Um dos crimes mais famosos do Brasil foi o tema do episódio do ‘Linha Direta Justiça’ do dia 2 de junho de 2005. No Porto de Santos, São Paulo, em 5 de outubro de 1928, o navio Massilia estava sendo carregado para partir em direção à Itália, quando os marinheiros perceberam que uma das malas, em forma de baú, estava suja de sangue. A polícia foi chamada e descobriu que no interior da mala havia o corpo mutilado de uma mulher. O caso ficou conhecido no Brasil e no mundo como o ‘crime da mala’. Além da crueldade do assassinato, a enorme repercussão também se devia à atuação impecável dos investigadores da polícia, que desvendaram o crime em pouco mais de 24 horas.
O corpo era da argentina Maria Féa, casada há cerca de um ano com Giuseppe Pistone, um negociante italiano, com uma condenação por estelionato na ficha criminal. Os dois moravam com o dono de um negócio de vinhos na capital paulista, um parente distante de Pistone e em quem ele planejava aplicar um golpe. Maria Féa escrevera uma carta à mãe, que morava na Argentina, dizendo desconfiar das intenções do marido. Pistone soube da carta e, no dia 4 de outubro, com medo de ser denunciado, matou Maria Féa, que estava grávida de seis meses. No dia seguinte, o assassino comprou uma mala para esconder o cadáver. Para que o corpo coubesse na mala, cortou as pernas da mulher com uma navalha. Em seguida, jogou duas caixas de pó de arroz, para disfarçar o cheiro.
Primeiro bloco do programa 'Linha Direta Justiça' sobre o 'Crime da Mala', 02/06/2005.
Pistone foi condenado a 31 anos de prisão, dos quais cumpriu 16 na penitenciária do estado e no presídio agrícola de Taubaté. Em 1944, durante o Estado Novo, ganhou a liberdade por intermédio de uma autorização do então presidente Getúlio Vargas.
O ‘Crime da Mala’ foi dirigido por Edgard Miranda. No elenco, entre outros, estavam Gabriel Braga Nunes, Lúcio Mauro, Ana Paula Tabalipa e Mário Shoemberger.