Domingos João Meirelles é filho de uma família de imigrantes europeus, que chegaram ao Brasil depois da Revolução de 1930. Seu pai, João Américo Meirelles, foi condutor de bonde até se estabelecer como comerciante, dono de armazém; sua mãe, Maria Adelaide Félix Meirelles, trabalhou como doméstica. Em 1965, após passar por vários empregos, Domingos Meirelles pediu uma vaga de estagiário no jornal Última Hora; seis meses depois, foi contratado como repórter. Permaneceu no jornal até 1968, quando se transferiu para a revista Quatro Rodas, da Editora Abril. Em reportagem de grande repercussão, denunciou irregularidades cometidas no Detran do Rio de Janeiro, obtendo, inclusive, uma carteira de habilitação para um homem cego. A reportagem rendeu a Domingos Meirelles o Prêmio Esso de Jornalismo. Foi convidado, em seguida, a se juntar à equipe da revista Realidade, em São Paulo, onde trabalhou até 1972.
De volta ao Rio de Janeiro, ainda em 1972, Domingos Meirelles teve uma breve passagem por O Jornal. Em seguida, trabalhou no Jornal da Tarde, no qual assinou uma série de reportagens sobre os 50 anos da Coluna Prestes. Com o material reunido durante a apuração da série, escreveu o livro 'A Noite das Grandes Fogueiras', que seria publicado mais de 20 anos depois, em 1996, e venceria o prestigioso Prêmio Jabuti.
Domingos Meirelles começou a trabalhar em O Globo em 1975, assinando, entre outras reportagens, uma série sobre um terremoto ocorrido na Guatemala em 1976. Também foi um dos responsáveis pela seção Plantão Globo, que registrava queixas de moradores dos bairros do Rio de Janeiro. Em 1976, transferiu-se para O Estado de S. Paulo, no qual foi repórter especial durante quase 10 anos.
Estreia na TV Globo
Fez sua estreia na Globo em dezembro de 1985, no 'Jornal Nacional', convidado pelo então diretor da Central Globo de Jornalismo, Armando Nogueira. Logo em seguida, fez reportagens também para o 'Fantástico' e para o 'Globo Repórter'. Em 1989, ganhou o Prêmio Líbero Badaró de telejornalismo, oferecido pela Revista Imprensa, com uma reportagem para o 'Globo Repórter' sobre o contrabando de carros roubados na fronteira com o Paraguai. Em 1992, outra de suas reportagens para o Globo Repórter, sobre a violência de donos de terra no Pará, ganhou o prêmio da Rei de Espanha de Televisão.
Também em 1992, fez uma reportagem, exibida no 'Fantástico', sobre o desaparecimento do pianista brasileiro Tenório Júnior na noite do golpe que derrubou Isabelita Perón, na Argentina. O trabalho conquistou o Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo. Após a exibição da reportagem, o governo argentino decidiu indenizar famílias de brasileiros vítimas da ditadura militar naquele país, entre as quais a do pianista.
Linha Direta
Em agosto de 2000, de volta à Globo, substituiu o jornalista Marcelo Rezende na apresentação do programa 'Linha Direta'. Foi também o apresentador das edições especiais do programa, exibidas nas últimas quintas-feiras do mês: 'Linha Direta Justiça', que estreou em 2003; e 'Linha Direta Mistério', lançado em 2005. Em 2003, em nome da equipe do programa, recebeu a Medalha Tiradentes, maior comenda concedida pelo poder legislativo do Rio de Janeiro. Em 2007, também representando a equipe do 'Linha Direta', recebeu a medalha e o diploma da Academia Internacional de Televisão, Artes e Ciências dos Estados Unidos, concedida aos finalistas do Prêmio Emmy Internacional. No ano seguinte, o Linha Direta repetiria a façanha. Em abril de 2014, o jornalista foi contratado pela Rede Record para apresentar o programa 'Repórter Record Investigação'.
Outros trabalhos
Domingos Meirelles foi diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro entre 1975 e 1981. Também a partir de 1975, ocupou o posto de editor cultural do jornal da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Deixou a instituição em 1978, retornando em 2004, como diretor financeiro e, em setembro de 2014, foi eleito presidente da ABI. Em 2005, lançou seu segundo livro, 1930, Os Órfãos da Revolução, vencedor do Prêmio Jabuti de 2006.