Por Memória Globo

Acervo/Globo
[O ‘Fantástico’] é uma potência de informação, um canhão que transforma, que informa, que alegra.
— Maju Coutinho, apresentadora desde novembro de 2021

O ‘Fantástico’ estreou como um programa da área de shows. Mas, desde o início, inovou na forma de se fazer jornalismo na televisão, ao passar em revista os principais assuntos da semana. Nos primeiros anos, não havia apresentador fixo. Shows, noticiários e diferentes atrações eram costurados por narrações em off, dramatizações e personalidades como Chico Anysio, cujo quadro de humor era inserido ao longo do programa.

As notícias recebiam tratamento sofisticado, tanto o conteúdo quanto a imagem. José-Itamar de Freitas, diretor-geral do programa de 1977 a 1991, classificava as reportagens apresentadas todos os domingos como um meio-termo entre o ‘Globo Repórter’ e os telejornais diários.

Até ser diretor-geral, José-Itamar de Freitas chefiava as reportagens nacionais. Para fazer a ponte entre notícia e espetáculo, havia o grupo de pesquisa, de Paulo Gil Soares e Luiz Lobo. Assim, os quadros de entretenimento recebiam tratamento histórico. Alice-Maria comandava a área de atualidades e os profissionais que preparavam o noticiário.

Saúde e inovações científicas eram os principais assuntos das reportagens veiculadas nos primeiros anos da nova atração. Mas havia a preocupação de se evitar a linguagem excessivamente acadêmica para o grande público. As matérias, então, eram levadas ao ar de forma quase didática. Com isso, o conteúdo atingia especialistas, estudantes e público leigo, como aconteceu com a matéria do marca-passo cerebral, que levou a Divisão de Jornalismo da emissora a receber mais de cinco mil telefonemas pedindo informações.

Havia também, nessa época, forte núcleo de dramaturgia no programa. O primeiro núcleo de teleteatro do ‘Fantástico’ foi dirigido por Walter Avancini, e os primeiros quadros contaram com participação da atriz Marília Pêra.

Em 1973, exibiu-se ‘Ao Pé da Letra’, teleteatro infantil escrito por Lauro César Muniz, com Fúlvio Stefanini, Sônia Braga e Paulo Padilha. Em 1989, Domingos de Oliveira passou a fazer parte da equipe do 'Fantástico', no quadro 'Pensamento Vivo', onde apresentava trechos de peças e frases de autores com artistas famosos. Domingos também auxiliava José-Itamar de Freitas, na época diretor-geral do programa, na criação de novos quadros.

Trecho do programa nº 36, o último ‘Fantástico’ com transmissão em preto e branco, 21/04/1974

Trecho do programa nº 36, o último ‘Fantástico’ com transmissão em preto e branco, 21/04/1974

Raul Seixas canta ‘Gita’ no programa nº 37, o primeiro ‘Fantástico’ com transmissão em cores, 28/04/1974

Raul Seixas canta ‘Gita’ no programa nº 37, o primeiro ‘Fantástico’ com transmissão em cores, 28/04/1974

Força total aos musicais nos anos 1980

Até 1977, o comando do ‘Fantástico’ era da área de shows. José-Itamar de Freitas dirigia apenas o núcleo de jornalismo. Augusto Cesar Vanucci, João Loredo, Manoel Carlos e Maurício Sherman – os antecessores de Itamar na direção-geral – fizeram dos musicais do programa um palco de experiências e inovações cênicas, cenográficas e coreográficas. Ao estilo quente e cheio de brilhos de Vanucci, seguiu-se o de Nilton Travesso, que revolucionou o musical em televisão com a utilização de todos os recursos técnicos disponíveis e ousadas gravações externas. Depois, vieram Aloysio Legey, Eid Walesko, Paulo Trevisan e Boninho.

Nos anos 1980, sob a direção de José-Itamar de Freitas, o ‘Fantástico’ ainda era um programa mais voltado para variedades e música. Tornou-se a principal vitrine da canção brasileira e atrações internacionais no Brasil, com a exibição de videoclipes exclusivos. A partir de 1986, foi criado o Núcleo para Musicais, tendo como diretores Paulo Trevisan, Boninho, José Mario e Maurício Tavares. O objetivo era aprimorar ainda mais o formato. Além disso, a década foi marcada pelo fortalecimento do jornalismo no programa. Nos assuntos ligados ao Brasil, a ênfase em matérias sobre medicina e ciência tinham apreço especial do diretor José-Itamar.

