Por Memória Globo


Abertura do telejornal SPTV (2018).

Abertura do telejornal SPTV (2018).

Período: 03/01/1983 – 1990; 1996 – NO AR | Dias e horários: segunda a sábado, 12h (primeira edição) e 19h10 (segunda edição)

O 'SPTV' é um telejornal local que contempla a região metropolitana de São Paulo e vai ao ar em duas edições, com perfis distintos.

A primeira, às 11h45, dura uma hora e, além de fazer a cobertura das notícias do dia, conta com entrevistas no estúdio e a participação de comentaristas. Direcionado à prestação de serviços à população, o 'SP1' (antigo 'SPTV - 1ª Edição') também cobra das autoridades a resolução de problemas que afetam o dia a dia dos cidadãos, marcando na 'Agenda do SPTV' o prazo para que as situações sejam resolvidas.

O 'SP2' (antigo 'SPTV – 2ª Edição') vai ao ar às 19h10 e tem duração de 30 minutos. Concentra-se nos factuais da tarde e início da noite, neste último caso atualizando as informações com entradas ao vivo. O telejornal conta com boletins de trânsito e a previsão do tempo e complementa notícias importantes exibidas na primeira edição.

Abertura do telejornal SPTV (1998).

Abertura do telejornal SPTV (1998).

Estreia

O 'SPTV' estreou em janeiro de 1983, às 19h48, com o intuito de ampliar o espaço para o jornalismo regional na grade de programação da Globo. Como seus similares em outros estados – Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e Distrito Federal –, o objetivo era conferir maior identidade ao noticiário local, até então incorporado aos telejornais 'Hoje', 'Jornal Nacional' e 'Jornal da Globo'.

Jornalismo de serviço e comentários sobre os fatos mais importantes do dia davam o tom do novo telejornal, que tinha dez minutos de duração e era dividido em três blocos de cerca de três minutos cada. Contava com reportagens ao vivo, notícias sobre esporte, cobertura meteorológica e informações sobre o trânsito no estado. A apresentação era de Antônio Carlos Ferreira, que funcionava como âncora do jornal.

A TV Bauru permanecia em rede com a Globo nos dois primeiros blocos e gerava sozinha o terceiro, com noticiário específico sobre a região. Os editores do 'SPTV' eram Paulo Matiussi, Horácio Marana, Marco Antônio Moraes e Antônio Ferreira. Dante Matiussi era o subeditor regional de São Paulo e a edição regional era de Woile Guimarães. A direção dos telejornais comunitários ficava a cargo de Alberico Souza Cruz.

'São Paulo Já'

Seis meses após a estreia, o 'SPTV' ganhou uma edição às 12h40 – com noticiário, entrevistas de estúdio e uma agenda cultural – e a edição noturna passou a entrar no ar mais cedo, às 19h45. A primeira edição foi suspensa em 1989. No ano seguinte, São Paulo começou a experimentar o projeto de jornalismo comunitário chamado 'São Paulo Já'. O telejornal, exibido em duas edições, estreou no espaço antes ocupado pelo 'SPTV' à noite – que foi extinto – e pelo 'Jornal Hoje', que deixou de ser exibido em São Paulo na época.

O 'São Paulo Já' serviu como ensaio para o novo padrão de jornalismo pretendido pela Globo para as suas emissoras. A intenção era fortalecer o noticiário local e aumentar a participação ao vivo das equipes de reportagem.

'SPTV 3ª Edição'

O 'SPTV' teve uma terceira edição, que foi ao ar entre setembro de 1983 e março de 1989, logo após o Jornal da Globo. O 'SPTV – 3ª Edição' era dividido em dois blocos: o primeiro, reservado à cobertura dos fatos ocorridos depois da segunda edição, atualizando o noticiário do fim de noite; o segundo, contava com colunas de esporte, política, economia e cultura. Os colunistas, acionados de acordo com a necessidade, davam notícias exclusivas e analisavam os acontecimentos de suas respectivas áreas.

A partir de 25 de março de 1984, o telejornal chegou a ser exibido aos domingos, depois do 'Fantástico', ampliando e complementando as notícias divulgadas no programa. Essa edição saiu do ar em 21 de junho de 1987.

ANOS 1990

A partir de 1996, o 'São Paulo Já' mudou de nome e voltou a se chamar 'SPTV.' Sandra Annenberg estreou como apresentadora e editora-executiva do 'SPTV- 1ª Edição', que tinha como editor-chefe, o jornalista Fabbio Perez. Quem assumiu a bancada do 'SPTV – 2ª Edição' foi Carlos Nascimento.

