Por Memória Globo

Acervo/Globo
A evolução tecnológica no ‘Jornal Nacional’ conta a história da evolução da TV brasileira.
— Fernando Bittencourt, engenheiro que participou dos principais avanços tecnológicos da emissora de 1969 a 2014

O projeto do ‘Jornal Nacional’, liderado por Walter Clark e Boni, com aval de Roberto Marinho, era de sintonizar todo o país em um único canal. Para tanto, era necessário contar com um sistema integrado de micro-ondas, que irradiasse o sinal de TV de Norte a Sul, ao mesmo tempo.

Isso só se tornou possível a partir de março de 1969, quando a Embratel inaugurou uma rota terrestre de sinais ligando Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba por meio de uma sequência de postos repetidores, distantes quase 50 quilômetros um do outro. Cada um captava sinais do posto anterior, amplificava e enviava para o seguinte. Essa rede proporcionou à Globo a capacidade técnica de colocar no ar o primeiro programa verdadeiramente de alcance nacional.

O desafio inicial, portanto, era vencer as dificuldades da transmissão. Os pioneiros que apoiaram a implantação tecnológica do ‘JN’ foram o coronel Wilson Brito, então diretor de Tecnologia da Globo, e os engenheiros Herbert Fiuza e Adilson Pontes Malta.

"O sistema de micro-ondas da Embratel foi o que permitiu ligar todas as grandes cidades brasileiras entre si. Antes de isso ocorrer, não tinha interconexão em televisões. Televisão do Rio transmitia uma coisa, televisão de São Paulo transmitia outra. Para transmissões ao vivo no Rio, você ia com um caminhão, uma unidade de externa, que na época se chamava unidade móvel, em que se montava uma miniestação de televisão”, lembra o engenheiro Herbert Fiuza em entrevista ao Memória Globo.

No entanto, esses canais da Embratel não eram permanentemente abertos à Globo, tampouco funcionavam em duas mãos. Ou se transmitia um programa, ou se transmitia material para fazê-lo. Mediante um acordo comercial, os sinais da Embratel ficavam abertos no horário do ‘JN', mas, fora isso, só era possível o seu uso para transmitir materiais durante a madrugada, quando a demanda era reduzida.

O serviço da Embratel foi fundamental para que a Globo chegasse a outros estados, mas, para a concretização do ideal da rede, era preciso dar um passo além. O primeiro investimento tecnológico da emissora, ao longo da década de 1970, foi a construção de uma infraestrutura de rede própria para viabilizar transmissões ao vivo entre as sedes da Globo no Rio de Janeiro e em São Paulo. Esse esforço inaugurou um modelo que seria seguido de forma permanente no futuro: o de buscar as soluções tecnológicas para uma integração cada vez mais ampla. Depois da rota Rio-São Paulo, passou-se à interiorização do sinal no interior do estado de São Paulo, onde emissoras se associavam à Globo na estrutura de afiliadas.

No livro ‘JN - 50 Anos de Telejornalismo’, Herbert Fiuza reforça que a Globo não fazia transmissões via satélite durante a década de 1970, apenas as recebia. Isso só começou mudar a partir de 1982. Um caminhão era usado como unidade móvel, onde estavam disponíveis três câmeras, controles, monitores e mesas de corte e de som e microfones portáteis. Havia, ainda, um equipamento de micro-ondas, que permitia a transmissão de qualquer lugar. “Parávamos o carro; saíamos com a antena parabólica de mais de um metro de diâmetro, em um tripé; alinhávamos com a torre; fazíamos a conexão, recebíamos o sinal; confirmávamos tudo por rádio e fazíamos a transmissão ao vivo. Não se gravava na rua, só em estúdio”, lembra.

Em 1982, a Globo, já com cinco emissoras próprias – Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Brasília – e 36 afiliadas, introduziu o uso de satélite e investiu na montagem de antenas em diversos pontos do país. O novo meio era mais confiável e dava agilidade ao jornalismo, na medida em que possibilitava a divulgação de notícias de forma imediata e instantânea. A ideia de rede nacional finalmente se efetivava.

Herbert Fiuza e a engenheira Liliana Nakonechnyj ficaram responsáveis pelo projeto de substituir a rota terrestre pelo sinal de satélite. Foram compradas e instaladas antenas em todas as afiliadas da Globo. Devido a essa tecnologia, a Globo pôde transmitir, pela primeira vez, a Copa do Mundo de futebol para todos os cantos do Brasil, simultaneamente.

