Renato Ribeiro entrou na Globo em 1983 como editor do Jornal Nacional. Participou de coberturas importantes, como a greve dos operários da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ), em 1984; o incêndio do edifício Andorinhas (1986); e o naufrágio Bateau-Mouche IV, no réveillon de 1988. No início da década de 1990, Renato passou a integrar a equipe do Jornal Nacional como editor responsável pelo noticiário nacional em coberturas como o impeachment de Fernando Collor, em 1992 e o assassinato do repórter Tim Lopes.Durante as décadas de 1990 e 2000, participou da cobertura de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 1998 na França, os Jogos Olímpicos de Sydney e a Copa do Mundo da Coreia e do Japão. Em janeiro de 2004, Renato Ribeiro assumiu a coordenação da editoria Rio da Globo, ficando responsável pelo noticiário local. Em julho de 2009, com a criação da direção-geral de Jornalismo e Esporte, Renato Ribeiro passou a ser diretor executivo de Jornalismo, responsável pela supervisão de diversos programas e telejornais da emissora. Em janeiro de 2013, assumiu a Central Globo de Esportes, e esteve à frente das coberturas da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. O jornalista deixou a Globo no fim de junho de 2018.
Início da carreira
Filho do contador Joaquim da Maria Ribeiro e da professora Eunice Miranda Ribeiro, Renato Ribeiro formou-se em jornalismo em 1979 pela Universidade Gama Filho. Começou a trabalhar como repórter e redator no jornal da Secretaria Estadual de Agricultura e, mais tarde, na revista de economiaBoletim Cambial. Entre 1982 e 1983, passou por um período de experiência no jornal O Globo.
Em 1983, influenciado por seus irmãos Edson e Aníbal Ribeiro, ambos jornalistas da Globo, procurou trabalho como editor de texto, ingressando na TV Bandeirantes e na recém-fundada TV Manchete. Conciliou os dois empregos até 1985, quando saiu para cobrir as férias de um profissional da Globo. Acabou sendo contratado para trabalhar na cobertura local, também como editor.
“Quando cheguei à Globo, estava diante de um desafio muito grande. Muitos profissionais já reconhecidos no mercado ‒ naquele momento começavam a surgir grandes nomes com o padrão Globo de fazer televisão, que apareciam nas reportagens, Glória Maria, André Luiz , Sônia Pompeu, Leila Cordeiro, Leilane Neubarth. Foi esse o grupo ao qual eu me juntei nesse momento. E passei a desempenhar uma tarefa bem complicada, porque era um desafio você chegar e trabalhar não para o local, mas para um telejornal de rede, o mais importante telejornal de rede, que era o Jornal Nacional. Então, todos os cuidados do mundo a gente tinha”, conta.
No cargo, Renato Ribeiro participou de coberturas importantes, como a greve dos operários da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ), em 1984; a fuga do traficante Escadinha (José Carlos dos Reis Encina) do presídio da Ilha Grande( 1985); o incêndio do edifício Andorinhas (1986); em 1988 as enchentes do verão de no Rio, em 1988; e o naufrágio Bateau-Mouche IV, no Réveillon de 1988.
Jornal Hoje
No início da década de 1990, Renato trabalhou durante um ano no Jornal Hoje. Logo depois, passou a integrar a equipe do Jornal Nacional como editor responsável pelo noticiário nacional. Editou as coberturas do processo de impeachment de Fernando Collor, em 1992, das chacinas da Candelária e de Vigário Geral, ambas em 1993, e das eleições de 1994 e de 1996.
“Estávamos presentes com uma equipe da madrugada quando surgiram as primeiras informações de que os meninos tinham morrido, mas até então não se tinha um dimensão de que era uma chacina. Até que apareceu a Yvonne Bezerra de Melo, que era uma socióloga, trabalha com a criançada, que nos ajudou a entender e dar a dimensão de tudo que estava acontecendo. Nas primeiras mortes, a gente pensou: “Ué, será que são casos isolados? Será que houve uma briga entre eles?” Até a gente descobrir que foi uma ação de policiais na Candelária contra os menores. E do mesmo jeito foi a chacina de Vigário Geral, que a gente se lembra daquela imagem tenebrosa que correu o mundo, que a gente fez, de todos os caixões ali empilhados”, ressaltou Renato.