Carla Vilhena substituiu Sandra Annemberg à frente do 'SPTV – 1ª Edição' em 1997, acumulando as funções de apresentadora, editora e repórter.

Em 1998, o 'SPTV – 1ª Edição' passou a ter duração média de 40 minutos, com ancoragem de Chico Pinheiro e Mariana Godoy, e teve o noticiário da região metropolitana ampliado. Mais interessadas em atingir suas respectivas comunidades, as emissoras afiliadas em São Paulo deixaram de transmitir o telejornal integralmente e começaram a produzir noticiários voltados para as suas áreas, uma ideia defendida por Amauri Soares, então diretor regional do jornalismo de São Paulo.

Chico Pinheiro e Mariana Godoy passaram a receber especialistas em saúde, defesa do consumidor, emprego e personalidades ligadas a São Paulo para discutir problemas da cidade.

Chico Pinheiro e Mariana Godoy na bancada do SPTV.

Em 1998, Carlos Tramontina e Débora Menezes assumiram a bancada do 'SPTV – 2ª Edição'. Nessa época, Marco Antônio Rodrigues era o editor-chefe das duas edições do 'SPTV'.

Jornalismo comunitário

O 'SPTV – 1ª Edição' foi um dos primeiros telejornais a consolidar o conceito de jornalismo comunitário, voltando-se mais para a população local, com informações sobre os problemas de cada bairro. Uma experiência-piloto, que teve início antes mesmo da inauguração da nova sede da Rede Globo em São Paulo, em 29 de janeiro de 1999.

Amauri Soares, então diretor de jornalismo da Globo São Paulo, conta que o projeto do jornalismo comunitário foi desenvolvido a partir de três pilares: fazer dos telejornais da Globo um canal de comunicação entre as comunidades e as autoridades públicas, criando um espaço para a discussão e busca de soluções de problemas da população; documentar as dificuldades de exercer a cidadania numa região metropolitana grande e populosa como a de São Paulo; e mostrar os hábitos, comportamentos, manias e modismos dos moradores, para que eles se vissem retratados nos telejornais.

Nessa fase, o 'SPTV' abriu espaço para a denúncia de práticas ilegais, permitindo ao público reclamar de órgãos governamentais, empresas e concessionárias de serviços públicos. Logo no primeiro mês, o índice de solução dos problemas apresentados foi alto. Segundo Carlos Henrique Schroder, então diretor de planejamento da CGJ, mais de 90% dos primeiros casos levantados no telejornal, na época, foram resolvidos. Com o sucesso do 'SPTV – 1ª Edição', o mesmo modelo de jornalismo foi aplicado no Rio de Janeiro no ano seguinte, estendendo-se, com o tempo, aos telejornais locais dos demais estados, que também passaram a se dedicar mais a informações sobre cidadania, prestação de serviço e utilidade pública.

Apesar de o jornalismo comunitário estar mais ligado aos telejornais locais, o conceito acabou se ampliando e influenciando também a produção dos telejornais de rede. Alguns casos de denúncia – como o da máfia dos fiscais e o da falsificação de remédios –, que começaram nos noticiários locais, ganharam repercussão nacional, pautando não apenas telejornais de rede, mas também a mídia impressa.

Márcio Canuto no 'SPTV Comunidade': população comemora conclusão de viaduto no Jaraguá (2010) — Foto: Memória Globo

Nos anos 2000, o 'SPTV – 1ª Edição' desenvolveria os quadros SPTV Comunidade, com Márcio Canuto, e adotaria o projeto 'Parceiro do SP', inspirado no 'Parceiro do RJ'.

Gerando empregos

Em 1998, um quadro com ofertas de empregos e estágios foi criado para o 'SPTV – 1ª Edição' em parceria com o Centro de Solidariedade ao Trabalhador, organizado pela Força Sindical. O quadro ajudou a empregar cerca de 80 mil pessoas na Grande São Paulo, em seus dois primeiros anos. Em outubro de 1999, o SPTV começou a divulgar ofertas de estágio do Centro de Integração Empresa/Escola (CIEE). Em dois meses, as reportagens estimularam a abertura de mais de quatro mil vagas e beneficiaram mais de três mil dos nove mil estudantes inscritos. Em junho de 2000, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) também passou a usar o espaço do 'SPTV' para divulgar as vagas disponíveis em seu banco de dados.