“A primeira parábola que entrou em funcionamento foi na fronteira do Brasil, em Guajará-Mirim. (...) A Copa do Mundo sempre foi um evento em que foram experimentadas novas tecnologias, então só Guajará-Mirim recebeu a Copa do Mundo em 1982 via aquele satélite da Globo. As outras cidades do Brasil recebiam direto a Copa do Mundo via Embratel, porque a Embratel já captava os satélites internacionais”, explica a engenheira Liliana Nakonechnyj em entrevista ao Memória Globo.

“Compramos as antenas, alugamos os transponders – dispositivos de comunicação usados para receber, amplificar e retransmitir um sinal – e fizemos a instalação das antenas em todas as afiliadas da Globo. Havia, ainda, outro desafio. A Globo estava se preparando para transmitir a Copa do Mundo da Espanha, em 1982, com exclusividade. Parte da equipe estava dedicada a esse evento. Mas eu tinha um grupo trabalhando na nova forma de transmissão. Conseguimos entrar no ar, via satélite, em setembro de 1982, com o ‘Jornal Nacional’, que podia ser visto de qualquer lugar do Brasil”, complementa Herbert Fiuza no livro ‘JN - 50 Anos de Telejornalismo’.

De 1984 para 1985, a Embratel deixou de usar o satélite Intelsat e lançou o Brasilsat. E foi uma mudança e tanto. A partir de então, a transmissão passou a ser feita para o Brasil todo usando um satélite nacional e tornou-se possível fazer transmissões internacionais, em vez de só receber do exterior.

Passado o primeiro desafio de montar a rede, chegava a hora de investir em tecnologia para dar mais agilidade e mobilidade à captação e transmissão da informação, características caras ao jornalismo de televisão. A Globo sempre desenvolveu uma série de ferramentas e sistemas de apoio ao trabalho dos jornalistas e profissionais envolvidos na tarefa de levar a notícia ao ar.

Jornalismo em película e a chegada da cor

Não existe telejornalismo sem boas imagens. As câmeras, assim como as tecnologias de transmissão de sinal, evoluíram com o tempo. As primeiras reportagens do ‘JN’, por exemplo, foram feitas com filme usado no cinema, o 16mm. Quando chegavam aos estúdios, as filmagens de entrevistas e matérias jornalísticas tinham que ser reveladas em laboratórios e montadas em moviolas antes de serem exibidas por projetores. Todo esse processo demandava muitas horas para ser concluído, às vezes um dia inteiro.

As equipes de reportagem ensaiavam suas matérias antes de filmá-las para consumir a metragem disponível da película. Além disso, o resultado final da gravação só era verificado após a revelação nos laboratórios na sede da emissora.

O trabalho era penoso, e o editor tinha que administrar um conjunto de comandos e máquinas. O áudio era gravado separadamente, os créditos eram em Letraset, um sistema de decalques transferidos para uma cartela. Nessa época, apenas a dramaturgia e os programas de entretenimento usavam o videoteipe (VT). Não existia VT portátil. Os equipamentos de gravação eram pesados e não permitiam o dinamismo necessário à reportagem de rua.

“As matérias ‘ao vivo’, fora do estúdio, eram raríssimas, pois necessitavam da locomoção de carros enormes equipados com câmeras de estúdio e micro-ondas para realizar o link com a emissora, o chamado ‘carro de externa’. Devido ao custo e ao tempo necessários para produção das matérias, grande parte delas eram somente lidas pelo apresentador, sem a cobertura ilustrada. Tudo era exibido em preto e branco, pois a TV a cores só se difundiu no início da década de 1970”, lembra o engenheiro Fernando Bittencourt no livro ‘JN - 50 Anos de Telejornalismo’.

No início dos anos 1970, o jornalismo da Globo começou a usar uma câmera de cinema chamada CP, iniciais do seu fabricante norte-americano Cinema Products. As CPs tinham a vantagem de gravar as imagens e registrar os sons. Eram também menores e mais leves do que as usadas até então. Podiam ser carregadas no ombro e não precisavam da cangalha – artefato acolchoado para apoiar a câmera. O operador de áudio não tinha mais que transportar o gravador de som, grande e pesado.

“Em 1974, iniciamos o jornalismo eletrônico com uso de câmeras e videoteipes portáteis em substituição às câmeras de filme. A nova tecnologia permitiu grande agilidade na operação. A fita chegava ao estúdio e ia direto para edição eletrônica, e a matéria ficava pronta para ser exibida. A reedição da reportagem era muito rápida e sem custo, diferentemente da película usada até então. Os repórteres tinham como avaliar suas matérias e regravá-las se necessário”, explica o engenheiro Fernando Bittencourt no livro ‘JN - 50 Anos de Telejornalismo’.

