José Gabriel de La Rocque Romeiro, ou simplesmente Gabriel Romeiro, é filho do pediatra Gilberto Gonzaga Ribeiro e da dona de casa Cecília Maria de La Rocque Romeiro. Foi seminarista e se formou na Escola dos Dominicanos de Filosofia e Teologia, em São Paulo. Fez mestrado em teologia na PUC de São Paulo antes de viajar para Roma, onde obteve sua pós-graduação em Literatura e História do Oriente Médio Antigo. De volta a São Paulo, em 1968, começou a trabalhar como jornalista na revista Realidade, para a qual traduziu o diário de Ernesto Che Guevara, morto no ano anterior. Em seguida, fez uma matéria sobre celibato que foi capa da revista. No ano seguinte, junto com parte da equipe de Realidade, extinta no final de 1968, foi um dos criadores da revista Bondinho, distribuída em uma rede de supermercados. Além disso, também editou uma revista de fotografia.
Início da carreira
Gabriel Romeiro começou a trabalhar em televisão no dia da inauguração da TV Cultura, em 15 de junho de 1969. Na ocasião, o produtor Fernando Pacheco Leão o convidou para escrever um material jornalístico sobre as primeiras eleições para presidente da França depois da era Charles de Gaulle, realizadas naquele dia. Trabalhou como freelancer na TV Cultura durante os dois anos seguintes. Foi contratado em 1971, para integrar a equipe responsável pelo programa semanal 'Foco na Notícia', que, em 1972, passaria a ser exibido diariamente como 'Hora da Notícia'. Permaneceu na TV Cultura até 1974, quando assumiu o cargo de diretor da TV Bandeirantes. Participou da equipe que implantou a sucursal da Bandeirantes no Rio de Janeiro. Deixou a empresa em 1977 e, no ano seguinte, trabalhou para a Fundação Roberto Marinho, como freelancer, na elaboração do projeto do 'Telecurso 1º Grau'. Em 1979, convidado por Walter Avancini, assumiu o cargo de diretor de Jornalismo da TV Tupi, onde trabalhou até o fechamento da empresa, em 1980. Foi chamado, então, para trabalhar como freelancer na Globo, na retrospectiva dos anos 1970, exibida no 'Globo Repórter'.
Entrada na Globo
Foi contratado pela Globo, em São Paulo, em agosto de 1980, quando assumiu a chefia de pauta. Em seguida, em janeiro de 1981, passou a trabalhar como editor do 'Globo Rural'. Ao lado de Humberto Pereira e Lucas Battaglin, foi um dos responsáveis, como chefe de redação, pela consolidação do 'Globo Rural' na grade de programação da Globo. Os três trabalharam juntos no programa por mais de 30 anos.
Gabriel Romeiro foi o responsável pela realização da primeira matéria internacional do 'Globo Rural', ainda em 1981, sobre a plantação de maçãs na Argentina. Em seus primeiros anos na equipe do programa, fez uma série de reportagens no Nordeste e sobre o arquipélago de Anavilhanas, na Amazônia. Também trabalhou numa série de reportagens sobre o Rio São Francisco, em 1982. No ano seguinte, fez uma nova edição do programa sobre o Nordeste, dessa vez como parte de uma programação especial da Globo sobre a região. O programa ganhou o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. Em 1983, participou do programa sobre a luta dos seringueiros na Amazônia.
Globo Rural: alternativas para a seca no Nordeste (1981)
A partir de 2000, o 'Globo Rural', até então um programa dominical, começou a ser exibido diariamente, e Gabriel Romeiro participou da estruturação do novo formato. Houve uma diversificação da pauta, que passou a englobar festas culturais, receitas, perfis de pessoas do campo, curiosidades e previsões meteorológicas.
Globo Rural: estreia do formato em edições diárias (2000)
Em meados dos anos 1980, Gabriel foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Ainda na década de 1980, em parceria com o jornalista Guilherme Cunha Pinto, escreveu o livro 'São José de Anchieta', sobre a vida do padre jesuíta José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo.
Gabriel Romeiro deixou a Globo em 31 de dezembro de 2017.
FONTE:
Depoimento concedido ao Memória Globo por Gabriel Romeiro em 24/01/2007. |