Libertação de Nelson Mandela

Em fevereiro de 1990, Nelson Mandela, principal líder do movimento contra o apartheid na África do Sul, é libertado após 27 anos na prisão.

Por Memória Globo


Nelson Mandela, principal líder do movimento antiapartheid na África do Sul, foi libertado após quase três décadas preso. No dia 11 de fevereiro de 1990, aos 71 anos, ele deixou a prisão-fazenda de Victor Verster, a 60 quilômetros da Cidade do Cabo. Capturado em 1962 quando estava à frente da guerrilha armada contra o regime da minoria branca, Mandela fora condenado, dois anos depois, à prisão perpétua por sabotagem e traição.

A política de segregação racial – apartheid – foi oficialmente instaurada na África do Sul em 1948, pelo governo do Partido Nacional. Desde então, o país sofreu embargos e sanções econômicas impostos pela ONU e enfrentou intensos conflitos internos entre brancos e negros. Nos anos 1980, no entanto, uma série de leis racistas foi revogada, e a população negra foi reconquistando seus direitos civis, como o de frequentar praias, ônibus e piscinas públicas e de votar nas eleições municipais. Ainda assim, o sistema racista permanecia em vigor.

EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Entrevista exclusiva do jornalista Ernesto Paglia ao Memória Globo em 24/04/2010, sobre a libertação de Nelson Mandela.

A libertação de Nelson Mandela, o preso político mais famoso do mundo, foi um momento histórico e marcou o início da criação de uma nova África do Sul. Dois anos depois, um referendo realizado pelos brancos deu aval para que fossem feitas as reformas em direção a uma democracia multirracial. Em 1993, Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz e, no ano seguinte, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, colocando fim ao apartheid.

EQUIPE E ESTRUTURA

Para acompanhar aquele momento histórico, o Jornalismo da Globo enviou Ernesto Paglia à África do Sul e contratou os serviços de produção e apoio da agência de notícias Visnews, de quem era cliente e que mantinha um escritório local.

O esquema, no entanto, acabou sendo precário. Ao longo da semana que antecedeu a libertação de Nelson Mandela, Paglia enviou material para o Brasil, mas, como ainda não estava confirmada a data em que o líder negro deixaria a prisão, as reportagens entraram em stand-by. Apenas duas foram exibidas no Jornal Nacional. E no domingo, quando finalmente Mandela foi solto, o repórter teve que dividir o cinegrafista disponibilizado pela agência com outros quatro correspondentes.

“O gerente subdimensionou intencionalmente o tamanho da equipe”, conta Ernesto Paglia, “aparentemente, ele tinha problemas de caixa e resolveu explorar ao máximo o momento mais disputado, o da libertação de Mandela, para fazer dinheiro. Resultado: ele designou apenas um cinegrafista para atender à TV Globo, a Sky inglesa, um repórter da NHK japonesa, um austríaco e outro correspondente cuja nacionalidade esqueci. Uma câmera para cinco! Com jeitinho e organização, fizemos fila na porta da prisão para fazermos nossas participações, as chamadas ‘passagens’ para a câmera. Foi precário, mas funcionou”. 

Para completar, não foi possível enviar para o Brasil a principal matéria daquela cobertura. As equipes norte-americanas compraram todos os horários disponíveis de satélite para a geração de seu material, inviabilizando assim a transmissão da reportagem de Paglia para a Globo.

À ESPERA DE MANDELA

No dia 2 de fevereiro, o presidente Frederik de Klerk, ao abrir os trabalhos do Parlamento na Cidade do Cabo, anunciou a decisão de libertar Mandela e outros presos políticos. Também legalizou os principais grupos antiapartheids – entre eles o Congresso Nacional Africano (CNA) e o Partido Comunista – e propôs uma negociação entre a minoria branca e a população negra. Apesar das concessões que vinha fazendo, De Klerk não pretendia acabar com os princípios básicos do regime vigente como a segregação residencial e educacional.

Ernesto Paglia seguiu para a Cidade do Cabo, na África do Sul, após o anuncio feito por Frederik de Klerk. O repórter passou dez dias no país, aguardando as negociações finais para a libertação de Nelson Mandela, naquele momento ainda sem data definida.

