João Ubaldo se formou em direito, por imposição do pai, mas nunca exerceu a profissão. Sua formação literária se iniciou ainda nos primeiros anos como estudante, porém, chegou a fazer mestrado em administração pública e ciências políticas na University of Southern e dar aulas na Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia. Como jornalista, trabalhou, nessa época, como repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia. Foi também colunista, editorialista e editor-chefe da Tribuna da Bahia. Com o trabalho na imprensa, pôde escrever seus livros de ficção e construir uma carreira que o consagrou como romancista, cronista, jornalista e tradutor. Começou a publicar suas crônicas em O Globo nos anos 1980 e seu romance 'O Sorriso do Lagarto' (1989) foi adaptado para a televisão em 1991, em uma minissérie exibida pela Globo e escrita por Walther Negrão e Geraldo Carneiro.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
João Ubaldo conta sobre seu começo de carreira em depoimento ao Memória Globo em 17/04/2002.
João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro, com dois meses de idade, foi levado para Sergipe, onde seu pai trabalhava como professor e político. Ficou lá até os 11 anos. Na adolescência, estudou no Colégio da Bahia, em Salvador, onde conheceu Glauber Rocha, de quem se tornou amigo inseparável. Juntos fundaram a revista Mapa, participaram intensamente da política estudantil e começaram a trabalhar no Jornal da Bahia. Aos 18 anos, João Ubaldo já publicava suas primeiras crônicas nesse jornal, ao mesmo tempo em que começava a desenvolver seu trabalho jornalístico, primeiro como repórter, depois redator e, finalmente, como chefe de reportagem. Tempos depois, trabalhou também na Tribuna da Bahia, onde foi editor-chefe.
João Ubaldo formou-se em direito, por imposição do pai, mas nunca exerceu a profissão. Em 1964, foi para Califórnia fazer mestrado em administração pública e ciências políticas na University of Southern. De volta ao Brasil, tornou-se professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia. Como jornalista, trabalhou, nessa época, como repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia. Foi também colunista, editorialista e editor-chefe da Tribuna da Bahia.
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O escritor e sua obra: João Ubaldo Ribeiro fala de crônicas e livros em depoimento ao Memória Globo em 17/04/2002.
Sua formação literária se iniciou ainda nos primeiros anos como estudante. Participou de um programa de intercâmbio na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Com o trabalho na imprensa, pôde escrever seus livros de ficção e construir uma carreira que o consagrou como romancista, cronista, jornalista e tradutor. Chegou a colaborar com publicações como o jornal Diet Zeit (Alemanha), The Times Literary Supplement ( Inglaterra), O Jornal ( Portugal), Jornal de Letras ( Portugal), Folha de S.Paulo e A Tarde.
Em 1963, quando tinha 21 anos, escreveu seu primeiro romance, 'A Semana da Pátria', editado cinco anos depois com o título 'Setembro Não Tem Sentido'. Em 1971, publicou 'Sargento Getúlio', consagrando-se como um dos maiores escritores brasileiros contemporâneos. O livro foi publicado em vários países, como Espanha, Noruega, França, Itália, Alemanha, Turquia e Israel. Insatisfeito com a versão norte-americana, ele próprio se encarregou de traduzir o livro para o inglês. Em 1983, o livro ganhou uma versão cinematográfica com o ator Lima Duarte no papel-título. Considerado um clássico do romance moderno brasileiro, 'Sargento Getúlio' colocou o autor num patamar ocupado por nomes como Graciliano Ramos e Guimarães Rosa.
Em 1981, João Ubaldo foi para Lisboa desenvolver um estudo sobre o neorrealismo português, como bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian. Lá, escreveu 'Política: Quem Manda, Por Que Manda, Como Manda'. Nesse período, editou com Tarso de Castro a revista Careta, e começou a publicar suas crônicas em O Globo, a convite de Evandro Carlos de Andrade e de Henrique Caban.
Terminada a temporada em Portugal, Ubaldo mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi quando começou a escrever 'Viva o Povo Brasileiro'. Em 1983, decidiu transferir-se para Itaparica, sua terra natal, para se dedicar exclusivamente à elaboração do livro e à sua coluna em O Globo. Em setembro do ano seguinte, deixou de escrever para o jornal, retornando apenas em 1993. Desde essa época, suas crônicas também passaram a ser publicadas semanalmente em 'O Estado de S. Paulo'.
Em 1988, João Ubaldo publicou 'Sempre aos Domingos'. O livro reunia 42 crônicas selecionadas entre numerosas outras publicadas semanalmente em O Globo durante o período entre 1981 e 1987. O título era uma alusão ao dia da semana em que saíam suas crônicas e uma analogia ao filme 'Nunca aos Domingos', de Jules Dassin.
Em 1990, João Ubaldo foi para Alemanha como participante de um programa de intercâmbio cultural, promovido por uma fundação de artistas berlinenses. Lá, colaborou com o suplemento cultural do jornal Frankfurter Rundschau, um dos mais importantes do país. Em outubro de 1993, já no Brasil, foi eleito para ocupar a cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras, vaga com a morte do jornalista Carlos Castelo Branco.
João Ubaldo Ribeiro publicou também os livros 'Vencecavalo e Outro Povo' (1974), 'Vila Real' (1979), 'Livro de Histórias' (1981), 'O Sorriso do Lagarto' (1989), 'O Feitiço da Ilha do Pavão' (1997) e 'A Casa dos Budas Ditosos' (1999).
O romance 'O Sorriso do Lagarto' foi adaptado para a televisão em 1991, em uma minissérie exibida pela Globo e escrita por Walther Negrão e Geraldo Carneiro. Lima Duarte, Maitê Proença e Raul Cortez deram vida aos personagens do triângulo amoroso do romance. Ainda na TV, em 1993, Lima Duarte encarnou o papel principal de 'O santo Que Não Acreditava Em Deus', para a série Caso Especial. 'A Casa dos Budas Ditosos' ganhou uma premiada versão teatral em 2004, dirigida por Domingos Oliveira e interpretada por Fernanda Torres.
'O Sorriso do Lagarto' (1991): Abertura
Em 2008, o escritor ganhou o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa. 'O Albatroz Azul' foi o último livro lançado pelo escritor, em 2009. Três anos depois, João Ubaldo passou a ocupar também a cadeira de número nove na Academia de Letras da Bahia, que antes pertencia ao acadêmico Cláudio Veiga.
João Ubaldo Ribeiro morreu no dia 18 de julho de 2014, no Rio de janeiro, aos 73 anos, vítima de embolia pulmonar. Ele já tinha deixado escrita a última coluna dominical – O correto uso do papel higiênico – para ser publicada no dia 20 de julho em O Globo.
FONTE:
Entrevista concedida ao Memória Globo em 17/04/2002. |