Um forte tremor de terra de magnitude 7,8 na escala Richter atingiu o Nepal em 25 de abril de 2015. Era o pior terremoto desde 1934. A cidade de Katmandu – a mais atingida – viu seus prédios, casas, templos e monumentos ficarem em ruínas. Perdas irreparáveis. Menos de 20 dias depois, um segundo terremoto, dessa vez de magnitude 7,3, foi registrado próximo à capital. De acordo com a ONU, 8 milhões de pessoas foram afetadas, sendo 10 mil feridos e mais de 8 mil mortos.
O tremor também foi sentido em Bangladesh, Índia, China, Paquistão e no Monte Everest, onde uma avalanche provocada pelo abalo matou 18 alpinistas.
As comunicações, a água e a luz foram cortadas, deixando a população em condições precárias. As estradas foram destruídas ou ficaram bloqueadas por causa de avalanches de pedras, o que dificultava a chegada de ajuda. Milhares de pessoas abandonaram suas casas com medo de tremores secundários. O fato de ser um país pobre, sem infraestrutura para enfrentar terremotos, fez com que a tragédia ganhasse proporções devastadoras.
EQUIPE E ESTRUTURA
A Globo foi a primeira emissora do mundo a entrar ao vivo de Katmandu após o terremoto. A equipe do Planeta Extremo – os repórteres Carol Barcellos e Clayton Conservani, os produtores Claudio de Moraes e Igor Tavares, o editor Marcelo Outeiral e os cinegrafistas Claudio Carneiro, Ari Jr e Lucas Munhoz – estava no Nepal para a gravação do programa quando foi surpreendida pelo forte tremor no dia 25 de abril. A partir de então, passou a cobrir e enviar material diariamente para os principais telejornais de rede, além de fazer entradas ao vivo sempre que possível.
Enquanto esteve em Katmandu, a equipe encontrou dificuldades para conseguir um lugar seguro para dormir e enfrentou a escassez de água e alimentos, situação vivida por toda a população. Após cinco dias cobrindo os estragos causados pelo terremoto na capital e arredores, a equipe do Planeta Extremo retomou o propósito inicial da viagem – a gravação de mais uma edição do programa. Todos retornaram ao Brasil em 10 de maio, dois dias antes de um segundo terremoto atingir a região.
Márcio Gomes, correspondente da Globo no Japão, também participou da cobertura, atualizando as informações direto de Tóquio, com base no material recebido pelas agências de notícias.
NO LUGAR E NA HORA CERTOS
A equipe do Planeta Extremo havia deixado Katmandu na manhã daquele sábado, 25 de abril, a caminho de Pokhara, quando foi surpreendida pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a região. O Jornal Hoje daquele sábado exibiu as primeiras imagens da tragédia – pessoas correndo assustadas no meio das ruas, casas desmoronando, avalanches de pedra e rachaduras no chão. Por telefone, Clayton Conservani falou sobre a tensão que tomou conta da equipe, a preocupação em escapar ilesos e, ao mesmo tempo, registrar tudo.
À noite, Carol Barcellos voltou para Katmandu enquanto Clayton Conservani e parte da equipe permaneceram em Pokhara, onde havia mais estrutura para gerar material para o Brasil. Naquela edição do Jornal Nacional, Carol deu informações, ao vivo, pelo telefone, direto da capital. Segundo a repórter, o clima na cidade era de medo e insegurança. Temendo novos tremores, as pessoas deixaram suas casas e andavam de um lado para o outro sem saber para onde iam.
Primeira emissora do mundo a entrar ao vivo de Katmandu
A Globo foi a primeira emissora do mundo a entrar, ao vivo, de Katmandu após o terremoto. Na manhã de 26 de abril, durante o Esporte Espetacular, Clayton Conservani e Carol Barcellos falaram direto da capital nepalesa.
