Por Memória Globo

Acervo/Globo

Johnny Weissmuller

Em 1973, Hélio Costa entrevistou em Las Vegas Johnny Weissmuller, o mais famoso intérprete de Tarzan nos cinemas. O ator estava com 70 anos de idade e trabalhava como relações públicas de um hotel.

A entrevista ao correspondente da Globo em Nova York foi a última que o astro concedeu a uma emissora de televisão, antes de sofrer uma trombose, em 1977. As imagens foram feitas pelo repórter cinematográfico Orlando Moreira.

Vídeo sobre as reportagens marcantes de Hélio Costa para o 'Fantástico', com entrevista exclusiva do jornalista ao Memória Globo.

Vídeo sobre as reportagens marcantes de Hélio Costa para o 'Fantástico', com entrevista exclusiva do jornalista ao Memória Globo.

Na conversa, Weissmuller relembrou, sem amarguras, os tempos de glória e aceitou repetir o seu famoso grito da selva, que não saiu exatamente do jeito que todos esperavam: as cordas vocais do Tarzan não eram mais as mesmas.

"Encontramos ele já de sunga de Tarzan e na piscina. Apesar de 70 anos de idade, ele ainda era o Tarzan, aquela figura, porque ele não tinha envelhecido de corpo, não tinha envelhecido de cara, o cabelo muito preto ainda. A única coisa trágica é que, no fim da matéria, eu peço para ele repetir o grito do Tarzan. Coitado! Ele deu um gemido! (...) O José-Itamar [então diretor do 'Fantástico'] pegou esse finalzinho da matéria, onde eu digo: 'Você ainda seria capaz de dar o grito do Tarzan?'. E ele: 'Claro! Lógico! Eu sou o Tarzan!'. (...) E sai aquele negócio engasgado. Aí o José-Itamar corta e bota ele no alto do morro com a Jane e o macaco Chita. E ele dá aquele maravilhoso grito do Tarzan! E aí termina a matéria".

Nessa década, Hélio Costa foi ainda responsável por outras entrevistas memoráveis, com, por exemplo, Groucho Marx, Liza Minnelli, Frank Sinatra e Shirley Temple. A entrevista com Henry Fonda teve uma curiosidade: precisou ser regravada, porque o primeiro filme estragou.

Paul Newman

Símbolo sexual dos anos 1960, o ator Paul Newman tinha 49 anos quando concedeu uma entrevista ao correspondente Hélio Costa, em 1974. Naquela época, ele ainda estrelava dois filmes por ano e era um dos maiores astros de Hollywood.

Nessa conversa, o ator escolheu os três melhores longas-metragens de sua carreira: 'Desafio à Corrupção' (1961), 'The Outrage' (1964) e 'A Sala dos Espelhos' (1970). Além disso, Paul Newman falou sobre o sucesso com as mulheres e a vida pessoal: à época casado, com seis filhos, ele relatou que era muito difícil para as crianças fazer amigos, já que viajavam muito com os pais.

Em entrevista ao Memória Globo, Hélio Costa lembrou que essa entrevista foi uma das mais interessantes das que fez com celebridades. Tudo começou com uma transmissão de corrida de Fórmula 1. “Fomos transmitir pela primeira vez uma corrida de Fórmula 1 dos Estados Unidos e não tínhamos estrutura. (...) Contratei uma equipe da Pensilvânia, fomos para Watkins Glen, marcamos o posicionamento de câmera, acertamos tudo direitinho, compramos o satélite para hora certa e preparamos para transmitir a Fórmula 1. De repente, minha secretária me fala que tinha um sujeito na linha americana querendo falar comigo, dizendo que era Paul Newman". Não era um trote, como Hélio Costa pensou. O ator, fissurado por corrida de automóveis, estava em um set de filmagens em Los Angeles e queria comprar um canal para assistir, de lá, a corrida transmitida pela TV Globo.