As matérias internacionais também conquistaram seu espaço, devido ao crescimento das equipes de reportagem nos escritórios da Globo nos Estados Unidos e Europa: o ‘Fantástico’ acompanhou cobertura dos fatos mais importantes da década.

Armando Nogueira, então diretor de Jornalismo da TV Globo, lembra de dois momentos marcantes do programa: “No ‘Fantástico’, duas matérias me comoveram: uma foi um filme que nós compramos, se não me engano da BBC, em que um sujeito, depois de vinte ou trinta anos de cegueira, recuperou a visão e viu, pela primeira vez, uma borboleta voando. Eu tenho impressão de que esse flagrante, com as características dramáticas e sentimentais que envolveram o episódio, foi uma das coisas mais marcantes do ponto de vista da sensibilidade do nosso público, pela reação do público, uma das coisas mais comoventes. Por incrível que pareça, foi um momento extremamente singelo da existência humana, com uma densidade humana muito grande. Era a expressão de felicidade do homem que tinha recobrado a visão. [...] A outra foi, seguramente, a mais emocionante, foi a cobertura do dia em que morreu Tancredo Neves. Nós apresentamos no ‘Fantástico’ a cobertura do noticiário da morte, que era uma coisa já esperada, mas as características da cobertura, a sobriedade com que nós cobrimos, culminando com a Fafá de Belém cantando o hino nacional como se fosse uma marcha lenta, uma marcha fúnebre. [...] Evidentemente que o ‘Fantástico’ cobriu fatos, guerras, atentados, mas eu tenho a impressão, do ponto de vista da clave da emoção, foram esses dois momentos”.

Na comemoração dos 15 anos do programa, são reexibidas matérias dos repórteres especiais, 07/08/1988.

Na comemoração dos 15 anos do programa, são reexibidas matérias dos repórteres especiais, 07/08/1988.

Um novo diretor, um novo formato

José-Itamar de Freitas deixou a direção-geral do ‘Fantástico’ em junho de 1991 para ser o diretor de reportagens da Central Globo de Jornalismo. No seu lugar, assumiu o jornalista Carlos Amorim, aprofundando ainda mais o jornalismo factual e a valorização do repórter como condutor do programa. Amorim conferiu uma linha editorial voltada aos problemas urbanos e às denúncias e investigações.

Em 1992, o diretor Carlos Amorim deixou o programa, e Fabbio Perez assumiu a direção-geral interinamente, contando com a ajuda do chefe de redação Luiz Cláudio Latgé para fechar o noticiário. Os dois atuaram sob supervisão de José-Itamar.

Em 1993, Luiz Nascimento – ex-diretor do ‘Esporte Espetacular’ – assumiu a direção do ‘Fantástico’, onde ficou até 2017. Sem perder a preocupação com um jornalismo responsável, a equipe imprimiu mais humor e criatividade ao programa.

Uma coisa que norteou muito a gente nessa ida para o ‘Fantástico’ foi ‘seriedade não é chatice’. Tratamos todos os temas seriamente, mas sem sermos chatos.
— Luiz Nascimento

As matérias ganharam mais leveza com o uso da computação gráfica. O programa buscou a interatividade com o telespectador, meta que seria alcançada nos anos seguintes com a ajuda da tecnologia. A apresentação – que nessa época, ficava a cargo de Fátima Bernardes, Celso Freitas e Sandra Annenberg, com participações esporádicas do elenco da Globo – ficou mais solta.

Nos bastidores, a equipe começava a produção na terça-feira, quando ocorria a primeira reunião de pauta. Editores, repórteres e produtores tinham a oportunidade de trocar informações e decidirem o que ia ao ar no domingo. Depois, tudo era colocado em prática até o fechamento, na tarde da exibição.

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VOCÊ SABIA?

  • Em 1995, o ‘Fantástico’ anunciou seu endereço na Internet: [email protected]. Em duas semanas, cerca de cinco mil pessoas entraram em contato via e-mail com o programa.
  • Em junho de 1997, o ‘Fantástico’ tornou-se o primeiro programa de televisão brasileira transmitido ao vivo (em tempo real) para o mundo inteiro através da internet. Foi uma transmissão experimental destinada somente aos internautas fora do Brasil. Matéria exibida em 01 de junho de 1997.
  • Durante a cobertura da Copa do Mundo da França, em 1998, o ‘Fantástico’ foi transmitido em tempo real via internet.

