Em 17 de julho de 2007, um acidente com um avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixou 199 mortos. A aeronave, um Airbus A320, não conseguiu pousar e atingiu um prédio da companhia aérea localizado do lado de fora da pista.
O desastre, que aconteceu apenas dez meses após um Boeing da Gol ter se chocado no ar com um jatinho matando 154 pessoas, agravou a crise aérea pela qual o país passava. Na época o acidente do voo JJ 3054 foi considerado a maior tragédia da aviação brasileira.
O repórter Fernando Rocha sobrevoa, de helicóptero, o local do acidente com o avião da TAM, Jornal Nacional, 17/07/2007.
EQUIPE E ESTRUTURA
O acidente com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas mobilizou toda a equipe de jornalismo da TV Globo em São Paulo e também da RBS, afiliada da emissora, em Porto Alegre, de onde a aeronave partira. O desastre obrigou os principais telejornais a modificarem seu noticiário: voltados naquele momento para a cobertura dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, eles passaram a destacar o desastre aéreo.
Erick Brêtas, então editor-chefe do Jornal da Globo, lembra que foi uma cobertura complicada, não apenas pela dificuldade de se aproximar do local, como também por questões psicológicas. “Todos ficaram muito abalados. Uma coisa é um avião cair no meio do mar, outra é cair no meio da cidade, onde você vê a tragédia se materializando diante dos seus olhos. Os repórteres chegavam cheirando a carne humana, havia corpos queimando ali dentro. Imagina a cabeça das pessoas, o trauma que é fazer uma cobertura dessa”, avalia.
Os repórteres César Tralli e Ernesto Paglia, que estavam no Rio de Janeiro para cobrir os Jogos Panamericanos, foram chamados de volta para a capital paulista. Como os aeroportos estavam fechados, os dois viajaram de ônibus durante a madrugada, e chegaram a tempo de participar da cobertura do acidente.
No dia seguinte à tragédia e durante três noites, o Jornal Nacional foi ancorado por William Bonner do alto de um edifício localizado nas proximidades do aeroporto de Congonhas, de onde era possível ver o prédio da TAM contra o qual o avião se chocou.
Por essa cobertura, o Jornal Nacional foi um dos finalistas no Prêmio Emmy em 2008.
“PLANTÃO! PLANTÃO!”
Menos de 20 minutos após o Airbus se chocar com o prédio da TAM, a Globo colocou no ar um plantão com imagens ao vivo do local, narradas por William Bonner. Ainda se sabia o que acontecera, mas as proporções do incêndio, que àquela altura já havia interrompido o tráfego aéreo em Congonhas, em pleno horário do rush, já justificavam a interrupção da programação.
Bonner conta que, a princípio, hesitou em entrar com o plantão. Mas, quando viu as imagens que chegavam de São Paulo, voltou atrás: “Era uma coisa muito impressionante, fogo mesmo. Um minuto antes haviam me perguntado se era o caso de dar um plantão, e eu respondera: ‘Plantão? Está pegando fogo num hangar, nem sabemos se há pessoas feridas, e você quer interromper a novela?’ Mas, quando olhei para aquele monitor, comecei a gritar: ‘Plantão! Plantão!’”.
Extremante cuidadoso ao noticiar um acidente aéreo, o jornalismo da Globo se viu diante de um caso atípico, como explica Ali Kamel, na época diretor executivo da Central Globo de Jornalismo: “Temos uma regra em relação a acidentes aéreos. Não noticiamos que caiu um avião do nada; procuramos dar a informação completa, com rota, número do voo, para que as pessoas que tenham amigos ou parentes voando naquele instante, ou que tenham voado naquele dia, não se apavorem. Mas nesse caso foi totalmente atípico. Nosso helicóptero estava sobrevoando a região para informar sobre o trânsito, para o SPTV, quando percebeu o incêndio num hangar, ou no que achávamos que era o hangar da TAM. Imediatamente, demos um plantão com as informações que tínhamos naquele momento: ‘Tem um incêndio, mas as primeiras notícias são que o avião está no hangar, portanto, está vazio’. O plantão já estava no ar quando nosso repórter no Globocop conseguiu perceber que o avião tinha atravessado a pista e batido num prédio fora do aeroporto. A essa altura, nossas equipes já tinham chegado ao local e visto também que não era nada daquilo, que um avião atravessara mesmo a pista. Foi algo realmente muito dramático. Mas não havia como dizermos: ‘Olha, desculpa: foi um acidente aéreo. Voltamos só quando tivermos mais informações’. Eu me lembro de que ficamos muito preocupados tentando identificar o voo o mais rapidamente possível. E pressionamos tanto – Bonner criticou no ar a demora das autoridades –, que logo foi identificado que se tratava de um avião que saíra de Porto Alegre para São Paulo. Aí as coisas voltaram aos trilhos.”
