evolução da tecnologia, o RJTV passou a ter uma redação que podia se movimentar de um lugar para outro e entrar ao vivo: o RJ Móvel.  A proximidade com as comunidades proporcionou momentos cruciais na carreira do repórter.  “Você cria um vínculo com os moradores que encontram em você a última forma de conquistar o que eles precisam. Em uma das matérias que fiz, havia um senhor de 80 anos chorando porque a água chegou pela primeira vez na casa dele, depois de 40 anos carregando água de um poço que ficava lá embaixo, na comunidade. Quando um senhor chora na sua frente, é muito duro. E você vê que vale a pena todo o esforço”, conta.

O tema da mobilidade urbana também passou a ser recorrente para o repórter. Foram diversas as séries tratando do sistema de transporte exibidas no RJTV, entre elas, Passageiro Cidadão e Rio Engarrafado. Para a série JN nas Estradas, do Jornal Nacional, o repórter cruzou o país mostrando situações de risco nas rodovias. “Foi fazendo essas séries que eu tomei gosto pelo assunto. E me lembro muito delas porque nós ganhamos vários prêmios. Hoje cuido dos assuntos ligados a transportes e trânsito no Rio de Janeiro”, relata.

— Foto: Globo

Outras séries importantes também foram incluídas no currículo do repórter, como SOS Paraíba, na qual a equipe navegou pelo Paraíba do Sul contando a história do rio, denunciando a poluição e o assoreamento e mostrando como vivem populações que dependem dessas águas para viver. “Lembro de pescadores contando que antes viviam da pesca, mas estavam tendo que procurar outras formas de ganhar o seu sustento, porque foram notando como a natureza está cobrando as agressões que foram feitas ao longo do tempo”, comenta.

Na série Cem Anos de Segurança no Rio de Janeiro, Edimilson mostrou a escalada da criminalidade.  “É uma série super importante, que conta como a estrutura foi criada, como a violência foi crescendo e como fomos combatendo. Mostramos a violência que sobe o morro quando a gente para de combatê-la naquela área.” 

Foi a violência que fez Edimilson ter a primeira oportunidade de ver seu trabalho exibido no Jornal Nacional, quando ainda trabalhava na afiliada do Espírito Santo. Uma rebelião em um presídio de Vitória alarmou o país. “O presídio foi dominado pelos presos. E a situação ficou mais grave com a briga entre facções: eles jogavam os corpos para fora do presídio. Foi uma situação horrorosa, mas foi minha primeira vez no JN”, relembra.

Edimilson Ávila — Foto: Acervo/Globo

A participação oficial no Jornal Nacional foi em 2001, quando o repórter viajou para o Maranhão. Edimilson ficou mais de um ano como responsável pela cobertura dos assuntos de interesse nacional. Uma temporada de trabalho intenso, em um período em que as atenções estavam voltadas para a política da região. “Eu estava lá no momento em que Roseana Sarney era credenciada a ser pré-candidata à Presidência da República e a Polícia Federal encontrou dinheiro na empresa do marido dela, mais de um milhão de reais. Virou uma crise no país inteiro. Eram várias reportagens, a todo momento, falávamos da investigação desse dinheiro, até que Roseana declarou que não seria mais candidata”, conta.

A realização dos Jogos Pan-Americanos, em 2007, no Rio de Janeiro, serviu como um divisor de águas na carreira de Edimilson Ávila. Responsável pelas reportagens sobre o trânsito na cidade no período dos jogos, o repórter se aprofundou no tema e ficou à frente do projeto que, mais tarde, daria origem ao Radar, o noticiário sobre a mobilidade dos cidadão na cidade. “Começamos a discutir algumas ideias: o departamento de arte se envolveu para sugerir soluções estéticas. Tínhamos as câmeras da Prefeitura, fizemos um acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, e aí nasceu o Radar. A minha carreira deu uma mudada a partir daí, com a criação do Radar, que nem tinha esse nome ainda”. O projeto deu tão certo que foi levado para São Paulo, Minas Gerais e Brasília. No Rio, ganhou nova dimensão e passou a ser exibido diariamente, no Bom Dia Rio e nas duas edições do RJTV.

Com a experiência adquirida, Edimilson, ainda à frente do Radar, foi convidado, em 2009, a ser também comentarista do RJTV. “Topei a empreitada de falar sobre a cidade, de ter esse olhar não só dos transportes, mas de tudo que envolve mobilidade, saneamento, enfim, sustentabilidade. Estou cada vez mais ligado nesses temas: converso com secretários, prefeito, para saber o que acontece e para cobrar deles também”, conta.

Uma das vezes em que Edimilson sentiu a força do serviço prestado à população foi em 2010, após uma madrugada de tempestade na cidade. “A cidade amanheceu debaixo d'água e, às cinco e meia da manhã, o prefeito me ligou: ‘Edimilson, pelo amor de Deus, fala para ninguém sair de casa. A cidade está alagada, ninguém pode sair de casa’. O prefeito da cidade do Rio de Janeiro viu o Radar como seu canal de comunicação”, se felicita.

Em 2012, as participações do repórter no Globo Comunidade, que eram esporádicas, foram revistas. Edimilson assumiu a apresentação e chefia de edição do jornalístico. “É um espaço em que levamos bastante informação, dicas, assuntos importantes para todos. Fazemos programas mais leves, como os de carnaval. Quanto à área policial, também estamos sempre presentes. As ocupações nos morros do Rio de Janeiro têm acontecido sempre de manhã, no domingo. Neste caso, o Globo Comunidade também pode estar, neste momento, ao vivo transmitindo as ações para a instalação da UPP. Na ocupação da Maré, ficamos três horas ao vivo em um Globo Comunidade especial. É muito bacana estar presente nesses momentos importantes para a cidade”, comenta.

Edimilson Ávila segue como comentarista e repórter do RJ1, fazendo reportagens também para outros telejornais do Rio de Janeiro.

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