Para dar mais agilidade à cobertura, o jornalismo contava com dois Globocops, equipados com quatro microcâmeras e uma câmera especial fixada no bico do aparelho, dentro de uma bolha de sustentação, para garantir que a turbulência do voo não interferisse na qualidade da imagem. Essa câmera podia executar um giro de 360 graus e tinha uma lente capaz de aproximar a imagem em até 66 vezes. Tais recursos foram considerados um diferencial nas coberturas ao vivo, sem a necessidade de deslocamento de caminhão e antena.

Chico Pinheiro e Carla Vilhena em novo cenário do SPTV, 2008 — Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo.

O 'SPTV - 1ª Edição' criou, no ano de 2002, em parceria com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), o Projeto Soluções, que premiou trabalhos universitários sobre temas relativos à Grande São Paulo. Segurança foi o tema da primeira edição. Centro e oitenta e dois trabalhos de universidades públicas e privadas participaram do projeto.

ANOS 2000

César Tralli na bancada do SP TV (23.09.2011) — Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo.

Em 2001, o 'SPTV – 1ª Edição' tinha 50 minutos de duração e ia ao ar às 11h55 com apresentação de Patrícia Poeta, junto com Chico Pinheiro. O 'SPTV – 2ª Edição' ia ao ar às 18h50, com duração média de 17 minutos. Nessa época, Marco Antônio Rodrigues ainda era o editor-chefe das duas edições do telejornal.

Em 2003, Carla Vilhena assumiu a bancada do '1ª Edição', ao lado de Chico Pinheiro. Paulo Roberto Amaral era o editor-chefe do telejornal.

A partir de abril de 2005, o 'SPTV – 2º Edição' passou a privilegiar as reportagens de investigação. Muitas denúncias provocaram respostas imediatas das autoridades. Uma matéria sobre a superlotação nos transportes públicos, de Kelly Varraschim, resultou na intervenção da prefeitura em empresas de ônibus. A reportagem foi exibida em outubro, com direito a uma suíte, em novembro.

Em 2007, a equipe do 'SPTV -1ª Edição' era encabeçada pelo editor-chefe Cláudio Marques e a editora-executiva Leda Pasta. Na bancada permaneciam Chico Pinheiro e Carla Vilhena. 'O SPTV – 2ª Edição' tinha como editor-chefe Paulo Roberto Amaral e o editor-executivo era Paulo D’Arezzo.

Flávia Freire e Carlos Tramontina na bancada do SPTV — Foto: Acervo/Globo

Em 2010, Carla Vilhena foi para o 'Bom Dia São Paulo' e quem assumiu a bancada ao lado de Pinheiro foi Mariana Godoy. Em 26 de novembro de 2011, o jornalista César Tralli passou a ser o único apresentador do 'SPTV – 1ª Edição'. Cinco comentaristas se juntaram à equipe do jornal. Questões do cotidiano, com especial atenção para condomínio, cidadania e defesa do consumidor ficaram a cargo do advogado Marcio Rachkorsky; segurança pública, com o especialista Diógenes Lucca; transporte, com o engenheiro Sergio Eizenberg; desenvolvimento, com o urbanista Kazuo Nakano e a cultura da periferia, com o escritor, apresentador e cineasta Alessandro Buzo. Neste período, Carlos Tramontina assumiu sozinho o 'SPTV – 2ª Edição'.

Após três décadas, as duas edições do 'SPTV' passaram a se chamar 'SP1' e 'SP2', representando uma mudança de posicionamento da marca.

Em outubro de 2021, César Tralli se despediu da bancada do 'SP1' para apresentar o 'Jornal Hoje'. Alan Severiano assumiu a bancada. Emocionado, na despedida, Tralli passou um recado para seu sucessor: "Queria dizer pra você cuidar bem desse jornal tão especial, com essa equipe maravilhosa". Até 2023, a editora-chefe do telejornal era Cristiana Randow.

Em 2022, o 'SP2' também passou por mudanças. Carlos Tramontina deixou a bancada do telejornal e deu lugar a José Roberto Burnier, que vinha da GloboNews. O editor-chefe da edição noturna era, em 2023, Augusto Dolenga.

SP1 40 ANOS

Em julho de 2023 o jornalístico comemorou os 40 anos de sua edição vespertina. De segunda a sábado da primeira semana do mês, o 'SP1' foi apresentado por Alan Severiano de diferentes pontos cidade de São Paulo . Reportagens e entrevistas especiais fizeram parte dos programas temáticos, que trouxeram também notícias importantes e prestação de serviços ao telespectador paulista.