A cor chegou à televisão brasileira em 1972. A Embratel foi a responsável pela transmissão oficial. Pela primeira vez, o Brasil assistia, em cores, à Festa da Uva, em Caxias, no Rio Grande do Sul. A partir de 1973, as reportagens do ‘Jornal Nacional’ passaram a ser regularmente feitas em filme colorido, como a que mostrava os funerais do senador Filinto Muller, em julho.

Teleprompter

O jornalismo da Globo começou a usar o teleprompter, aparelho que fica abaixo da câmera e que projeta o texto para o locutor, em 1971. O equipamento permite ao apresentador ler a notícia com mais naturalidade, olhando diretamente para o telespectador. Nas primeiras versões, era eletromecânico e dependia de um operador para rodar o texto impresso em uma bobina.

Quando o teleprompter chegou à emissora, ninguém sabia direito como funcionava e, na montagem, os técnicos instalaram o aparelho sobre a câmera e se esqueceram de colocar os espelhos que permitiam que o texto fosse projetado na altura dos olhos dos locutores. Os apresentadores sofreram muito até que o erro fosse percebido. Ouviram muitas reclamações da chefia, que não entendia por que não era possível uma leitura natural como a dos apresentadores norte-americanos.

Entrevista exclusiva do apresentador Cid Moreira ao Memória Globo, em 22/03/2000, sobre a chegada do teleprompter na Globo, em 1971.

Entrevista exclusiva do apresentador Cid Moreira ao Memória Globo, em 22/03/2000, sobre a chegada do teleprompter na Globo, em 1971.

O teleprompter foi exatamente para você prender o telespectador pelo olhar, porque é no olhar que tudo começa.
— Armando Nogueira, então diretor de Jornalismo da Globo

Chroma-key

A chegada da cor ao ‘Jornal Nacional’, em 1972, trouxe muitos desafios técnicos. Um deles foi o uso do chroma-key. No 'JN’, em várias ocasiões, o azul do chroma passou para os cabelos grisalhos do apresentador Cid Moreira. Para tentar solucionar dificuldades desse tipo, foi feita uma série de seminários para os técnicos e iluminadores da Globo. Foi sugerido que se mudasse o tom de azul do chroma e que os apresentadores não usassem camisas brancas e ternos de cores que pudessem se misturar com o azul.

ENG – O Jornalismo Eletrônico

Em 1976, a Globo inaugurou o Eletronic News Gathering (ENG), pequenas unidades portáteis – dotadas de câmeras leves e sensíveis, transmissores de micro-ondas, videoteipes e sistemas de edição – que permitiam o envio de imagem e som direto do local do acontecimento para a emissora. A tecnologia eliminou o tempo gasto com revelação de filmes e facilitou a vida do repórter cinematográfico.

A adoção do ENG, aliada a sistemas de edição lineares com duas ou três máquinas de videoteipe no formato U-Matic, eliminou a perda de tempo com revelação de filmes, facilitou a edição e possibilitou regravar matérias em caso de erros. De olho no monitor, o repórter cinematográfico passou a ter a chance de identificar um erro quando ainda estava na rua e refazer a tomada. Antes, os equívocos só eram vistos na emissora, depois da revelação. Essa mudança de comportamento, no entanto, não foi tão rápida. No início da década de 1980, cerca de 30% das matérias eram produzidas em 16 mm, apesar do uso do VT ter se tornado rotineiro. O laboratório de revelação foi desativado em 1985. O ‘JN’ foi o primeiro a adotar o sistema, que permitiu, ainda, ampliar a participação dos repórteres em frente às câmeras, contribuindo para a consolidação de uma linguagem própria.

Primeira unidade móvel de reportagem eletrônica ao vivo. — Foto: Acervo pessoal Armando Nogueira

Com as facilidades do ENG, o repórter passou a apresentar os próprios textos. Era exigido dele mais reflexão sobre o conteúdo, improviso e memorização. Com isso, a Globo concluía um ciclo de treinamento que, desde 1974, ensinava o profissional de vídeo a segurar o microfone, evitar a gesticulação excessiva, moderar as reações fisionômicas, impostar a voz, entre outros fatores.