O líder negro fez algumas exigências para deixar a prisão como o fim do estado de emergência, em vigor desde 1986, e a libertação de todos os presos políticos. E o governo alegou preocupação com a segurança de Mandela, que estaria sendo alvo de ameaças de extremistas tanto da esquerda, quanto da direita. Ernesto Paglia, que acompanhou de perto as expectativas da população, comenta: “As dúvidas quanto aos detalhes da libertação de Mandela nessa reta final espelhavam toda a incerteza do momento. O último governo do apartheid sabia que já não poderia mais controlar o país sem compartilhar o poder com a maioria negra, Mandela e o CNA. E apostava todas as fichas na moderação do líder preso. Mandela seria o avalista de uma transição pacífica no delicado processo de democratização da África do Sul. A história mostrou que Nelson Mandela, com sua grandeza de estadista, desempenhou esse papel com enorme competência. Mas, naqueles dias que antecederam a sua saída da prisão, o mundo olhava para a África do Sul sem saber o que iria acontecer quando Madiba, como Mandela é conhecido no país, voltasse às ruas, depois de 27 anos de encarceramento político”.

No dia 10 de fevereiro, finalmente, o presidente Frederik de Klerk anunciou que Nelson Mandela deixaria a prisão-fazenda Victor Verster no dia seguinte.

Sérgio Chapelin anuncia a decisão do presidente Frederik de Klerk de libertar Nelson Mandela, Jornal Nacional, 02/02/1990.

Reportagem de Ernesto Paglia sobre as exigências de Nelson Mandela, Jornal Nacional, 06/02/1990.

Reportagem de Ernesto Paglia sobre o anúncio da libertação de Nelson Mandela, Jornal Nacional, 10/02/1990.

APÓS 27 ANOS, A LIBERDADE

Ernesto Paglia se juntou a centenas de pessoas que aguardavam na porta da prisão-fazenda Victor Verster para testemunhar um dos momentos mais importantes da história recente sul-africana.

Para o repórter, foi um privilégio: “Não era apenas a primeira chance de rever Mandela depois de 27 anos mantido à distância da imprensa e de todo o processo político sul-africano. Quem atravessou a pé o pórtico da penitenciária foi Madiba, mas quem começava a travessia para a construção de um novo país era o povo sul-africano”.

Ao deixar a prisão, Nelson Mandela seguiu para a Cidade do Cabo, onde milhares de pessoas o aguardavam. Em seu discurso, diante da prefeitura, disse que o governo teria que negociar com o CNA e defendeu a luta armada contra o apartheid, uma vez que a violência do regime de segregação racial permanecia em vigor. Mandela pediu o fim do estado de emergência e a libertação de todos os presos políticos. E convocou os brancos sul-africanos a se unirem aos negros para a formação de um novo país.

Reportagem sobre o primeiro dia de Nelson Mandela em liberdade, Jornal Nacional, 12/02/1990.

Frustração

A reportagem daquele domingo histórico, no entanto, não pôde ser exibida pelo Fantástico. Naquela época, todo material de vídeo era transmitido ao Brasil via satélite. Mas, para isso, era necessário alugar os horários de geração através das emissoras locais. Ernesto Paglia comenta: “As então grandes redes americanas, ABC, CBS e NBC, haviam desembarcado na África do Sul com todo seu aparato. Afinal, a libertação de Mandela era, sem dúvida, a grande notícia daquele momento em todo o mundo. Com seus recursos e todos os dólares, os americanos iam comprando tudo e todos. E, assim, reservaram todos os horários de transmissão nos dois satélites que, naquela época, faziam as transmissões da África do Sul para o resto do mundo. E tomaram as instalações da SABC, a rede estatal de televisão sul-africana. Nós sequer conseguíamos entrar nas salas de controle das transmissões, tomadas de ‘producers’ americanos. O gerente ‘econômico’ da Visnews, nosso contratado e suposto fornecedor de meios e recursos, estava totalmente rendido. Seus contatos na SABC pareciam ter sido abduzidos pelos poderosos americanos. E nós só conseguimos enviar as reportagens na manhã da segunda-feira. Foi uma imensa frustração”.

