Seu pai, Armando Poli, era contador em uma agência bancária, e sua mãe, Laura, dona de casa. Viveu a infância e a adolescência numa Itália devastada pela Segunda Guerra Mundial.
Começou a trabalhar, ainda na Itália, como datilógrafo. Aos 21 anos, mudou-se para o Brasil, como imigrante, e conseguiu emprego numa fábrica de meias em São Paulo. Em seguida, conseguiu uma transferência para o Rio de Janeiro, para substituir o representante comercial da fábrica.
No Rio, passou a trabalhar na Ducal, uma grande rede de loja de roupas. Permaneceu por nove anos na empresa, na função de comprador, razão pela qual mantinha contato com as maiores indústrias do setor. Em seguida, trabalhou com Fernando Gasparian, já como diretor comercial de uma indústria de tecidos. Na função, organizou a Feira Internacional da Indústria Têxtil, Fenit. Trabalhou ainda na Heliogás, também na direção comercial.
Dionísio Poli começou a trabalhar na Globo, em São Paulo, ainda no final dos anos 1960, convidado por seu amigo Luiz Eduardo Borghetti. Foi contratado como diretor comercial da sucursal. Na época, respondia diretamente ao superintendente comercial José Ulisses Arce, sucedido posteriormente por Yves Alves. Assumiu a superintendência comercial da Globo no final dos anos 1970. Era o representante do setor comercial no Comitê Executivo da empresa, ao lado de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, responsável pela área de produção e programação, e Miguel Pires Gonçalves, que cuidava das partes administrativa e financeira.
Foi um dos responsáveis por uma mudança fundamental no modelo comercial da televisão brasileira. Até aquele momento, os anunciantes intervinham diretamente na programação das emissoras, seja bancando a produção e escalando elencos das telenovelas, seja comprando pacotes de filmes norte-americanos. A partir da gestão de Dionísio Poli, a própria Globo passou a controlar integralmente sua produção e programação.
Dionísio Poli foi responsável, também, pela contratação e formação de toda uma geração que, anos mais tarde, comandaria a área comercial da Globo. Nomes como Ricardo Scalamandré e José Luiz Franchini foram recrutados na porta da faculdade e começaram a trabalhar na empresa como assistentes. Outro contratado por Dionísio Poli, este com mais experiência, foi Octávio Florisbal, que depois assumiria a direção-geral da Globo. Florisbal foi o primeiro diretor do departamento de marketing da emissora, criado por Dionísio Poli.
Participou ativamente da criação e chegou a fazer parte da diretoria do Conselho Autorregulamentação Publicitário, o Conar, órgão não governamental que zela pela boa conduta da publicidade brasileira.
Dionísio Poli trabalhou como diretor durante oito anos na Telemontecarlo, emissora montada pela Globo naquele principado. Após esse período, chegou a ser convidado a retornar ao Brasil e reassumir a direção da área comercial da Globo, mas preferiu aposentar-se, no início dos anos 1990, e passou a morar no sul da França.
FONTE:
Depoimento concedido ao Memória Globo por Dionísio Poli em 03/11/2010. |