A mudança do fluxo de trabalho nas praças foi paulatina. Os editores Fernando Waisberg e Mauro Rychter viajaram pelo país para apresentar as novas tecnologias e capacitar os profissionais. Com o tempo, todas as afiliadas aderiram. Os laboratórios foram fechados e se pôs fim ao uso das câmeras de filme.

“O ENG – Eletronic News Gathering – foi uma pedreira para ser implantado na Globo. Foi a coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida, porque a câmera de filme já existia, acho que há uns 40 anos. E a tecnologia do filme está na película. A câmera só tem que puxar aquele filme e abrir uma janela para entrar luz. Então, [o filme] era uma tecnologia maravilhosa. O videoteipe era grande, era um tijolão, devia pesar dez quilos; a câmera, mais uns sete, oito quilos. (...) Eu fui às praças, e ninguém acreditava que ia dar certo. O único argumento era que não revelava. Fora isso, a edição e a montagem de filme são mais rápidas. Tudo melhor. A outra coisa era o som, que dava para botar voice over”, lembra Waisberg em entrevista ao Memória Globo.

A primeira entrada ao vivo, em cores, gravada e transmitida por equipamento de ENG no ‘Jornal Nacional’, foi em junho de 1977. A repórter Glória Maria e o repórter cinematográfico Roberto Padula faziam uma reportagem sobre engarrafamento no fim da tarde na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. Na hora H, o equipamento de luz falhou, e Padula teve de improvisar com os faróis do carro de reportagem. Glória Maria se ajoelhou para que o rosto dela fosse iluminado. Para o telespectador, nenhum susto. A repórter segurava o microfone e dava as informações com correção. Era isso que importava. O repórter tornava-se peça-chave do telejornalismo da Globo. Produzia, escrevia e apresentava as próprias matérias.

“Fomos eu e o câmera, o [Roberto] Padula, com uma UPJ, a primeira unidade móvel, que era aquele trambolho, a Veraneio enorme. Eu lá dura, rígida, porque não podia errar. (...) Três minutos para entrar, queima a luz do Sun Gun [iluminador]! Todo mundo na switcher berrando: ‘O que houve? Não tem luz agora! Está escuro! O que aconteceu?’ Queimou a luz e faltava um minuto para entrar no ar. O Padula olhou para mim e disse: ‘Acende o farol!’ Iluminava [na altura das pernas], mas tinha que me iluminar no rosto. (...) Aí eu falei: ‘Não tem problema, eu fico de joelho.’ E eu entrei ao vivo. [O Padula] fez um enquadramento, ficou mais baixo do que eu, quase de joelho também, para tentar me pegar meio de cima. E você vê: a primeira vez que a gente entrou a vivo, numa transmissão a cores, foi assim, iluminado com o farol do carro, e eu e o câmera de joelhos. E ficou bárbaro!”, lembra a jornalista Glória Maria em entrevista ao Memória Globo.

A essa altura, o ‘Jornal Nacional’ estava consolidado.

Tecnologia Digital

Antenas do Sumaré, no Rio de Janeiro, responsáveis pela primeira transmissão do 'Jornal Nacional' em HD, 02/12/2013 — Foto: Frame de vídeo/Globo

A chegada dos computadores à redação, no início dos anos 1980, promoveu uma lenta transformação que eclodiria em uma revolução nas décadas seguintes. Em 1982, por meio de uma parceria com a norte-americana Pacific Data Image, a Globo implantou o sistema de computação gráfica. No ano seguinte, foi criada a primeira vinheta de abertura do 'JN’ feita a partir da nova tecnologia, além de uma série de recursos de efeitos especiais. A informatização possibilitou a introdução da pictografia eletrônica em 1989 e a realização de quadros como o ‘Mapa Tempo’ em 1991, inteiramente baseado em computação gráfica. Além disso, passou-se a usar recursos como o sistema closed caption, que permitiu legendar o telejornal a partir de 1997, tornando o programa acessível para deficientes auditivos.

O século XXI e a revolução digital mudaram o conceito de rede, que passou a ser entendido como conexão permanente. Isso é evidente no esforço do 'JN’ em estar cada vez mais perto da notícia. Em 1998, um apresentador deixou a bancada pela primeira vez no ‘JN’ para cobrir um evento internacional. William Bonner viajou para apresentar in loco as notícias sobre a Copa do Mundo da França. Daí por diante, o 'JN’ esteve presente nas mais importantes coberturas e também em grandes eventos, como eleições americanas, Copas do Mundo e Olimpíadas.

