Especial Manoel Carlos

Relembre os principais trabalhos do autor Manoel Carlos, escritor de novelas, minisséries e seriados de sucesso.

Por Memória Globo


Manoel Carlos faz parte da geração que cresceu junto com a televisão brasileira. Nascido em São Paulo, em 14 de março de 1933, estreou como ator aos 17 anos na TV Tupi , a primeira emissora do país. Em seguida, assumiu as funções de produtor, diretor e roteirista de diversos programas, além de começar a escrever. Reconhecido como talentoso autor de novelas, traz o Rio de Janeiro como cenário e explora em detalhes os conflitos familiares. Uma de suas marcas são as Helenas, mulheres fortes que lutam pelos filhos acima de tudo e de todos. Confira neste especial os principais sucessos do autor e marcos de sua trajetória.

'Absolutamente autodidata'

Manoel Carlos conta que se inspirou em sucessos da radionovela para consolidar seu estilo de escrita em dramaturgia e aprendeu muito nos bastidores da televisão, em uma época de pioneirismo e experimentação de linguagem e formatos. Maneco começou na Globo em 1972, como diretor-geral do 'Fantástico'. Antes, passou pela maioria das emissoras brasileiras, escrevendo, produzindo e atuando.

Manoel Carlos, 2008 — Foto: Cícero Rodrigues/Memória Globo

EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Depoimento - Manoel Carlos: Perfil

Depoimento - Manoel Carlos: Escolha do nome Helena

Depoimento - Manoel Carlos: Amor pelo Rio de Janeiro

NOVELAS

Depoimento - Manoel Carlos: Repercussão das novelas

Maria, Maria (1978)

'Maria, Maria' foi a primeira telenovela de Manoel Carlos na Globo. Em 1978, com a experiência de mais de 150 adaptações para a televisão, transformou em novela o romance 'Maria Dusá', de Lindolfo Rocha, sob o título de 'Maria, Maria'. A trama teve direção de Herval Rossano, com Nívea Maria no papel principal, e foi ao ar no horário das 18h.

Léa Garcia, Nívea Maria e Isis Koschdoski em Maria, Maria, 1978. Nelson Di Rago/Globo — Foto: Nelson Di Rago/Globo

A Sucessora (1978)

Em seguida, o autor adaptou o romance 'A Sucessora', de Carolina Nabuco, também dirigida por Herval Rossano. Exibida no horário das 18h, a novela teve no elenco Susana Vieira, Rubens de Falco e Arlete Salles, entre outros atores.

Susana Vieira e Rubens de Falco em A Sucessora, 1978 — Foto: Acervo/Globo

Água Viva (1980)

Em 1980, Manoel Carlos teve a sua primeira experiência no horário das 20h: convidado pelo autor Gilberto Braga, dividiu a autoria da premiada 'Água Viva'. A novela contava no elenco com Reginaldo Faria, Raul Cortez, Betty Faria, Tônia Carreiro e Glória Pires.

Raul Cortez e Betty Faria em Água Viva, 1980 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

Baila Comigo (1981)

O primeiro roteiro original de Manoel Carlos para a televisão veio em 1981, com 'Baila Comigo'. A novela marcou o nascimento da heroína Helena. Lilian Lemmertz foi a atriz escolhida para dar vida à personagem, que se tornou marca registrada do autor. A origem do nome vem de sua paixão pela mitologia grega: Helena é o símbolo da mulher forte, guerreira e capaz de tudo em nome do amor.

Lilian Lemmertz e Fernando Torres em Baila Comigo, 1981 — Foto: Acervo/Globo

Sol de Verão (1982)

'Sol de Verão' foi escrita por Manoel Carlos especialmente para o amigo e ator Jardel Filho. O casal formado por Heitor (Jardel Filho) e Rachel (Irene Ravache) conquistou o país. Antes do desfecho da trama, Jardel Filho morreu de ataque cardíaco e Manoel Carlos afastou-se da autoria da novela. A tarefa de escrever os capítulos finais ficou a cargo de Lauro César Muniz.

Jardel Filho e Irene Ravache em Sol de Verão, 1982 — Foto: Acervo/Globo

Felicidade (1991)

Manoel Carlos retornou a Globo em 1991 para escrever a novela 'Felicidade', inspirada em contos de Aníbal Machado. Em 'Felicidade', Maneco deu vida à sua segunda Helena, dessa vez interpretada por Maitê Proença. A novela foi a primeira da emissora a ter uma mulher na direção-geral: Denise Saraceni.

Maitê Proença e Tatyane Fontinhas em Felicidade, 1991 — Foto: Bazilio Calazans/Globo

História de Amor (1995)

Um triângulo amoroso movimentava 'História de Amor', escrita por Manoel Carlos em 1995. Apaixonada por Carlos Alberto (José Mayer), Helena (Regina Duarte) tem como rival a ciumenta Paula (Carolina Ferraz), com quem o médico é casado. Nesta trama, uma campanha sobre o câncer de mama foi promovida por meio da personagem Marta, interpretada por Bia Nunes.

