Em fevereiro de 2009, o repórter Fernando Torres, do jornal carioca Extra, encontrou João Buracão, o caçador de crateras. A descoberta foi a caminho de uma pauta em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde o jornalista ia apurar o fechamento de um parque de diversões ilegal. De dentro do carro avistou, em uma rua de Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio, um boneco em tamanho real, sentado em uma cadeira de escritório, no meio da rua, com uma vara de pescar apontada para um buraco. Desceu para entender a história. O borracheiro Irandir da Rocha contou ao repórter que o boneco de 15 quilos, feito de jornal, espuma, papel higiênico e fita durex, havia sido criado por ele 20 dias antes. O buraco estava ali havia seis meses.
O repórter Fernando Torres publicou a reportagem sobre o longevo buraco dias depois, com uma foto de João Buracão diante da cratera. O problema, então, foi rapidamente resolvido pela prefeitura. Em agradecimento, o borracheiro doou o boneco ao jornal, que o seguiu usando para denunciar buracos pelo Rio de Janeiro. Em entrevista ao Memória Globo, o então chefe de reportagem do Extra, Octavio Guedes conta: "A partir daí, tem uma celeuma na cidade. Todo mundo quer chamar o João Buracão. Ligam para o jornal pra falar sobre o João Buracão. A gente começa a levar o João Buracão para a rua dos leitores".
O personagem conquistou o Brasil, e ganhou o mundo, em pouco tempo. Apareceu no 'Jornal Nacional', no 'Fantástico', na novela 'Caminho das Índias', e em reportagens da TV espanhola e da BBC latina. O quadro estreou no 'Fantástico' no dia 3 de maio de 2009 para cobrar consertos em rodovias Brasil afora.
Estreia do quadro 'João Buracão', boneco utilizado para sinalizar buracos em ruas, avenidas e rodovias do Brasil e cobrar consertos das autoridades. 'Fantástico', 03/05/2009.
No mês de estreia, João Buracão foi até Nova York para aprender como se tapa um buraco. O episódio mostrou que a prefeitura norte-americana, em um ano, fechou 257 mil buracos. Todos em, no máximo, 30 dias. Bastava fazer a queixa pelo telefone ou pela internet.
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Fontes