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Show da Vida no novo milênio

Na década de 2000, o ‘Fantástico’ abriu mais espaço para um formato que se mostrou de bastante sucesso. Além do núcleo artístico, reportagem e variedades, a categoria realities ganhou força no programa, com quadros de sucesso, como 'Menina Fantástica' (2008) e ‘Liga das Mulheres (2009)’. Uma tendência que se firmou ao longo dos anos.

Entrevista exclusiva do jornalista Luiz Nascimento ao Memória Globo sobre a fórmula do ‘Fantástico’.

Entrevista exclusiva do jornalista Luiz Nascimento ao Memória Globo sobre a fórmula do ‘Fantástico’.

Geneton Moraes Neto, que foi editor-chefe do ‘Fantástico’ entre 1998 e 2006, destacou em entrevista ao Memória Globo que “a grande virtude do ‘Fantástico’ é ser um laboratório de formatos”. Mesmo com um nome consagrado, o programa teria espaço para testar novas ideias de quadros e reportagens.

Na década de 2000, tocavam o dia a dia do programa, além do diretor Luizinho Nascimento e o editor-chefe Geneton, os chefes de redação Luiz Petry (Rio de Janeiro) e Álvaro Pereira Júnior (São Paulo). Entre os principais repórteres do programa estavam Renata Ceribelli, Zeca Camargo, Eduardo Faustini, Marcelo Canellas e Sônia Bridi.

O ‘Fantástico’ é um programa feito por muitas mãos, fincado, essencialmente, no eixo Rio, São Paulo e Brasília. Luizinho Nascimento explicou como eram as engrenagens em sua gestão, ressaltando a importância do diálogo entre as equipes nas diferentes cidades.

“A gente tem uma equipe no Rio de umas 50 pessoas: nove a dez produtores, nove a dez editores de texto – os editores de imagem não são por nossa conta, atendem a todo o Jornalismo. Em São Paulo, o grupo é menor, mas chega a umas 25 pessoas. A gente tem os repórteres titulares do ‘Fantástico’: no Rio, Sônia Bridi e Renata Ceribelli; em São Paulo, a gente tem [Maurício] Kubrusly, Giovana Girardi, Maurício Ferraz, Flávia Cintra. [...] Em Brasília, o Marcelo Canellas. [...] A gente tem uma reunião semanal às terças-feiras, dia de reunião de dez horas da manhã até o final da tarde. [...] Toda a equipe comenta o programa que foi exibido no domingo. [...] Depois a gente abre para sugestões de pauta. Aí, depois dessa reunião, tem uma segunda que é mais fechada com o grupo de Gestão, com São Paulo, Brasília, videoconferência e os coordenadores – chefe de Produção, chefe de Reportagem, chefe de Quadros – para selecionar o que a gente vai atacar das sugestões apresentadas. [...] Depois a gente cruza as informações com São Paulo, que fez a sua reunião de pauta no mesmo modelo, Nova York e Brasília. E aí a gente afina, dá uma selecionada no que a gente vai realmente atacar durante a semana. [...] Aí roda a produção. Na quinta, final do dia, seis horas da tarde, a gente tem uma reunião com os editores, com a participação ao vivo de São Paulo, também com videoconferência, para ter uma ideia do programa que a gente vai botar no ar no domingo. E depois dessa reunião de noite, a gente faz um pré-espelho do programa, dá uma estimada de tempo. [...] Na sexta-feira, meio-dia, a gente tem a reunião com o Ali Kamel [diretor-geral de Jornalismo desde 2016], aí ele faz eventualmente algumas observações sobre os assuntos, sobre paginação. E, na sexta-feira, à noite a gente já tem um horário de gravação. [...] E começa o processo de fechamento sábado e domingo, às vezes o programa está no ar e tem matéria ainda sendo editada, e é assim que a banda toca”, explica Luizinho. E acrescenta: “Eu diria que 80% do ‘Fantástico’ é apresentado ao vivo e 20% são cabeças mais trabalhadas, que recorremos a elementos da Arte para valorizar o assunto, facilitar o entendimento e tornar aquilo mais atraente e curioso”.

Um novo ‘Fantástico’

Em abril de 2014, a gente resolveu dar essa sacudida, e estreamos um novo 'Fantástico'.
— Luiz Nascimento

Em 27 de abril de 2014, o ‘Fantástico’ foi ao ar completamente reformulado, editorial e esteticamente. As grandes mudanças ficaram por conta dos novos cenários, cheios de tecnologia, e a linha editorial com mais informalidade e interação com o telespectador.