Mesmo sabendo que sairia muito caro, Hélio Costa pediu outra moeda de troca: uma entrevista exclusiva. A estrela relutou, mas, enfim, aceitou. “Ele me recebeu e foi assim de uma atenção com a gente. Me levou para almoçar com ele, contou as histórias, chamou a Jane Woodward, que era mulher dele, e me apresentou. Ele filmava mais um pouquinho e, depois, voltava, fazia comigo mais uma série de perguntas. Passei o dia inteiro com ele e, depois, ele ficou com o meu telefone. Quando tinha alguma corrida que ele não sabia o resultado, ele ligava: ‘Hélio, como é que foi a corrida?’ Eu dava as notícias para ele, de quem estava ganhando as corridas de Fórmula 1 no Brasil ou, então, na Europa."

Entrevista de Paul Newman a Helio Costa. 'Fantástico', 29/12/1974.

Entrevista de Paul Newman a Helio Costa. 'Fantástico', 29/12/1974.

Ted Kennedy

A investigação e as especulações sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963, estenderam-se durante décadas nos Estados Unidos. O correspondente da Globo Hélio Costa conseguiu dois furos de reportagem para o 'Fantástico' em 1975. Um deles foi a reprodução do filme de um cinegrafista amador com o registro do assassinato do presidente: as imagens eram inéditas no Brasil e vieram à tona em uma reportagem sobre o Relatório Warren, investigação que concluiu que Lee Oswald, o atirador, teria agido sozinho. A matéria foi ao ar em 29 de junho daquele ano.

Reportagem de Hélio Costa sobre o relatório da Comissão Warren, que investigou a morte presidente americano John F. Kennedy. 'Fantástico', 29/06/1975.

Reportagem de Hélio Costa sobre o relatório da Comissão Warren, que investigou a morte presidente americano John F. Kennedy. 'Fantástico', 29/06/1975.

Em 3 de agosto, o correspondente conseguiu outra façanha. Entrevistou com exclusividade o senador Edward Kennedy, que falou sobre o assassinato do irmão. Até então, Ted recusava-se a falar sobre o assunto. A entrevista teve grande repercussão. Primeiro porque antes do encontro os assessores de Kennedy haviam imposto a condição de que o senador só falaria sobre liberdade de expressão e direitos humanos. Ao começar a entrevista, Hélio Costa ponderou que não havia como falar sobre liberdade se não pudesse fazer as perguntas que quisesse. Edward Kennedy respondeu, então, que o repórter podia perguntar sobre o que quisesse, e a primeira questão veio de pronto: “Podemos falar sobre o assassinato do seu irmão?”. O senador olhou para os seus assessores e disse que sim.

O repórter Hélio Costa entrevista com exclusividade o senador norte-americano Edward Kennedy, 'Fantástico', 03/08/1975.

O repórter Hélio Costa entrevista com exclusividade o senador norte-americano Edward Kennedy, 'Fantástico', 03/08/1975.

Segundo Hélio Costa, em entrevista ao Memória Globo, a entrevista foi ao ar contrariando o governo brasileiro, que havia considerado Kennedy persona non grata por conta das críticas que fazia ao regime militar. Ele justifica que era imprescindível para o jornalismo da Globo levar a entrevista ao ar: “Eu acho que nós conseguimos superar o problema, porque conseguimos, na realidade, dois grandes furos internacionais com essa reportagem. Primeiro, a declaração dele de que não seria candidato à Presidência da República. (...) E, além disso, é que o senador Kennedy revelava, nas entrelinhas, que tinha aceito a decisão do relatório Warren que falava que não tinha havido conspiração para assassinar o Kennedy, que o Lee Oswald tinha agido sozinho. Tudo isso era a palavra oficial da Comissão Warren. E ele aceitava, entre aspas, mas concordava que, se tivesse alguma coisa nova, se tivesse alguma informação diferente, que deveria ser reaberto o caso.”

Além disso, a repercussão da entrevista entre os jornalistas brasileiros no exterior foi grande, o que aumentou a credibilidade da Globo em Nova York. Uma das consequências foi a ampliação da equipe, com a contratação do jornalista Lucas Mendes, que até então trabalhava para a TV Manchete.

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