Por Memória Globo

Renato Velasco/Memória Globo

Dulcilene Moraes, a Dhu Moraes, nasceu em Vila Nova de Itambi, distrito de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro. Filha da dona de casa Estelita dos Santos Moraes e do lavrador Ponciano Luiz de Moraes, cresceu em uma casa cheia, com nove irmãos, e iniciou sua carreira artística conciliando estudo, trabalho e as apresentações do grupo de baile Escarlates, para o qual entrou aos 16 anos como uma das cantoras. Quando estava cobrindo as férias da babá dos filhos da psiquiatra Vera Dias, amiga da família que gostava de ouvi-la cantar, conseguiu que ela a indicasse para um teste com Paulo Afonso Grisolli, para o musical Alice no País Divino-Maravilhoso, que tinha vários autores, entre os quais o próprio Grisolli e Sidney Miller. Aprovada, passou quatro meses ensaiando o dia todo, até estrear em 1970. Ao seu lado, no elenco, estavam Betina Viany, Tamara Taxman e Milton Gonçalves, que substituiu Grande Otelo. Como Milton Gonçalves dirigia ao mesmo tempo a novela Irmãos Coragem, de Janete Clair, ele deu a Dhu Moraes a chance de ter sua primeira participação na TV, no papel de Leninha, empregada da personagem de Regina Duarte.

É difícil, em geral, para o ator negro. Dificilmente ele faz um personagem médico, advogado. Eu fico muito feliz, me sinto muito honrada por ter feito personagens que fazem parte de uma trama, que têm uma história, que têm uma vida.

Dhu Moraes no Programa Conversa com Bial, 2018 — Foto: Fabio Rocha/Globo

Início da carreira

Assim começava uma trajetória que experimentou grande impulso com o sucesso de As Frenéticas, grupo musical que ganhou disco de ouro com seu primeiro LP, formado em 1976 por Dhu Moraes e outras cinco integrantes. Com a projeção alcançada, a múltipla atriz cantou e dançou em shows, trabalhou em dezenas de peças, novelas e minisséries, divertiu telespectadores com sua veia cômica e viveu papéis densos, construindo uma rica carreira com muitos amigos e o reconhecimento do público.

Depois da estreia como atriz, em 1970, a atriz foi escolhida para papéis nos musicais Hair (1971), dirigida por Ademar Guerra; Pobre Menina Rica (1972), convidada por um dos autores, o cantor e compositor Carlos Lyra; e na peça Mais Quero um Asno que me Carregue que um Cavalo que me Derrube (1974), de Carlos Alberto Soffredini. “Em Pobre Menina Rica, conheci a Sandra Pêra, aí fomos fazer o Jesus Cristo Superstar juntas. Ela passou a me ligar sempre que havia um teste, ela e Betina Viany, e foi assim que eu fiz também Calabar e Missa Leiga”, conta.

Em paralelo ao trabalho de atriz, Dhu Moraes seguia a carreira de cantora, com o grupo As Sublimes, que fazia parte do coral do Globo de Ouro, programa que apresentava as músicas mais tocadas no país. Nessa época, Nelson Motta decidiu abrir a discoteca Frenetic Dancin’ Days, na Gávea, bairro carioca, e pediu a Sandra Pêra que reunisse mulheres bonitas e interessantes para trabalhar lá. A ideia em um primeiro momento era que as moças dessem charme ao lugar, mas o grupo formado também por Edyr Duque, Leiloca Neves, Lidoka Martuscelli, Regina Chaves e Sandra Pêra convenceu Nelson Motta a promover uma participação musical com elas.

As frenéticas

Assim começava uma trajetória que experimentou grande impulso com o sucesso de As Frenéticas, grupo musical que ganhou disco de ouro com seu primeiro LP, formado em 1976 por Dhu Moraes e outras cinco integrantes. Com a projeção alcançada, a múltipla atriz cantou e dançou em shows, trabalhou em dezenas de peças, novelas e minisséries, divertiu telespectadores com sua veia cômica e viveu papéis densos, construindo uma rica carreira com muitos amigos e o reconhecimento do público.

Depois da estreia como atriz, em 1970, a atriz foi escolhida para papéis nos musicais Hair (1971), dirigida por Ademar Guerra; Pobre Menina Rica (1972), convidada por um dos autores, o cantor e compositor Carlos Lyra; e na peça Mais Quero um Asno que me Carregue que um Cavalo que me Derrube (1974), de Carlos Alberto Soffredini. “Em Pobre Menina Rica, conheci a Sandra Pêra, aí fomos fazer o Jesus Cristo Superstar juntas. Ela passou a me ligar sempre que havia um teste, ela e Betina Viany, e foi assim que eu fiz também Calabar e Missa Leiga”, conta.

Em paralelo ao trabalho de atriz, Dhu Moraes seguia a carreira de cantora, com o grupo As Sublimes, que fazia parte do coral do Globo de Ouro, programa que apresentava as músicas mais tocadas no país. Nessa época, Nelson Motta decidiu abrir a discoteca Frenetic Dancin’ Days, na Gávea, bairro carioca, e pediu a Sandra Pêra que reunisse mulheres bonitas e interessantes para trabalhar lá. A ideia em um primeiro momento era que as moças dessem charme ao lugar, mas o grupo formado também por Edyr Duque, Leiloca Neves, Lidoka Martuscelli, Regina Chaves e Sandra Pêra convenceu Nelson Motta a promover uma participação musical com elas.

