Emanuel Mello Castro

O jornalista Emanuel Mello Castro nasceu no Rio de Janeiro em 20 de junho de 1963. Ingressou na Globo em 1985 e passou pelo Globo Esporte e Esporte Espetacular. Foi diretor do SportTV (2004) e diretor de Projetos e Novas Mídias da Central Globo de Esportes. Deixou a emissora no início de 2019.

Por Memória Globo


Emanuel Mello Mattos de Castro nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de junho de 1963. Formou-se em jornalismo na UFRJ, com pós-graduação em administração pela PUC-Rio e MBA pela COPPEAD. Começou a trabalhar como jornalista antes mesmo de se formar, a convite da jornalista Sandra Passarinho, na sucursal da extinta TV Manchete em Londres, onde passou uma temporada. Voltou ao Brasil para concluir seus estudos, e depois de um período como estagiário, foi contratado pelo jornal O Globo. “Como eu falava várias línguas, mandaram-me fazer a cobertura da Fórmula 1, que naquela época era no Rio de Janeiro. Não era permitido às equipes fazer teste de pneus, mas o diretor da Renault bolou um plano para tirar os carros do autódromo e testá-los no aeroporto de Jacarepaguá, que fica do lado. Reparei que estava havendo uma movimentação estranha no box da equipe. Eles colocaram o carro dentro de um caminhão, e eu os segui. E fiz uma matéria que foi um furo”. Reportagens como esta o levaram para a Globo.

Quando entrei na faculdade, a minha paixão era o rádio. Eu era apaixonado por esportes. Ouvia rádio o dia inteiro. Quando fui para o jornal, eu me apaixonei pelo jornal… Em 1987, fui fazer o , e me lembro que estava apaixonado. Eu me apaixono por tudo que faço. Vou trocando as paixões pelo caminho.

Início da carreira

Desde menino, Emanuel Mello Castro ia ao Maracanã ver o Flamengo jogar levado pelo pai, o jornalista Marcos Alexandre de Souza Aranha Mello Mattos de Castro. Ainda criança, também ganhou dele um rádio de ondas curtas de presente, e a sua paixão pelos esportes só cresceu. “Eu ficava ouvindo campeonatos do mundo inteiro”, diz. E junto com essa paixão, cresceram os seus conhecimentos sobre futebol internacional, que foram fundamentais em sua carreira.

Foi graças a isso que conseguiu ser contratado pelo jornal O Globo quando estagiava na editoria de Esportes. “Um dia, o pessoal resolveu fazer um bolão para a Loteria Esportiva. Marcaram um duplo no jogo Albânia e Bélgica. A Bélgica era um timaço e a Albânia sempre foi um time horroroso. Eu tinha morado fora do país dois anos, sempre fui fanático por futebol internacional, e falei para eles que ia dar Albânia. Riram de mim, mas no fim a Albânia ganhou, e eles fizeram 12 pontos. E me convidaram para trabalhar no jornal”, conta. Em 1985, com apenas 22 anos, foi convidado para trabalhar como produtor no projeto de cobertura da Globo da Copa do Mundo do México.

Na TV Globo

Em 1986, fez parte da equipe do programa Copa 86 e, em seguida, foi repórter do Globo Esporte. No início de 1987, tornou-se responsável pelo setor de eventos do Departamento de Esportes; poucos meses depois, porém, foi trabalhar no Esporte Espetacular, que estava voltando ao ar. “O programa era feito metade no Rio, metade em São Paulo. Eu trabalhava com um equipamento que já era velhíssimo, para editar um programa moderno e super ágil. A gente começou a transmitir esportes radicais naquela época”, lembra. Nesse período, também fez parte da equipe que cobria os principais eventos esportivos do mundo, como o Mundial de Atletismo de Roma (1987), as Olimpíadas de Seul(1988), de Barcelona (1992) e de Atlanta (1996), e as Copas do Mundo da Itália (1990) e dos Estados Unidos (1994).

Minha primeira Olimpíada, a de Seul, foi talvez a maior experiência que tive na vida. Eu queria ver tudo! Passava um turno de oito horas produzindo, na rua, vendo os eventos todos, e passava oito horas na televisão editando. Em alguns eventos em que eu estava no estádio e a Globo não podia estar presente, eu narrava para o narrador da TV.

Luiz Fernando Lima, então diretor de Esportes da emissora, o convidou para assumir o cargo de gerente de eventos, e ajudar na organização do novo departamento de Eventos da Globo, em 1996. Na nova função, Emanuel participou da criação do Show do Intervalo, da cobertura da Copa da França, em 1998, da Olimpíada de Sydney, em 2000, e da etapa sul-americana dos X Games de 2002, realizada no Rio de Janeiro. “A gente se preparou de uma forma diferente para a Olimpíada de Sydney, porque ficaríamos ao vivo a madrugada inteira. Então, praticamente transferirmos a televisão para lá. Levamos o Jô Soares e sua banda para Sydney, para eles fazerem o programa de lá”, lembra.

Às vésperas da Copa de 2002, no Japão e na Coreia, foi convidado a assumir a direção-geral de Eventos Esportivos da Globo; e em 2004, assumiu a direção do canal por assinatura Sport TV. No mesmo ano, participou da coordenação da cobertura da Olimpíada de Atenas, que reuniu, pela primeira vez, as equipes dos SporTV e da Globo. Nos anos seguintes, coordenou as equipes nas Copas da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010), e na Olimpíada de Pequim (2008). Na Copa da Alemanha, sofreu um baque pessoal, com a morte do humorista Bussunda. “Fizemos faculdade juntos, estudamos na mesma sala, éramos muito amigos. Ele era flamenguista como eu, então, nós passamos a faculdade inteirinha indo juntos aos jogos no Maracanã. Para mim, foi muito marcante o minuto de silêncio que o Brasil fez no jogo seguinte”, conta.

Em 2011, com a criação da Direção Geral de Jornalismo e Esportes, comandada por Carlos Henrique Schroder, Emanuel Mello passou a ocupar o cargo de diretor de Projetos e Novas Mídias da Central Globo de Esportes. Deixou a emissora no início de 2019.

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