JORNAL NACIONAL
Naquela noite, o Jornal Nacional foi quase todo ao vivo. Pouco antes de entrar no ar, o espelho do telejornal foi modificado, e o noticiário dos Jogos Panamericanos cedeu espaço à tragédia que acontecia no aeroporto de Congonhas. “Nós havíamos planejado uma cobertura extensa para os Jogos Panamericanos, como sempre acontece nesses eventos esportivos, e principalmente por ser no Rio de Janeiro. Fátima Bernardes, inclusive, deixaria o estúdio do JN, para ancorar cada dia de um lugar diferente. Lamentavelmente, a cobertura do Pan precisou ser ‘desidratada’”, lembra William Bonner, editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional.
Ao encerrar o plantão, Bonner teve que redesenhar toda a edição do JN que seria exibida em cerca de uma hora. “E redesenhá-lo com base numa abstração, porque não havia material, VT. O que se podia fazer naquele momento, e isso foi feito, foi imediatamente dizer: ‘Vamos ao arquivo, temos que relembrar o desastre de dez meses antes’, que era o acidente da Gol, até então o maior da história da aviação brasileira. ‘Vamos ver o que São Paulo consegue fazer.’ E o jornal foi sendo feito ao vivo, foi a coisa mais heroica que já fizemos”, explica o jornalista.
O repórter Fernando Rocha sobrevoa, de helicóptero, o local do acidente com o avião da TAM, Jornal Nacional, 17/07/2007.
Do aeroporto de Congonhas, Rodrigo Bocardi e Veruska Donato entraram diversas vezes ao vivo ao longo do telejornal, enquanto Fernando Rocha continuava a sobrevoar o local do acidente. A reportagem de José Roberto Burnier relembrou os últimos desastres aéreos que aconteceram no Brasil. Jonas Campos falou direto do aeroporto de Porto Alegre, de onde o avião tinha partido. E Carlos de Lannoy, em Brasília, destacou a repercussão de mais um acidente em pleno “caos aéreo” que afetava o país.
Ao final do Jornal Nacional, a TAM informou que havia 175 pessoas a bordo do Airbus – número que depois subiu para 186. A lista oficial com os nomes das vítimas, incluindo os funcionários que trabalhavam no prédio atingido, no entanto, ainda não tinha sido divulgada pela empresa aérea.
JORNAL DA GLOBO
“Este é o momento em que todos nós só pensamos na dor, no sofrimento e na tristeza dos que perderam entes queridos no que já parece ser nossa pior tragédia aérea. Ela ocorreu apenas dez meses depois de outro acidente horroroso, até hoje não explicado de maneira satisfatória. Num país que vive uma crise aérea aparentemente ainda sem solução, temia-se, com razão, que o pior pudesse acontecer. Aconteceu.” Assim William Waack abriu o Jornal da Globo exibido em 17 de julho.
Naquela noite, o telejornal teve quase uma hora de duração e foi praticamente todo dedicado ao acidente com o avião da TAM. “Não foi possível conciliar com as notícias dos Jogos Panamericanos. A dimensão de uma tragédia daquela é tão grande que é até mau gosto a gente falar de alegria e de medalhas. Aquilo deixou o Brasil em luto, e isso foi respeitado nos primeiros dois dias. Depois, o noticiário do Pan voltou em evidência nos telejornais”, conta Erick Brêtas.
Como aconteceu no Jornal Nacional, os repórteres fizeram entradas ao vivo de diferentes pontos da cidade: Rodrigo Bocardi, Veruska Donato e César Menezes estavam no local do acidente, próximos ao prédio da TAM; Fernando Rocha, no Globocop, sobrevoando a região; Zelda Melo, no hospital para onde estavam sendo levadas as vítimas; Carla Modena, no bairro vizinho ao aeroporto; Marina Araújo, no Instituto Médico Legal de São Paulo; Janaína Lepri, em Congonhas; Graciela Andrade, no aeroporto de Campinas; Jonas Campos e Marcelo Magalhães, no aeroporto de Porto Alegre; Carlos de Lannoy, em Brasília; e Paulo Renato Soares, no aeroporto Tom Jobim, no Rio. O telejornal ainda exibiu uma reportagem de José Roberto Burnier sobre a gravação exclusiva de uma conversa entre pilotos, no dia anterior, fazendo um alerta sobre a pista escorregadia de Congonhas.
Reportagem de José Roberto Burnier sobre a gravação de uma conversa entre pilotos, no dia anterior ao acidente com o avião da TAM, Jornal da Globo, 17/07/2007.
