Mario Renato Gomes Marona é filho dos comerciantes Mário Osório Marona e Maria Zula Gomes Marona. Cursou jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Aos 18 anos, ainda na capital gaúcha, começou a trabalhar como estagiário no jornal Zero Hora, no qual ficou por três anos, e simultaneamente na rádio Continental, emissora do Sistema Globo de Rádio. Por mais de uma década, Marona trabalhou na editoria de Política, primeiro gaúcha e depois nacional. Foi repórter e editor do jornal Correio do Povo, do qual saiu em 1983. Mudou-se então para o Rio de Janeiro, onde chegou a ser assessor de imprensa do governo estadual durante seis meses. No mesmo ano, entrou para o jornal O Globo como redator da editoria Nacional, também responsável pela cobertura política.
Em 1987, Mario Marona foi remanejado para Brasília, com a tarefa de ser chefe de reportagem na sucursal do jornal. Permaneceu no cargo por dois anos, sendo chamado de volta para ser editor-adjunto da editoria País. Mais tarde, tornou-se chefe de reportagem e editor da editoria Rio e, em seguida, transferiu-se para a editoria de Esportes. Chefiou a cobertura da Copa do Mundo de 1990, na Itália.
Já estava de volta à editoria País quando ocorreu a crise do governo Collor. Acompanhou desde as primeiras denúncias de corrupção até o processo de impeachment e a renúncia do ex-presidente, em 30 de dezembro de 1992. Ainda no jornal O Globo, exerceu os cargos de editor-executivo, editor de primeira página e editor-chefe. Foi responsável pelo projeto e pela implantação do Globo Online, a versão digital do jornal. Participou também da criação do Projeto Calandra, programa de treinamento interno para jovens jornalistas. Em 1996, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo na categoria Criação Gráfica, pela primeira página de O Globo “Paz”, que editou junto com Cláudio Prudente.
Ainda em 1996, foi convidado por Evandro Carlos de Andrade , então diretor da Central Globo de Jornalismo, para ocupar o cargo de editor-chefe do 'Jornal Nacional' com a missão de imprimir uma linha mais popular ao telejornal. Nesse período, coordenou diversas coberturas importantes, como as que denunciaram casos de violência policial em Eldorado dos Carajás, no Pará, e na Favela Naval , em Diadema, São Paulo, ambas em 1997.
”Esse tipo de violência, eu acho que não tem o menor sentido. Nem em jornal impresso eu gosto, muito menos em televisão. Acho que ofende as pessoas e agride. Mas eu não tenho o direito de adotar o mesmo critério diante de uma denúncia séria como foi a da favela Naval”. Outra denúncia foi a do uso de navios da Marinha para contrabando, em matéria de Roberto Cabrini, Caco Barcellos e Fernando Molica.
Algumas das principais coberturas feitas pelo 'Jornal Nacional' durante a gestão de Marona foram: a da queda do Fokker-100 da TAM , perto do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em 1996. “Foi o primeiro grande jornal que eu tive que fazer, que eu tive que dirigir. A gente deu praticamente também o jornal inteiro. Foi um trabalho espetacular.”
Mario Marona cita também as reportagens sobre a a morte da Princesa Diana em Paris, em 1997; a do desabamento do edifício Palace ll , no Rio, em 1998; e a da Copa do Mundo na França , também 1998. Em outras reportagens marcantes dessa época, o 'JN' exibiu os bastidores da entrevista de Roberto Cabrini com a advogada Jorgina de Freitas, então foragida da Justiça brasileira na Costa Rica, e a tensa entrevista de Sônia Bridi com o ex-presidente Fernando Collor em Miami, nos EUA.
O jornalista também esteve à frente do 'Jornal Nacional' também em momentos polêmicos, como no nascimento da filha da apresentadora Xuxa Meneghel, em 28 de julho de 1998, véspera do leilão que selou a privatização da Telebrás e da Telesp. O telejornal recebeu críticas por dedicar mais tempo à primeira notícia, mesmo sem ter deixado de noticiar a segunda. Outra polêmica foi causada por uma série de três reportagens sobre o romance de macaca Capitu, no zoológico de Brasília, realizadas pela repórter Zileide Silva.
Em 1999, Marona pediu para deixar o 'JN' e voltou a Brasília, para ser diretor de jornalismo da sucursal da Globo. Na capital federal, chefiou jornalistas como Alexandre Garcia, Zileide Silva, Délis Ortiz e Ana Paula Padrão e coordenou a premiada série de reportagens Fome no Brasil, de Marcelo Canellas e do repórter cinematográfico Lúcio Alves Rodrigues – os dois receberam, entre outros, os prêmios Embratel e Vladimir Herzog. “A idéia da série sobre a fome foi do Canellas, mas eu ajudei a pautar. Ele fez cinco matérias. Passou dois meses viajando. A série ficou espetacular. Ganhou prêmio na Organização das Nações Unidas(ONU) e na Organizações dos Estados Americanos (OEA)”.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc jornalismo - 'Jornal Nacional': Série Fome (2001)
A equipe chefiada por Marona também acompanhou a cassação do senador Luiz Estevão, o embate político entre os senadores Jader Barbalho e Antônio Carlos Magalhães, bem como as denúncias de corrupção contra o último.
Em 2001, alegando motivos pessoais, Mario Marona pediu demissão da Globo. Trabalhou, ainda, na sucursal do Jornal do Brasil em Brasília, na direção de jornalismo da Band-Rio e, durante três meses, ocupou a diretoria de Comunicação Social do Senado Federal. Em 2003, tornou-se sócio de uma empresa de assessoria, produção e consultoria de comunicação. Em 2010, o jornalista foi convidado para integrar a equipe de comunicação da campanha da então candidata Dilma Rousseff à Presidência da República.
FONTE:
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por Mario Marona em 01/06/2004 e 02/05/2005. |