Por Memória Globo

Frame de vídeo/Globo

Dilea Frate é descendente de italianos,  Seu pai, Alberto, era gerente de uma fábrica de fogões, e sua mãe, Delma, dona de casa. Na década de 1970, chegou a estudar cinema, mas decidiu trocar o curso pela faculdade de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP, na qual se formou.

Início da carreira

Dilea começou sua carreira profissional como estagiária no Diário de S. Paulo. Seu primeiro emprego como repórter foi no Diário Popular. Em seguida, foi contratada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Dilea também teve uma rápida passagem pela editora Abril antes de começar a trabalhar na Globo São Paulo, em 1977, já como editora. Fez parte da equipe do 'Jornal Nacional' e do 'Jornal das Sete', antigo telejornal local exibido às 19h.

Em São Paulo, Dilea acompanhou uma série de mudanças no jornalismo da emissora, inclusive a transição do filme para o videoteipe. “Peguei a transição da moviola, quando o editor via o filme em preto e branco, o negativo do filme. Você fazia o texto em cima do negativo, depois ia ver aquilo no ar. Não tinha essa coisa de olhar imagem”, lembra em depoimento ao Memória Globo.

Mudança para o Rio de Janeiro

Em 1980, Dilea Frate transferiu-se para a Globo Rio, onde manteve o cargo de editora do 'Jornal Nacional'. Participou de coberturas marcantes nesse período, como a da primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil, ainda em 1980.

Leda Nagle e Diléa Frate na redação do Bom Dia Rio, 1983 — Foto: Lúcio Marreiro/Agência O Globo

Em 1982, integrou a equipe da emissora enviada para cobrir a Copa do Mundo na Espanha. De volta ao Brasil, participou da cobertura das primeiras eleições diretas após o regime militar, para governador do Estado. Em 1985, integrou a equipe de jornalismo mobilizada para a cobertura da doença e, em seguida, da morte de Tancredo Neves. Além da cobertura diária, trabalhou na equipe que preparou um 'Globo Repórter' especial sobre a trajetória do então presidente eleito.

Dilea Frate fez parte da equipe responsável pela criação de telejornais como o 'Bom Dia Rio' e o 'Jornal da Globo', que inovou ao contar com comentaristas como Paulo Francis e Paulo Henrique Amorim na própria bancada do telejornal. Jô Soares, com quem a jornalista formaria uma sólida parceria na Globo, fazia os comentários humorísticos.

Diléa Frate com Armando Nogueira e Alice-Maria — Foto: Acervo/Globo

Ainda nos anos 1980, como responsável pela editoria de Criação, participou da elaboração de novos quadros e formatos para os produtos jornalísticos da emissora. Para o 'Fantástico', por exemplo, foram pensadas as reportagens de aventura da repórter Glória Maria. É também nessa época que alguns telejornais passaram a contar com a participação de cartunistas. Em 1986, foi a responsável pelo projeto Copa 86, série de programas diários que fazia um resumo do campeonato mundial de futebol, realizado no México.

Dilea Frate deixou a Globo pela primeira vez em dezembro 1986. Implantou o talk-show 'Jô Soares Onze e Meia' no SBT, onde ficou por mais de 11 anos. Voltou a trabalhar na Globo em 2000, quando estreou na emissora o 'Programa do Jô', do qual foi roteirista e redatora até dezembro de 2008, quando deixou a emissora.

Livros

Jornalista e escritora, Dilea Frate publicou alguns livros: 'Procura-se Hugo' (1994), 'Histórias para Acordar' (1996), 'Fábulas Tortas' (2007) e 'Bolhas' (2010), 'A menina que carregou o mar nas costas' (2013), 'Quem contou? '(2014) e 'Piqui e uma aventura além da mata' (2015). O primeiro teve sua adaptação para o teatro a cargo da própria autora. 'História para Acordar', premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte em 1996, recebeu a menção honrosa da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).

Depoimento de Dilea Frate ao Memória Globo, 2004 — Foto: Frame de vídeo/Globo

FONTE:

Depoimento concedido ao Memória Globo por Dilea Frate em 15/03/2004.
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