ANCORAGEM DIRETO DE CONGONHAS
Sair do estúdio para apresentar o Jornal Nacional tem sido uma opção em situações especiais. “Temos percebido que, nesses momentos de tragédia, a melhor forma de dizer que você está junto com a população é indo até o local, com o telejornal”, explica Ali Kamel. E foi o que aconteceu. Nas três noites seguintes ao acidente, o JN foi ancorado por William Bonner do alto de um prédio próximo ao aeroporto de Congonhas.
Em 18 de julho, Bonner e Kamel foram de carro para São Paulo. Com isso, Fátima Bernardes, que estava ancorando as notícias sobre os Jogos Panamericanos de diferentes pontos do Rio de Janeiro, teve de voltar ao estúdio.
Na edição daquela noite, mais uma vez, o JN exibiu uma ampla cobertura da tragédia. As reportagens mostraram, entre outras coisas, as possíveis causas do acidente e o trabalho de resgate dos corpos, que ainda não tinha terminado. Em Porto Alegre, Rosane Marchetti acompanhou o drama dos familiares das vítimas para conseguir a lista oficial de nomes das pessoas que estavam a bordo da aeronave.
William Bonner apresenta o Jornal Nacional do alto de um edifício localizado nas proximidades do aeroporto de Congonhas após o acidente com o avião da TAM, 18/07/2007.
O Jornal Nacional mostrou, ainda, as últimas imagens do vôo 3054, registradas pelo circuito interno ao aeroporto, que mostravam a aeronave percorrendo a pista de pouso com uma velocidade muito acima da normal.
REVELAÇÕES EXCLUSIVAS
A notícia de que o avião da TAM apresentara um defeito no reversor da turbina direita dias antes foi dada em primeira mão pelo JN na noite de 19 de julho. Além do problema mecânico, o telejornal também apurou que, na véspera do acidente, a mesma aeronave enfrentara dificuldades para aterrissar em Congonhas, parando no limite da pista de pouso do aeroporto.
William Bonner conta como conseguiu o furo noticiado pelo Jornal Nacional: “Dario Leite, do Esporte, ligou para mim, ou mandou um e-mail, dizendo: ‘Olha, um amigo me disse que esse avião que bateu havia sofrido um problema na véspera, lá mesmo, na pista de Congonhas. Corre atrás dessa história’. Liguei então para o assessor de imprensa da TAM, Andrew Guilanss, que foi meu colega de faculdade, e contei o que precisava apurar. Ele me colocou em contato com a presidência. Quando levei a questão ao presidente da TAM, ele ficou meio reticente. Perguntou várias vezes o que eu queria mesmo saber, me obrigando a repetir a pergunta, ou seja, se aquele avião havia sido o mesmo, se ele tivera um problema na véspera etc. Ele me passou para o vice-presidente técnico, Ruy Amparo. Quando o vice-presidente me atendeu, quis saber de novo o que eu estava perguntando. Eu repeti a pergunta, e ele confirmou. Na verdade, eu havia ligado para apurar uma informação e acabei apurando duas – uma veio de lambuja: ele acabou dizendo que o avião estava com o ‘reverso pinado’ por causa de um problema que acontecera no sábado, três dias antes do acidente. Na ocasião, eles fizeram o que manda o manual, isto é, travaram o reverso da asa direita. Abri o JN dizendo que o reverso estava ‘pinado’ e o que isso significava. Até então, culpava-se muito a pista, e aí surgiu outra hipótese para o acidente. Hoje, vemos que aparentemente foi uma coleção de coisas: a pista curta demais, molhada demais, sem o grooving, o avião sem o reverso etc. Tudo errado”.
Reportagem de Cesar Tralli sobre as investigações das causas do acidente com o avião da TAM em Congonhas, Jornal Nacional, 19/07/2007.
As informações divulgadas pela Globo repercutiram internacionalmente e foram notícia em importantes jornais como o New York Times e o Le Monde. Ainda naquela edição do Jornal Nacional, uma reportagem de Maurício Ferraz mostrou imagens exclusivas do interior do prédio da TAM, atingido pelo avião. O trabalho de resgate dos corpos ainda não havia terminado.
O APRESENTADOR QUE É PILOTO
O conhecimento do apresentador William Waack em aviação influenciou diretamente a cobertura realizada pelo Jornal da Globo. Apaixonado por avião, o jornalista fez curso de pilotagem em 2006. “No caso de um acidente aéreo como esse, minha familiaridade com questões aeronáuticas e o número de pessoas que conheço no campo permitiram que o Jornal da Globo fizesse uma cobertura que buscava entender as causas do acidente, além de mostrar, claro, o lado trágico e humano da situação. Nossa vantagem era que tínhamos a capacidade de interpretar, do ponto de vista técnico, os elementos que estavam à nossa disposição, como as câmeras de segurança da Infraero”, explica Waack.