Reportagem de Pedro Bial sobre a repercussão em Londres da libertação de Nelson Mandela, Fantástico, 11/02/1990.

O Fantástico de 11 de fevereiro acabou exibindo as imagens provenientes das agências de notícias e uma reportagem de Pedro Bial, que na época era correspondente na Inglaterra, mostrando as comemorações em Londres em frente à embaixada sul-africana.

No dia seguinte, Mandela deu sua primeira entrevista coletiva, realizada na casa do Arcebispo Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz. O tom bélico da véspera foi substituído por um discurso mais moderado e conciliador, no qual afirmou estar comprometido com a paz. No Jornal Nacional, William Bonner destacou que cerca de 50 pessoas haviam morrido em confrontos nos subúrbios das cidades durante as comemorações. O telejornal mostrou ainda a euforia e o desespero que tomaram conta da população negra em Soweto, onde todos aguardavam ansiosamente pela chegada de Mandela.

De volta a Soweto, onde vivia antes de ser preso, Nelson Mandela falou para cerca de 120 mil pessoas, que lotaram o estádio Soccer City. O dirigente do CNA reafirmou que negros e brancos deveriam se unir para acabar com a segregação. E ressaltou, mais uma vez, que o processo deveria acontecer de forma pacífica.

A MORTE DE MANDELA

Nelson Mandela morreu em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos, em Pretória, a capital executiva do país. O funeral durou dez dias, tendo passado por várias cidades. O corpo foi enterrado na aldeia de Qunu, na província do Cabo Oriental, onde ele nascera. Rodrigo Alvarez e o repórter-cinematográfico Jeremy Portnoi voaram para a região no dia da morte e permaneceram lá durante toda a cobertura. A dupla mostrou como o povo se despediu de Mandela. Os enviados especiais Renato Ribeiro e Cleber Schettini acompanharam as cerimônias e os discursos oficiais.

Na época, Rodrigo Alvarez era o correspondente da Globo no Oriente Médio. Ciente de que Mandela estava doente, ficou a postos e deixou o repórter-cinematográfico inglês-israelense Jeremy Portnoi de sobreaviso. Ao Memória Globo, Rodrigo Alvarez se lembrou: “De Israel para a África do Sul só tinha um voo direto por semana. Então, se acontecesse num horário difícil, a gente poderia levar quase dois dias para chegar lá. Mas Mandela morreu no dia que tinha voo direto de Israel, faltando duas horas para a decolagem. Ou era aquele voo ou a gente chegaria dois dias depois do fato. Desembarcamos em Johanesburgo umas 11 horas depois da morte de Mandela”.

Reportagem de Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi sobre a morte de Nelson Mandela e a reação dos sul-africanos, que foram às ruas para dançar, cantar e dizer adeus o líder que unificou o país. Jornal Nacional, 06/12/2013.

Assim que chegaram a Johanesburgo, Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi começaram a gravar, com a ajuda de um produtor local. Foram para a porta de uma das casas de Mandela, onde já tinha uma concentração enorme de pessoas, dançando e cantando. Alvarez contou, em depoimento ao Memória Globo, que se contagiou com o espírito da celebração: “Você chega esperando tristeza e descobre que as pessoas estão comemorando a vida. Era emocionante demais, porque, na nossa lógica ocidental, brasileira, a gente vê a morte como um fim, uma tristeza. Os africanos estavam sorrindo, cantando, e não tinha nenhuma loucura, não tinha nenhuma incoerência nisso. Mandela tinha libertado o povo negro da África do Sul, era um herói. As pessoas estavam comemorando o fato de ele ter existido, estavam celebrando a vida dele”.

No dia seguinte ao anúncio da morte, o Jornal Nacional levou ao ar uma reportagem de Rodrigo Alvarez sobre a reação dos sul-africanos, que foram às ruas para dançar, cantar e dizer adeus ao líder que unificou o país.