O diretor Jorge Espírito Santo, recém-chegado ao programa, ficou encarregado de repensar toda a parte artística da revista eletrônica: “o projeto do Luizinho era transformar o ‘Fantástico’ em estúdio-redação. [...] Qual era a ideia original desse projeto do Luizinho? O ‘Fantástico’ ia mostrar o processo da feitura do programa, ia literalmente começar na reunião de pauta, com as pessoas discutindo o que seriam as pautas do programa e como daquela pauta a gente chegaria na matéria no ar. Esse era o projeto do Luizinho. Por isso um cenário-redação, um estúdio-redação, pra você integrar aquilo tudo”.

Com o decorrer do tempo, a exibição dos bastidores do programa não firmou. Mas os destaques para a tecnologia, a interação com o público e os musicais se mantiveram. Os shows de artistas no palco do 'Fantástico' estavam sob a supervisão de Jorge Espírito Santo. “Algumas conquistas ficaram, como apresentação mais solta, mais diversificada”, lembra Luizinho. E Jorge Espírito Santo completa: “A redação como um espaço de receber pessoas, os musicais, a movimentação na redação. [...] O que não aconteceu foi você mostrar o processo de feitura”.

Webdoc com depoimentos exclusivos ao Memória Globo sobre os bastidores do show dos Tribalistas no 'Fantástico', exibido em 22/07/2018.

Webdoc com depoimentos exclusivos ao Memória Globo sobre os bastidores do show dos Tribalistas no 'Fantástico', exibido em 22/07/2018.

Nesse novo cenário, foram aplicadas várias interferências visuais, o que Jorge Espírito Santo chama de traqueado: “A partir da pauta do programa, a gente vê as matérias que precisam de arte, o que a gente chama de traqueado, uma arte que componha, que dê um pouco mais de ilustração ao que a gente vai falar. [...] Em quatro anos de programa novo, eles já fizeram mais de 400 artes. [...] Na verdade, o ‘Fantástico’ já usava, mas de uma outra forma. Gravava até muito em estúdio virtual e depois colocava. Agora a câmera lê na hora aquela informação da arte. Lê aquele track, aquela informação na hora”.

Em 2016, Bruno Bernardes recebeu o convite, do próprio Luizinho, para se tornar diretor-geral do programa dominical e assumiu o cargo, efetivamente, no ano seguinte.

O nosso desafio semanal de fazer o diferente, de procurar um ângulo novo, de aprofundar, de ir mais longe, de conseguir o inédito, o exclusivo. É uma batalha semanal.
— Bruno Bernardes
Webdoc com depoimentos exclusivos ao Memória Globo sobre a semana de produção do 'Fantástico' no período de 29/05/2018 a 03/06/2018.

Webdoc com depoimentos exclusivos ao Memória Globo sobre a semana de produção do 'Fantástico' no período de 29/05/2018 a 03/06/2018.

Bruno tem uma longa trajetória no 'Fantástico’. Entrou no programa em 1999, quando ainda cursava Comunicação Social na UFRJ, para ler e-mails dos telespectadores e produzir um relatório interno: “como uma forma de me enturmar e de chamar atenção, comecei a fazer uns relatórios mais elaborados, mais engraçados, mas inusitados”. Tornou-se editor pouco tempo depois e, até chegar à direção, foi chefe da área de quadros e séries com perfil de reality.

"O coração do programa nasce na terça-feira, nas discussões da semana. É um dia de muitas reuniões, porque tem reunião com a equipe, reunião da chefia, depois eu tenho reunião com a direção. E a gente vai moldando o programa a partir de terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sempre atentos à temperatura da semana, porque tudo pode mudar. Sexta-feira, a gente grava as cabeças traqueadas com aqueles efeitos especiais e, no domingo, tem a apresentação ao vivo. É um processo intenso. Claro, a gente não tem a pressão do dia a dia de colocar matéria como nos telejornais, mas tem a cobrança e a obrigação de fazer a matéria mais elaborada, com mais profundidade. Esse é o nosso desafio semanal, de fazer o diferente, de procurar um ângulo novo, de aprofundar, de ir mais longe, de conseguir o inédito, o exclusivo. É uma batalha semanal”, explica Bruno Bernardes.

Entrevista exclusiva do jornalista Bruno Bernardes ao Memória Globo sobre a edição do 'Fantástico' após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14/03/2018.

Entrevista exclusiva do jornalista Bruno Bernardes ao Memória Globo sobre a edição do 'Fantástico' após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14/03/2018.