Após a divulgação das imagens do circuito interno do aeroporto de Congonhas, o Jornal da Globo conversou com especialistas para tentar esclarecer as razões do acidente. A demora excessiva da tripulação para tomar uma decisão foi uma das hipóteses levantadas por Jorge Barros, especialista em segurança de voo, e apresentadas pelo telejornal no dia seguinte ao acidente.
Em 1º de agosto, a partir das informações da caixa-preta do voo 3054, divulgadas pela CPI do apagão aéreo, o Jornal da Globo reconstituiu o pouso do Airbus A320 da TAM. “Quando a caixa preta vazou e comparamos as imagens, fomos bem claros em dizer que eles tinham uma janela de tempo para tomar uma decisão de, aproximadamente, cinco segundos, o que na aviação é bastante tempo. Mas eles levaram 11 segundos para começar a fazer alguma coisa. Aí, pelas leis da física, não havia mais tempo, não naquela pista que restava. E nós do Jornal da Globo identificamos isso de cara, muito antes da investigação oficial”, acrescenta o apresentador.
REAÇÃO POLÊMICA
Dois acidentes aéreos de grandes proporções, num intervalo de dez meses, serviram para agravar a crise aérea pela qual o país passava. No desastre com o Airbus da TAM, uma das principais discussões era quanto da responsabilidade caberia às autoridades e quanto caberia à empresa aérea.
Quando o Jornal Nacional informou que um problema técnico poderia ter contribuído para o acidente, o assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia e um assessor comemoraram, fazendo gestos obscenos. A cena, que aconteceu em sua sala, no terceiro andar do Palácio do Planalto, foi flagrada por um cinegrafista da Globo e exibida naquela mesma noite pelo Jornal da Globo.
Zileide Silva, que se preparava para gravar em frente ao Palácio do Planalto, relembra o episódio: “Nós estávamos do lado de fora, quando um colega, aprendendo a fazer câmera, começou a filmar o Planalto. Ele viu o gabinete do Marco Aurélio Garcia e apontou a lente naquela direção. Nessa hora, Marco Aurélio fez o gesto com as mãos. Esse colega me chamou e disse: ‘Olha, Zileide, o Jornal Nacional estava começando, quando ele fez isso. Tenta descobrir, tem alguma coisa aí.’ Eu, então, liguei para o assessor de imprensa do Marco Aurélio e perguntei o que tinha sido aquilo. E, não sei se por ingenuidade, ele me respondeu: ‘Foi quando entrou a escalada do Jornal Nacional, informando sobre a falha; então, não era culpa do governo, e ele comemorou’. Eu liguei para a redação, avisei que tínhamos aquela imagem e que já havia confirmado a informação. Não conseguimos dar no Jornal Nacional, mas o Jornal da Globo deu.”
A imagem gerou polêmica. Em entrevista ao Jornal da Globo, exibida na mesma edição, Marco Aurélio Garcia se explicou: “Essas imagens, que foram tomadas à revelia, refletem concretamente a minha indignação frente a uma determinada versão que se quis passar para a opinião pública que creditava ao governo a responsabilidade de um acontecimento dramático. Eu digo que é indignação porque não se trata simplesmente de jogar a responsabilidade nas costas do governo; se trata de explorar. Morreram duzentos brasileiros”.
OS RESPONSÁVEIS
Somente em setembro de 2009, a Polícia Federal concluiu o inquérito sobre o acidente com o avião da TAM. O relatório da PF atribuiu aos pilotos do voo 3054 a responsabilidade pela tragédia. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) também apontou falha dos pilotos em seu documento final, apesar de não descartar uma possível falha mecânica.
Em julho de 2011, a Justiça Federal aceitou a denúncia do Ministério Público Federal, que acusou de imprudência e negligência a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, e dois então diretores da TAM: Alberto Fajerman (vice-presidente de operações) e Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro (diretor de segurança de voo). Os três passaram a responder criminalmente pelo acidente com o Airbus A320 ocorrido em julho de 2007.
FONTES
Depoimento concedido ao Memória Globo por: Ali Kamel (26/03/2012), Erick Brêtas (20/06/2011), Ernesto Paglia (24/05/2010), William Bonner (09/03/2009 e 23/03/2009), William Waack (21/03/2012), Zileide Silva (30/04/2010); Jornal Nacional, 17-21/07/2007, 01/08/2007; Jornal da Globo, 17-20/07/2007, 01/08/2007; “Para PF, pilotos foram os únicos culpados” In O Estado de S. Paulo, 29/10/2009; “Tragédia da TAM: MPF pedirá 12 anos de prisão a acusados” In O Estado de S. Paulo, 13/07/2011; “Reverso do Airbus estava travado. In O Globo, 20/07/2007; “Acidente da TAM: famílias criticam relatório da PF” In O Globo, 01/11/2009. |