José Mayer e Regina Duarte em História de Amor, 1995 — Foto: Bazilio Calazans/Globo

Por Amor (1997)

Em 1997, Manoel Carlos lançou 'Por Amor'. Por meio de mais uma Helena, novamente interpretada por Regina Duarte, o autor abordou a polêmica atitude de uma mãe que abre mão de seu filho em nome da filha, Maria Eduarda (Gabriela Duarte), que perdera seu bebê horas depois do parto.

Regina Duarte e Gabriela Duarte em 'Por Amor' (1997) — Foto: Nelson Di Rago/Globo

Laços de Família (2000)

Em 2000, 'Laços de Família' mostrou o drama de Camila, personagem de Carolina Dieckmann: a jovem descobre que sofre de leucemia e precisa de um transplante de medula. O sacrifício de Helena (Vera Fischer) é gerar um filho do mesmo pai de Camila, um homem que ela não ama mais, para salvá-la.

Vera Fischer e Carolina Dieckmann em Laços de Família (2000) — Foto: Acervo/Globo

Mulheres Apaixonadas (2003)

A força das mulheres para superar dificuldades e seguir com a vida era o tema central de 'Mulheres Apaixonadas', exibida em 2003. A novela girava em torno de Helena (Christiane Torloni), diretora de uma escola de ensino médio. Paralelamente, foram abordadas questões relacionadas ao preconceito contra o idoso no Brasil, apresentadas a partir do casal vivido por Carmem Silva e Louzadinha. A trama retratou também a violência contra a mulher e o celibato.

Helena Ranaldi e Dan Stulbach em Mulheres Apaixonadas, 2003 — Foto: Renato Rocha Miranda/Globo

Páginas da Vida (2006)

Em 'Páginas da Vida', Maneco convidou novamente Regina Duarte para viver sua terceira Helena. A personagem é uma médica que adota uma menina com Síndrome de Down. A criança é rejeitada pela avó (Lilia Cabral) ao nascer, após a trágica morte da mãe, Nanda (Fernanda Vasconcellos) num acidente.

Regina Duarte e Joana Mocarzel em Páginas da Vida, 2006 — Foto: Renato Rocha Miranda/Globo

Viver a Vida (2009)

'Viver a Vida' (2009), também dirigida por Jayme Monjardim, tinha como mote o tema da superação. Thaís Araújo vive uma top model internacional que, no auge da carreira, larga a profissão e se casa com o empresário Marcos (José Mayer). O romance não é aceito por sua filha, Luciana (Alinne Moraes), que luta para se recuperar de um acidente que a deixou paraplégica.

José Mayer e Taís Araújo em Viver a Vida, 2009 — Foto: Renato Rocha Miranda/Globo

Em Família (2014)

Para viver a última Helena de sua carreira, Maneco convidou Julia Lemmertz, filha de Lilian Lemmertz, sua primeira musa. Amor, ciúme e obsessão definem a história de Helena (Julia Lemmertz) e Laerte (Gabriel Braga Nunes) na novela 'Em Família'. Vinte anos após a separação dos dois, Laerte, que havia ido morar na Europa, retorna ao Brasil e demonstra interesse por Luiza (Bruna Marquezine), filha de Helena que possui grande semelhança física com a mãe.

Julia Lemmertz e Gabriel Braga Nunes em Em Família, 2014 — Foto: Paulo Belote/Globo

MINISSÉRIES

'Presença de Anita' (2001)

Um dos trabalhos marcantes de Manoel Carlos foi a adaptação de 'Presença de Anita' (2001), inspirada em obra homônima de Mário Donato. A minissérie mostrou uma história de obsessão, sedução e morte, tendo como protagonista a jovem e sedutora Anita (Mel Lisboa).

Mel Lisboa e José Mayer em Presença de Anita, 2001. — Foto: Cristiana Isidoro/Globo

'Maysa – Quando Fala o Coração' (2009)

Em janeiro de 2009, Maneco assinou sua segunda minissérie na Globo, inspirada na biografia da cantora Maysa. Exibida em nove episódios, 'Maysa – Quando Fala o Coração' foi dirigida por Jayme Monjardim, filho da cantora, e protagonizada pela atriz Larissa Maciel.

Larissa Maciel em Maysa - Quando Fala o Coração (2009) — Foto: Renato Rocha Miranda/Globo

SERIADO

Malu Mulher (1979)

O seriado 'Malu Mulher' discutia as relações entre homem e mulher; as dificuldades da vida conjugal e da vida profissional; a educação dos filhos; e o conflito de gerações, questões até então inéditas na televisão brasileira. Em 1979, o seriado debatia a situação da mulher emancipada que, diante de uma liberdade recém-conquistada, queria assumir responsabilidades sem precisar se submeter à figura do marido. 'Malu Mulher' falava para essa nova mulher, que tentava tomar conta do próprio destino.

Regina Duarte em Malu Mulher, 1979 — Foto: Studium/Globo

WEBDOCS: NOVELAS DE MANOEL CARLOS

Webdoc novela - Baila Comigo (1981)

Webdoc novela - Por Amor (1997)

Webdoc novela - Laços de Família (2000)

Webdoc novela - Páginas da Vida (2006)