No mesmo ano, a Globo passou a utilizar câmeras e ilhas digitais no Rio e em São Paulo. Com os novos equipamentos Sony e Avid, as novas ilhas digitais eram usadas na pós-produção, em caráter experimental. Apenas em 1999, com a inauguração da nova sede da Globo em São Paulo, funcionaria, pela primeira vez no Brasil, uma estação de televisão totalmente digital, desde a captação até a edição.

A sede da avenida Berrini foi a primeira infraestrutura tecnológica totalmente digital dedicada ao Jornalismo e Esporte. Foram Fernando Bittencourt e Evandro Carlos de Andrade, então diretores da Central Globo de Engenharia e da Central Globo de Jornalismo, os principais defensores da necessidade de que o 'JN’ tivesse uma presença mais efetiva na região. O ‘Jornal Nacional’ passou a contar com uma moderna redação na maior cidade do Brasil e uma integração diária, a cada edição, entre os estúdios do Rio, onde ficavam os apresentadores, e o de São Paulo, onde havia o ‘Mapa Tempo’ e comentaristas eventuais.

A edição digital, não linear, promoveu uma revolução no telejornalismo. O recurso deu mais agilidade ao trabalho dos editores de texto e imagem, e permitiu a entrada de matérias no 'JN’ feitas no fim de tarde. O sistema, no entanto, só seria plenamente adotado pelo telejornal em 2008. O compromisso com a rede exigia diálogo e adequação às realidades do país, o que significava lidar com condições diversas de infraestrutura e capacidade técnica.

“A agilidade da operação seguiu evoluindo nos anos 2000, quando iniciamos o uso de servidores e discos que substituíram o videoteipe. Era a chamada tecnologia tapeless. As matérias eram transferidas para o servidor no qual são editadas, reeditadas e exibidas ou canceladas com muita agilidade, sem tráfego de mídia física”, explica o engenheiro Fernando Bittencourt no livro ‘JN - 50 Anos de Telejornalismo’.

Em 2002, a Globo fez a primeira transmissão em HD de sua história – durante o carnaval do Rio de Janeiro. Reportagem do 'Fantástico' feita por Glória Maria e Lúcio Rodrigues, no Alto Xingu, em 2 de dezembro de 2007, inaugurou as transmissões em HDTV na Globo.

A partir de 2 de dezembro de 2013, o ‘Jornal Nacional’ passou a ser inteiramente produzido, editado e exibido em alta definição, assim como todos os programas de Jornalismo da Globo. Com a tecnologia HD (high definition), a nitidez da imagem aumentou quatro vezes em relação ao sistema anterior, o SD (standard definition).

Reportagem de Pedro Bassan sobre o início das transmissões dos telejornais da Globo em alta definição. 'Jornal Nacional', 02/12/2013.

Reportagem de Pedro Bassan sobre o início das transmissões dos telejornais da Globo em alta definição. 'Jornal Nacional', 02/12/2013.

Jornalismo de dados

No que toca ao tratamento de conteúdo, a Globo tem investido no uso de big data, criando soluções para explorar e analisar a quantidade de dados que atualmente estão disponíveis na internet. Inteligência artificial e humana se unem para que histórias sejam contadas por dados.

O jornalismo de dados foi largamente usado na cobertura da pandemia e nas eleições de 2022. No caso da pandemia, o número de casos e de mortes precisava ser contabilizado e exibido rapidamente, de maneira clara. A partir do dia 09 de julho de 2020, o ‘JN’ passou a exibir o quadro ‘Retrato da Covid-19', com informações mais detalhadas sobre o coronavírus no Brasil.

[‘Retrato da Covid-19': ‘JN’ analisa os dados sobre a pandemia no Brasil. ‘Jornal Nacional’, 09/07/2020

[‘Retrato da Covid-19': ‘JN’ analisa os dados sobre a pandemia no Brasil. ‘Jornal Nacional’, 09/07/2020

Indo além do 'JN', nas eleições de 2022, o público e os jornalistas acompanharam a “marcha da apuração” em todo o Brasil, com a granularidade de cada zona eleitoral e um modelo de apresentação de resultados que repercutia, em tempo real, cada candidato eleito e as grandes viradas no momento que elas aconteciam.

A Globo e suas afiliadas contam com um time de especialistas em computação gráfica, telecomunicações, ciências da computação, engenheiros de áudio e vídeo, cientistas de dados, técnicos, entre outros profissionais, organizados por centros de excelência, para apoiar os jornalistas a traduzir a realidade das notícias de forma a serem compreendidas por uma população com a diversidade do Brasil.

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