O programa rompeu com a linguagem tradicional dos telejornais ao imprimir um tom coloquial ao discurso de seus apresentadores, em contraposição ao formalismo estabelecido até então. Também abriu espaço na televisão brasileira para jornalistas da imprensa escrita, num período em que o telejornalismo era quase que exclusivamente realizado por profissionais vindos do rádio.
Diretor-geral: Fernando Barbosa Lima | Diretor: Mauro Borja Lopes, o Borjalo | Período: 15/04/1966 – 12/1966 | Dia e horário: de segunda a sexta, às 22h
Webdoc sobre o Jornal de Vanguarda com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
O programa rompeu com a linguagem tradicional dos telejornais ao imprimir um tom coloquial ao discurso de seus apresentadores, em contraposição ao formalismo estabelecido até então. Também abriu espaço na televisão brasileira para jornalistas da imprensa escrita, num período em que o telejornalismo era quase que exclusivamente realizado por profissionais vindos do rádio.
O programa tinha vários apresentadores em vez de um só, como era o costume, o que o tornava mais dinâmico. Além disso, os apresentadores encarnam personagens e se apresentavam de maneira não convencional, o que acrescentava uma aura especial à notícia. Célio Moreira (irmão de Cid Moreira), por exemplo, era o “Sombra”, um locutor misterioso, que aparecia em silhueta e dava informações confidenciais em primeira mão. Moacir Lopes, cujo rosto não era mostrado, era o “Mão com a Cigarrilha”, gesticulando nervosamente enquanto falava, como se interpretasse a notícia.
Newton Carlos era o responsável pelos comentários internacionais; Darwin Brandão, Villas-Boas Corrêa e Tarcísio Holanda davam conta dos comentários políticos; Gilda Müller tinha uma coluna direcionada ao público feminino; João Saldanha falava sobre esporte e Sérgio Porto e Millôr Fernandes faziam comentários bem-humorados sobre diversos assuntos.
Os bonecos de Borjalo eram um destaque do telejornal. Eles representavam os políticos da época e falavam frases autênticas, ditas pelos próprios retratados. Borjalo, em depoimento ao Memória Globo, conta que não podia inventar as falas dos bonecos porque seu programa não era humorístico. O jornalista William Prado apurava as falas e Célio Moreira dublava os bonecos.
Ao longo da trajetória do telejornal, o colunismo social esteve representado por nomes como Jacynto de Thormes, Reynaldo Jardim, Ibrahim Sued e Ricardo Amaral.
Fontes: Informações concedidas ao Memória Globo por Rozane Braga; Arquivo Multimeios do Centro Cultural São Paulo: entrevista com Fernando Barbosa Lima feita pela RTC – Televisão Cultura, em 1980; “Hoje na TV”. In: O Globo, 1966 e 1967; LORÊDO, João. Era uma vez… a televisão. ; “Notícia x Imagem” In: Veja, 04/08/1970; “Os cinco marcos na história do telejornalismo no Brasil” In: O Globo, 30/08/1977 e 31/08/1977; RIXA. Almanaque da TV – 50 anos de memória e informação. Rio de Janeiro, Objetiva, 2000.