Durante a Copa do Mundo de 1998, Renato foi para a França coordenar a cobertura, chefiando a equipe da Globo, formada por mais de 150 profissionais distribuídos por diversas cidades. Dois anos depois, participaria da cobertura dos Jogos Olímpicos de Sydney, na Austrália.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
1ª parte do webdoc sobre o Impeachment de Fernando Collor (1992), com entrevistas exclusivas
Webdoc sobre a Copa da França (1998), com entrevistas exclusivas.
Grandes coberturas
Renato Ribeiro era o responsável pelo Jornal Nacional no Rio de Janeiro na manhã do dia 11 de setembro de 2001, quando houve os atentados terroristas ao World Trade Center, nos EUA. Participou intensamente da cobertura naquele dia.
“Essa cobertura do 11 de Setembro mudou um pouco nossa maneira de fazer grandes coberturas. Foi uma experiência a mais que a gente adquiriu. E acho que para todos os jornalistas daqui da TV Globo, principalmente, ficou bem claro que a responsabilidade que a gente tinha era muito grande ao dar a notícia. Um acontecimento desses, enorme, em que as informações se multiplicavam a todo momento, a gente checava, rechecava, tinha cuidado para dar. Não saímos dizendo qualquer coisa a respeito do que tinha acontecido. A direção editorial desse momento aí foi muito prudente e a gente aprendeu muito, teve uma sensibilidade muito grande em retratar um assunto desses para o Brasil inteiro”.
No ano seguinte, foi ao Japão e à Coreia do Sul para cobrir a Copa do Mundo. “A gente estava em todos os lances, acompanhamos todos os momentos da Copa. Crises, momentos de alegria ou momentos de sucesso da Copa a gente pôde estar ao lado, saímos viajando com a seleção por várias cidades, depois no Japão, também. No Japão, então, foi um fenômeno”, ressaltou o jornalista sobre a cobertura do pentacampeonato.
Na mesma época, coordenou a cobertura das investigações do assassinato do repórter Tim Lopes: “O que aconteceu na verdade é que, mesmo sem se perceber muito, a guerra urbana no Rio de Janeiro explodiu de uma forma que os jornalistas de uma maneira geral, quem cobre, talvez não tivessem a dimensão exata do quanto a violência urbana trouxe incerteza e insegurança para a cobertura do dia a dia dos fatos da cidade. A cobertura que o Tim fez é uma cobertura normal, era uma reportagem especial de denúncia como a gente já havia feito tempos atrás e que foi mostrar para a sociedade o mal que aquele baile organizado por traficantes com drogas, sexo e uma série de outras circunstâncias ali traziam um desserviço, uma situação em que a bandidagem acabava assumindo um papel de justiça, de polícia, numa região em que alguns são bandidos e muitos são pobres e trabalhadores”.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc jornalismo - Tim Lopes: Assassinato (2002)
Ainda em 2002, acompanhou as eleições nacionais e estaduais. Naquele ano, o JN entrevistou os principais candidatos presidenciais em sua bancada.
Da coordenação da Rio à direção
Em janeiro de 2004, Renato Ribeiro assumiu a coordenação da editoria Rio da Globo, ficando responsável pelo noticiário local. No cargo, participou da criação da base móvel do RJTV na Baixada Fluminense, em 2005. Nos anos seguintes, o jornalista participou da cobertura da Copa do Mundo na Alemanha e dos Jogos Pan-Americanos realizados no Rio de Janeiro.
Em julho de 2009, com a criação da direção-geral de Jornalismo e Esporte, Renato Ribeiro passou a ser diretor executivo de Jornalismo, responsável pela supervisão de diversos programas e telejornais da emissora. Em janeiro de 2013, assumiu a Central Globo de Esportes, substituindo Luiz Fernando Lima.
Renato se viu diante de dois grandes desafios: as coberturas da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A Copa no Brasil exigiu planejamento e uma logística detalhada. A Globo transmitiu ao vivo 56 dos 64 jogos da competição nas 12 cidades sede. Os repórteres da emissora acompanharam todos os passos das 32 seleções que vieram ao Brasil.
O jornalista deixou a Globo no fim de junho de 2018.
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