Repórter Clayton Conservani relata os momentos de perigo passados pela equipe da Globo e os estragos causados por um terremoto no Nepal, Jornal Hoje, 25/04/2015
Repórter Carol Barcellos participa por telefone do Jornal Nacional direto de Katmandu para falar sobre os estragos causados por um terremoto que atingiu o Nepal e sobre a busca por sobreviventes pelas equipes de resgate, Jornal Nacional, 25/04/2015.
Os repórteres Clayton Conservani e Carol Barcellos participam ao vivo do Esporte Espetacular para falar sobre a destruição causada por um forte terremoto no Nepal, Esporte Espetacular, 26/04/2015.
TREMORES SECUNDÁRIOS
Uma das imagens que mais marcaram a cobertura foi o registro feito pela equipe de um forte tremor secundário enquanto Carol Barcellos entrevistava um casal na embaixada brasileira. A reportagem foi ao ar no Fantástico do domingo, 26, junto com imagens que mostravam os estragos em Katmandu, o atendimento a feridos nos hospitais e a busca por sobreviventes.
Ao vivo, Carol Barcellos falou sobre as dificuldades enfrentadas por eles. Explicou que a rua ainda era o lugar mais seguro para ficar por conta dos riscos de novos tremores, mas a chuva e o frio fizeram com que procurassem abrigo em um hotel, que permitiu que dormissem na recepção.
Depoimentos de brasileiros que estavam no Nepal e imagens feitas por eles no momento do terremoto foram destaques da reportagem de Walace Lara também naquele domingo. A matéria ainda abordou a dificuldade que algumas famílias do Brasil estavam tendo para contatar seus parentes. De Tóquio, Márcio Gomes mostrou a mobilização mundial para ajudar as vítimas da tragédia.
Repórter Carlos Barcellos presencia um tremor secundário durante reportagem sobre os estragos causados por um terremoto no Nepal, Fantástico, 26/04/2015.
A DIMENSÃO DA TRAGÉDIA
Nos dias seguintes, o terremoto no Nepal foi o principal assunto nos telejornais – Hora Um, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal Nacional e Jornal da Globo –, com reportagens de Carol Barcellos e Clayton Conservani, direto de Katmandu, e de Márcio Gomes, de Tóquio, além de entradas ao vivo, com informações atualizadas sempre que possível. A cada edição, o número de mortos e feridos aumentava, dando a dimensão real da tragédia.
O noticiário destacava o trabalho das equipes de resgate e a chegada de ajuda humanitária, vinda de diferentes países; o atendimento precário aos feridos; o caos no qual se transformara o aeroporto, com tantos turistas tentando ir embora; os desabrigados que, com medo de retornarem para suas casas; se acumulavam em tendas improvisadas pelas ruas; e a dificuldade para se conseguir comida, água e remédios.
Em uma das reportagens, Clayton Conservani e o repórter cinematográfico Claudio Carneiro acompanharam o trabalho de socorristas em escombros da cidade atrás de sobreviventes. Em outra, Carol Barcellos, Ari Junior e Lucas Munhoz visitaram o vilarejo histórico de Khokana, a 10 km da capital. Considerado um museu a céu aberto com templos e construções medievais, o local foi totalmente destruído e estava abandonado. Três dias após o terremoto, os moradores ainda aguardavam a chegada das equipes de apoio.
Os repórteres Clayton Conservani e Carlos Barcellos conversam ao vivo com William Bonner e Renata Vasconcellos direto do Nepal para falar sobre a situação do país após um forte terremoto que deixou milhares de mortos e muita destruição, Jornal Nacional, 27/04/2015.
Reportagem de Clayton Conservani sobre os trabalhos das equipes de resgate em busca de sobreviventes após um forte terremoto no Nepal, Jornal Nacional, 28/04/2015.
Reportagem de Carol Barcellos sobre um vilarejo totalmente destruído e abandonado no Nepal após um forte terremoto que atingiu o país, Jornal Nacional, 28/04/2015.