SAIBA MAIS:

FONTES

Boletim de programação da Rede Globo, números: 521, 547, 558, 585, 1002, 1004, 1109 e 1212-Especial; Aldeão, 06/1999, 07/1999, 09/2000, 01/2001; Balanço Social da Rede Globo – 1999; BRISOLLA, Fabio. “Canuto reforça a TV Globo em SP” In: Jornal do Brasil, 08/03/1998; D´ERCOLE, Ronaldo. “Telejornais regionais da Rede Globo vão adotar o modelo comunitário do SP-TV” In: O Globo, 26/06/1999; Espaço Globo, 08/06/2000; FERREIRA, Adriana. “Tudo Azul por detrás da notícia” In: O Globo, 20/01/1993; FRANÇA, Carla. “´SPTV’ investe no popular” In: O Estado de São Paulo, 29/03/1998 ; “Gincana por São Paulo começa hoje no ‘SPTV’” In: O Estado de São Paulo, 10/11/2003; “Globo assina parceria com a CUT para combater o desemprego” In: O Estado de S. Paulo, 04/06/2000; KNEIPP, Valquíria Aparecida Passos. O Critério de Noticiabilidade do SPTV 2º Edição no Caso Covas. Trabalho apresentado ao NP 02 – Jornalismo, do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom; MARSON, Denise. “Personagem Porteiro Zé é o novo comentarista do ‘SPTV’” In Diário de São Paulo, 10/01/2005; MEMÓRIA GLOBO. Jornal Nacional – A Notícia Faz História. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2004; Perfil da Liderança, Edição 2006, 2005, 2004, 2003, 2002; “São Paulo 450 Anos: Globo e Sampa” In: Propaganda & Marketing, 14/07/2003; SCALZO, Mariana. “SP TV muda a partir de março” In: Folha de S. Paulo, 15/02/1998; SOUZA, Ana Claudia. “Fátima Bernardes no JN” In: Jornal do Brasil, 14/03/1998; “Telejornal terá ‘balcão de empregos” In: Folha de S. Paulo, 31/10/1999; http://sptv.globo.com, acessado em 11/2006; Boletim da programação da Rede Globo, 01/09/2009;Boletim da programação da Rede Globo, 22/08/2011; PINHEIRO, Thaís. “SPTV cobiça mais dinamismo” In: O Estado de São Paulo, 25/09/2011; http://g1.globo.com/sao-paulo, acessado em 19/01/2012; vejasp.abril.com.br, acessado em 19/01/2012; Edições do SPTV de 18/11/2019 e 19/11/2019; https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/07/03/sp1-completa-40-anos-em-julho-e-tem-programacao-especial-a-partir-desta-segunda.ghtml
Mais do memoriaglobo
Próxima temporada estreia dia 13/01

Reality show exibido desde 2002, a partir de um formato criado pela produtora holandesa Endemol. Durante três meses, participantes são confinados em uma casa e postos à prova. Cada temporada do programa é exibida diariamente durante cerca de dois meses.

Qual seu preferido? Relembre os 24 vencedores do 'Big Brother Brasil' - Foto: (João Cotta/Globo)
Projeto Resgate

Fernanda Montenegro interpreta a filha de Santos Dumont em trama de Lauro César Muniz

'Zazá' estreia no Globoplay - Foto: (Arley Alves/Globo)
Projeto Fragmentos do Globoplay

Escrita especialmente para Regina Duarte, a novela se baseava na comédia romântica Sabrina Fair, de Samuel Taylor.

Reveja alguns capítulos de 'Carinhoso', com Regina Duarte e Cláudio Marzo - Foto: (Acervo/Globo)
Projeto Originalidade

Beatriz (Gloria Pires), Inês (Adriana Esteves) e Regina (Camila Pitanga) são mulheres diferentes que têm suas vidas ligadas ao lidarem com a ambição e o poder.

'Babilônia' está na íntegra no Globoplay - Foto: (Memória Globo)
Televisão brasileira de luto

O ator e diretor Ney Latorraca nasceu em Santos, São Paulo, em 25 de julho de 1944. Estreou na Globo em 1975 na novela Escalada. Se destacou em novelas e programas  humorísticos. Morreu em dezembro de 2024, aos 80 anos.

O adeus a Ney Latorraca: ator morre aos 80 anos  - Foto: (Eduardo França/Globo)
Canções que marcaram gerações

Programa especial de fim de ano de Roberto Carlos.

Os 50 anos do Roberto Carlos Especial  - Foto: (Acervo/Globo)
Projeto Resgate

Malhação reestreou em maio de 2001 com uma trama mais dramática que o habitual e investindo mais nas campanhas de responsabilidade social.

'Malhação Múltipla Escolha 2001' estreia no Globoplay  - Foto: (Memoria Globo)