COBERTURA DA GLOBO

Envio de matérias

Transmitir as matérias em alta definição para os telejornais da Globo foi um desafio para as equipes. Rodrigo Alvarez explica que a internet local era precária e que passou a usar a de celular. Eles editavam a matéria no hotel, pegavam o carro e iam para debaixo de uma torre de transmissão de celular, com sinal rápido e sem concorrência com ninguém. No caso de Qunu, os repórteres geraram a matéria da beira da estrada, próximo a uma torre de celular.

Todos os telejornais e programas jornalísticos da Globo – Fantástico, Jornal Nacional, Jornal da Globo, Jornal Hoje, Bom Dia Brasil – deram destaque à cobertura, com reportagens especiais e a repercussão no Brasil e no mundo. Todos mostraram as cerimônias, as homenagens, a alegria do povo sul-africano, as filas para o funeral e o enterro. A programação local também deu destaque à morte de Mandela: no dia 14, por exemplo, o RJ1 mostrou as homenagens a Mandela em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Um Profissão Repórter também foi exibido no dia 10, em homenagem a Mandela. Os repórteres Caco Barcellos e Felipe Bentivegna foram à África do Sul acompanhados por Sergio Munguambe, um guia moçambicano.

Celebrações populares e oficiais

No dia 10, Rodrigo Alvarez acompanhou a viagem de trem do povo em direção ao estádio Soccer City, em Joanesburgo, para a primeira despedida do ex-presidente. E o estádio ficou lotado, animado pela cantoria do público presente. Os sul-africanos queriam festejar e agradecer a vida de Mandela. “A gente acordou às cinco da manhã e entrou no trem lotado, junto com as pessoas que estavam indo para o estádio. De repente, as pessoas estavam cantando, parece que ensaiaram a vida inteira, cantavam sincronizadas. Vozes diferentes, afinadas, entoando músicas em homenagem a Mandela”, lembrou o correspondente em depoimento ao Memória Globo.

As primeiras homenagens oficiais ao líder sul-africano também foram acompanhadas por Renato Ribeiro e Cleber Schettini. O Soccer City, estádio da final da Copa de 2010, virou um templo, onde 120 nações estavam representadas. Além de chefes de estado, astros da música e do cinema também estiveram presentes, como a atriz sul-africana Charlie Esteron e o líder da banda U2, Bono Vox. O então presidente sul-africano Jacob Zuma, acusado de corrupção, foi vaiado ao chegar ao estádio e em outros momentos da cerimônia. Depois do hino nacional, representantes de várias nações participaram de um culto multirreligioso. O povo ouviu os discursos dos convidados, como o do então secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; do presidente de Cuba, Raúl Castro; e do então presidente norte-americano Barack Obama. Aliás, a cerimônia teve um acontecimento curioso. Obama cumprimentou Raúl Castro pela primeira vez, em público, desde a Revolução Cubana de 1959. Mas, em seu discurso, o presidente norte-americano criticou o regime ditatorial. Uma das falas mais inflamadas foi a do bispo americano Desmond Tutu, vencedor do Nobel da Paz. Ele disse que todos devem seguir o exemplo de Mandela na luta contra a segregação racial. Foram mais de 10 horas de celebração, cinco horas só de discurso.

Reportagem de Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi sobre a festa e a gratidão dos sul-africanos na homenagem a Nelson Mandela realizada no estádio Soccer City, em Joanesburgo. Jornal Nacional, 10/12/2013.

Reportagem de Renato Ribeiro e Cleber Schettini sobre a primeira grande cerimônia em homenagem a Nelson Mandela em Joanesburgo, com a presença de chefes de estado como Barack Obama e Dilma Rousseff. Jornal Nacional, 10/12/2013.