Vinicius Para Criança - A Arca de Noé: As Frenéticas

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Arca de Noé II: As Frenéticas

Arca de Noé II: As Frenéticas

Chico Anysio

Em 1981, Dhu Moares pôde mostrar ainda mais sua veia cômica em Chico Total. Como Das Mercês, tornou-se uma das mucamas de Pai Painho, personagem de Chico Anysio, em companhia de sua irmã Dirce, que fazia a Dos Anjos, e da frenética Edyr, a Das Dores. Com Chico Anysio, voltaria a trabalhar como a namorada do personagem Azambuja; na Escolinha do Professor Raimundo, fazendo três personagens, de 1991 a 1995 – Baunilha, Dona Maria Menina e Dona Branca; e, em 1999, no episódio Só o Amor Destrói, de O Belo e as Feras, quando esteve ao lado de Regina Duarte. “A criatividade, o improviso dele, ele te estimulava. Eu aprendi muito com o Chico, uma das grandes escolas da minha vida. Foi um mestre”, pontua.

No mesmo ano em que começou a trabalhar em Chico Total, a atriz participou, com As Frenéticas, do especial infantil A Arca de Noé II, dirigido por Augusto César Vannucci. Apesar de a sensualidade ser uma marca registrada do grupo, as crianças gostavam das músicas e se identificavam com a alegria e a irreverência das letras. Tanto que As Frenéticas haviam participado de outro especial com direção de Vannucci, Vinicius para Criança – A Arca de Noé (1980).

Novelas e minisséries

A volta de Dhu Moraes à dramaturgia em TV aconteceu em 1985, na minissérie Tenda dos Milagres,de Aguinaldo Silva. No papel de Rosa de Oxalá, era uma mulher à frente do seu tempo. Apaixonada por Pedro Arcanjo, personagem de Nelson Xavier, tinha uma filha com Jerônimo, vivido por Cláudio Marzo. Novamente dirigida por Grisolli, que a lançou no teatro, viajou para Feira de Santana (BA) onde a minissérie foi gravada. Ainda em 1985, Dhu Moraes fez uma participação especial em Roque Santeiro, de Dias Gomes, e, em 1986, foi a Maria das Dores de Sinhá Moça, de Benedito Ruy Barbosa: “A história da novela era maravilhosa, mas muito sofrida. Ave-Maria, essa coisa de olhar o dente da pessoa. Agora eu assisti a Raízes e fiquei lembrando, voltei na cena, porque eu vivi aquela cena. O Selton Mello eu conheci com nove aninhos de idade, ele fez meu filho”.

No SBT, convidada por Roberto Talma, trabalhou em O Direito de Nascer, novela cubana adaptada por Aziz Bajur e Jayme Camargo. Para participar das gravações, teve que praticamente se mudar para São Paulo. Feliz pelo papel de Mamãe Dolores, uma personagem importante na trama, demorou a ver sua atuação no ar, pois a produção, independente, ficou arquivada quatro anos e só foi exibida em 2001.

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No sítio

O Sítio do Picapau Amarelo entrou em sua vida também em 2001. Com dúvidas iniciais para fazer a Tia Nastácia, pela série de shows agendados para As Genéricas, grupo formado por ela, Edyr, Lidoka e três novas integrantes, conseguiu conciliar os compromissos e deu uma roupagem diferente a um dos personagens-ícone de Monteiro Lobato. “Eu pensei o seguinte: vou fazer a minha mais alegre, mas, talvez, um pouquinho mais ranzinza, porque a outra era só doce. Vou fazer uma Nastácia um pouco mais serelepe, não jovial, mas um pouquinho mais animadinha. E aí fui por esse caminho”, conta.

No Sítio, ficou até 2006. Uma das cenas mais emocionantes nesse período foi a aparição de São Jorge para a Tia Nastácia. A atriz ficou emocionada, pela fé da personagem, que havia sido enganada por um falso santo e acaba recebendo mesmo a visita de São Jorge, vivido por Herson Capri.

Walcyr Carrasco

De volta às novelas, Dhu Moraes interpretou a Dirce de Caras & Bocas (2009), de Walcyr Carrasco. Sua personagem guardava um segredo ao longo da trama, o fato de seu filho ter como pai biológico o patrão, e não o marido. Do mesmo autor, a atriz fez Morde & Assopra, em 2011, quando como dona de um hotel pôde contracenar com um grande amigo, Mauro Gorini, seu marido na história. E Êta Mundo Bom!, em 2016, como a Manoela, personagem do núcleo mineiro da trama.

Nesse meio tempo, a atriz havia participado de outra novela, Cheias de Charme (2012), de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, no papel de Valda. Acompanhando a saga de empregadas domésticas que formam um grupo e se tornam estrelas da música, revisitou um pouco a sua história pessoal. Uma das Empreguetes, nome do grupo, era Isabelle Drummond, com quem Dhu Moraes voltou a contracenar em seu trabalho mais recente na Globo, a novela de época Novo Mundo (2017), de Thereza Falcão e Alessandro Marson. Como a escrava Idalina, a atriz protagonizou uma cena de impacto e emoção, ao ser açoitada em praça pública.

Teatro e cinema

No cinema, Dhu Moraes fez participações em filmes como Linda de Morrer (2015), de Cris D’Amato, e Apaixonados (2016), de Paulo Fontenelle. No teatro, além das peças em que atuou no início da carreira, como Alice no País Divino-Maravilhoso e Hair, importantes para sua consolidação profissional, a atriz destaca Divina Elizeth (2008), de João Falcão, por ter tido a chance de, na condição de uma das cinco atrizes e cantoras que representaram Elizeth Cardoso, homenagear uma diva da música brasileira.

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