Arnaldo Artilheiro

O diretor de TV Arnaldo Artilheiro nasceu em São Paulo em 22 de abril de 1939. Trabalhou na Globo de 1965 a 1998. Foi diretor do programa 'Globo de Ouro'. Morreu em 2009, aos 70 anos.

Por Memória Globo


Arnaldo Walmory Artilheiro nasceu em 22 de abril de 1939 em São Paulo. Ainda criança, começou a praticar judô, esporte no qual se destacaria no futuro, dando aulas e participando de campeonatos. Seu primeiro emprego, no entanto, foi como assistente de corretor de imóveis. Também trabalhou vendendo ações em uma empresa de transações comerciais. O interesse pela televisão veio por intermédio da atriz Neuza Amaral, amiga de sua família. Foi ela quem levou Arnaldo Artilheiro para a TV Record, onde ele começou como assistente de cameraman, passando, em seguida, a cameraman e a diretor de TV.

Depoimento de Arnaldo Artilheiro ao Memória Globo, 2008 — Foto: Leo Martins/Memória Globo

Nos anos 1960, depois de sair da TV Record, passou por diversas emissoras em várias cidades do Brasil – como a TV Cultura, em São Paulo, a TV Rádio Clube, no Recife, e a TV Paranaense, em Curitiba –, sempre como diretor de TV. Chegando ao Rio de Janeiro, foi trabalhar na TV Rio, novamente como cameraman. Posteriormente, dirigiu programas e desempenhou a função de assistente do então diretor artístico da emissora, Walter Clark.

Em 1965, ingressou na Globo por intermédio do próprio Walter Clark. Inicialmente, foi deslocado para São Paulo para integrar a equipe que cuidaria da TV Paulista – então adquirida pela Globo. Porém, pouco tempo depois, Arnaldo Artilheiro deixou a Globo e passou a dar aulas de judô e participar de campeonatos.

Arnaldo Artilheiro retornou à emissora em 1966, para coordenar o 'Telecatch Montilla', versão brasileira das lutas-livres e um dos programas responsáveis por alavancar a audiência da Globo na época. Único programa transmitido ao vivo desde São Paulo, o 'Telecatch' tinha a direção de Renato Pacote e Teti Alfonso e consagrou o lutador Ted Boy Marino.

Na divisão de Esportes, Arnaldo Artilheiro participou das primeiras transmissões do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 e de partidas de futebol. Também foi diretor de estúdio da 'Grande Resenha Facit', mesa redonda dominical de futebol.

Nos anos 1970, passou a dirigir uma série de programas da linha de shows e entretenimento da emissora. Em 1973, ao lado de Mário Lúcio Vaz, dirigiu o programa 'Globo de Ouro – A Super Parada Mensal', que posteriormente, viraria apenas 'Globo de Ouro'. A proposta era levar ao telespectador os maiores sucessos musicais do momento, sendo que a parada em questão era o ranking das dez músicas mais tocadas nas rádios naquele mês.

Ainda na linha musical, Arnaldo Artilheiro dirigiu, ao lado de Carlos de Oliveira, o festival 'Abertura', em 1975. O festival fora criado para estimular compositores e cantores que não tivessem conquistado até o terceiro lugar em qualquer outro festival televisionado. Também dirigiu o 'Programa Haroldo de Andrade' – que incluía gincanas, entrevistas, concursos e números musicais – e trabalhou no 'Fantástico'.

Na década de 70, Arnaldo Artilheiro acompanhou mudanças tecnológicas importantes, como a introdução da cor na programação da Globo, e também testemunhou episódios trágicos, como os dois incêndios que atingiram a emissora, em 1971 e 1976. Nos dois episódios, foi um dos muitos funcionários que ajudou a salvar as fitas de VT.

Posteriormente, trabalhou no Departamento de Operações e Tráfego (DOT), onde passou a cuidar da logística dos equipamentos da emissora. Nos anos 1990, criou a Assessoria Nacional de Eventos Promocionais (Anep), um departamento que respondia à Vice-Presidência de Operações da emissora, então ocupada por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. A área era encarregada de fazer toda a programação extra, fora da Globo, formada por eventos em diversas partes do país. Foi a última função que Arnaldo Artilheiro desempenhou na Globo, antes de aposentar-se, no final de 1998.

Pai de Rodrigo Artilheiro, hexacampeão brasileiro de Luta Olímpica, e faixa preta de Judô, Arnaldo Artilheiro morreu, após sofrer um AVC, em 30 de junho de 2009, aos 70 anos.

FONTE:

Depoimento concedido ao Memória Globo por Arnaldo Artilheiro em 10/12/2008.