VELÓRIO E ENTERRO

No dia 11, Renato Ribeiro e Cleber Schettini registraram as longas filas em Pretória para o velório do líder no palácio presidencial. A população esperou, ansiosamente, o cortejo passar, mas o caixão estava coberto por uma bandeira da África do Sul, dentro de um carro fechado, e poucos o perceberam. Com o fim do cortejo, as ruas foram tomadas. A população seguiu rumo ao palácio, onde o corpo ficou até o dia 13. A família de Mandela teve a permissão para ficar três horas em uma capela montada no mesmo anfiteatro onde Mandela tomou posse como primeiro presidente negro da África do Sul. A população esperou por até seis horas na fila e, para evitar tumulto, foi conduzida ao local por meio de transporte público. Mas muitas pessoas tiveram de voltar no dia seguinte, a pedido do governo. Não havia mais espaço.

Em entrevista ao Memória Globo, Cleber Schettini lembra os primeiros dias em Joanesburgo. “Conseguimos vaga em um hotel longe da cidade. Tínhamos que andar de carro umas duas horas para chegar até Mandela. Mas, para acompanhar o enterro, não tinha hotel para ninguém. Nós dormimos no chão. O cara, como eu digo, foi o último Deus que morreu no mundo. Vocês não acreditam como foi o enterro. Não parava de chegar gente, e não tinha comida, não tinha nada. A gente estava lá fazendo matéria, gerando o material”.

No dia 12, o presidente de Cuba, Raúl Castro, e o reverendo americano Jesse Jackson foram ver o corpo de Mandela. Os sul-africanos também voltaram, em massa, ao velório, como Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi registraram. A população enfrentou longas filas, durante horas, mas nem todos conseguiram entrar, de novo por conta do número de visitantes. Rodrigo Alvarez estava na fila e foi narrando o que via e sentia, sem cortes. Ao Memória Globo contou que estava muito quente, as pessoas se espremiam, e cada um tinha dois segundos para olhar e dizer adeus para Mandela. O repórter-cinematográfico o aguardou do lado de fora e captou sua saída. Tudo estava sendo transmitido ao vivo pelas agências de notícias. “Contagiante acompanhar os sul-africanos nesse momento tão importante. Muitas pessoas choram, respiram fundo. Todas elas agradecem, têm sempre alguma coisa para dizer para Mandela”.

Enterro

Para chegar a Qunu, onde aconteceu o enterro, os repórteres Rodrigo Alvarez, Jeremy Portnoi, Renato Ribeiro e Cleber Schettini fizeram uma viagem de 12 horas de carro, não tinham como ir de avião. Compraram barracas de acampamento quando chegaram ao local, porque sabiam que não teriam onde dormir. Acamparam no pátio de uma escola e comeram o que foi distribuído pelos voluntários locais. Renato Ribeiro mostrou a cerimônia oficial, com a presença de chefes de estado. Rodrigo Alvarez acompanhou a população local assistindo à cerimônia de um telão disponibilizado pelo governo.

As famílias se reuniram em torno de um banquete preparado por eles mesmos. O povo não foi convidado e estranhou que o ritual da etnia Xhosa não tenha sido seguido. Em vez de cânticos tradicionais africanos, teve música pop religiosa. Como Alvarez contou ao Memória Globo, o funeral foi transmitido por um pool oficial, e a imprensa tinha acesso limitado. Depois de três horas de cerimônia, o caixão apareceu pela primeira vez.

Reportagem de Renato Ribeiro e Cleber Schettini sobre o velório de Nelson Mandela. Jornal Nacional, 11/12/2013.

Reportagem de Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi sobre as homenagens dos sul-africanos no velório de Nelson Mandela. Jornal Nacional, 12/12/2013.

Reportagem de Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi sobre o enterro de Nelson Mandela na vila de Qunu, na África do Sul. Fantástico, 15/12/2013.

FONTES

Informações cedidas por Ernesto Paglia em 30/08/2013; Depoimentos de Cleber Schettini ao Memória Globo, realizado em 04/04/2017, e de Rodrigo Alvarez, realizado em 12/06/2017 e 13/06/2017; Folha de S. Paulo, 12/02/1990; O Globo, 12/02/1990; Fantástico, 11/02/1990, 15/12/2013; Jornal Nacional, 02/02/1990, 06/02/1990, 10/02/1990, 12/02/1990, 06/12/2013, 10/12/2013, 11/12/2013, 12/12/2013; Jornal Hoje, 10/12/2013; RJTV1, 14/12/2013.