Pandemia e seus desafios

Já nos primeiros meses de 2020, o mundo se viu diante de uma pandemia, provocada por um vírus até então desconhecido, o coronavírus. As relações sociais e de trabalho foram diretamente impactadas pela Covid-19, uma vez que as regras de segurança sanitária tinham como premissa o distanciamento social. Toda a programação da Globo sofreu mudanças, assim como o processo de produção de programas como o ‘Fantástico’.

Durante a pandemia, o programa aumentou seu tempo no ar, passando de 120 minutos para 150, ou seja, 2h30. “Primeiro o ‘Fantástico’ foi para 135 minutos, depois para 150 por uma necessidade da grade e acabou se consolidando dessa forma. [...] Isso é uma herança da pandemia”, explica Bruno Bernardes, diretor do ‘Fantástico’.

EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Em entrevista exclusiva ao Memória Globo, em 03/07/2023, o jornalista Bruno Bernardes, diretor do 'Fantástico', fala sobre a cobertura da pandemia de Covid-19 no programa.

Em entrevista exclusiva ao Memória Globo, em 03/07/2023, o jornalista Bruno Bernardes, diretor do 'Fantástico', fala sobre a cobertura da pandemia de Covid-19 no programa.

Surto de novo vírus pelo mundo, 'Fantástico', 19/01/2020

Surto de novo vírus pelo mundo, 'Fantástico', 19/01/2020

No dia 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Com o avanço da doença, a Globo decidiu aumentar a presença do jornalismo na TV aberta, como forma de prestação de serviço – eram 11 horas consecutivas de programação jornalística ao vivo, das 4h às 15h –, e exibir compactos de novelas no lugar das produções que tiveram gravações interrompidas por causa da doença. Na TV fechada, foram liberados os principais canais da Globo, independente do pacote. E o Globoplay disponibilizou, durante 30 dias, diversos conteúdos para não assinantes. Com a ampliação do espaço da cobertura jornalística, temporariamente o ‘Mais Você’, o ‘Encontro com Fátima Bernardes’, o ‘Globo Esporte’ e o ‘Se Joga’ não foram exibidos.

Edição especial sobre a pandemia da Covid-19, 15/03/2020

Edição especial sobre a pandemia da Covid-19, 15/03/2020

“Foi bem desafiador fazer um programa sem botar o pé na rua. Todo mundo fazendo videoconferência, todas as reuniões por videoconferência, todas as entrevistas por videoconferência. A gente fez programas inteiros, naquela época, sem nenhuma externa, só arquivos, agência, videoconferência. E a gente tendo que se entender dessa forma. Foi bem, bem desafiador, assustador, porque a gente estava, ao mesmo tempo, processando o nosso próprio medo do que estava acontecendo, que era desconhecido, e tendo também que cumprir o dever jornalístico de não deixar de colocar o programa no ar. Tinha também uma enorme vontade de dar informação ao público, era nossa própria sede de informação, porque nós estávamos no mesmo barco e queríamos passar essa informação para o público. Eu acredito que a gente fez uma cobertura, junto com o jornalismo da Globo, histórica. Acredito que a gente prestou um serviço ao país inestimável”, destaca Bruno Bernardes.

O ‘Fantástico’ acompanhou o desenrolar dos fatos, desde as primeiras notícias da então doença misteriosa; o primeiro caso no Brasil; o anúncio das quarentenas e protocolos de saúde pública, como uso de álcool em gel e máscaras; a formação do consórcio de veículos (G1, O Globo, Folha, Estadão, Uol, Extra) para fazer a apuração independente de dados sobre Covid, omitidos pelo Governo Federal; a aplicação das primeiras doses das vacinas; e balanços da pandemia no Brasil e no mundo.

Em uma matéria especial, o ‘Fantástico’ de 16 de agosto de 2020 mostrou como foi o início da retomada das gravações das novelas da TV Globo que, em março, tiveram seus trabalhos interrompidos. ‘Amor de Mãe’ e ‘Salve-se Quem Puder’ voltaram a ser gravadas nos Estúdios Globo depois de quase cinco meses de estudos, planejamentos, trocas de experiências e a criação de um protocolo de segurança.

‘Amor de Mãe’ e ‘Salve-se Quem Puder’ retomam gravações nos Estúdios Globo. 'Fantástico', 16/08/2020

‘Amor de Mãe’ e ‘Salve-se Quem Puder’ retomam gravações nos Estúdios Globo. 'Fantástico', 16/08/2020

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