Conflitos na faixa de Gaza

A morte de três adolescentes israelenses reacende conflitos entre Israel e o grupo extremista Hamas após dois anos de cessar-fogo, desta vez na Faixa de Gaza.

Por Memória Globo


Em 30 de junho de 2014, o assassinato de três adolescentes israelenses por integrantes do grupo extremista Hamas mobiliza o exército israelense e inicia confrontos armados na Faixa de Gaza, causando a morte de centenas de civis.

Reportagem de Rodrigo Alvarez sobre bombardeio a uma escola da ONU em Beit Hanoun, na faixa de Gaza, Jornal Nacional, 24/07/2014.

EQUIPE E ESTRUTURA

Os correspondentes da Globo Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi acompanharam de perto o início e o desenrolar dos confrontos. Imagens e reportagens exclusivas, além de matérias feitas nas bases militares e em diversas cidades de Israel, foram exibidas em primeira mão no Jornal Nacional.

Reportagem de Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi sobre os conflitos entre as forças israelenses e o os grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica na Faixa de Gaza. Jornal Nacional, 10/07/2014.

ADOLESCENTES MORTOS

Em 30 de junho de 2014, o Jornal Nacional noticiou que haviam sido encontrados os corpos de três adolescentes israelenses desaparecidos dezoito dias antes na Cisjordânia. O correspondente Rodrigo Alvarez explicou, direto de Jerusalém, que a busca pelos adolescentes havia mobilizado o exército de Israel. Cerca de 300 integrantes do grupo radical Hamas, que controla a faixa de Gaza, foram presos. Como resposta, mais de sessenta mísseis foram disparados contra Israel. No dia seguinte, Alvarez acompanhou o velório e o enterro dos três adolescentes, mostrando a grande mobilização da população israelense. “É exatamente isso que o mundo se pergunta agora: qual vai ser o tamanho da reação de Israel?”, indagou o correspondente.

Em 2 de julho, o assassinato de um adolescente palestino por soldados israelenses em Jerusalém levantou suspeitas de um ato de vingança. No final da mesma semana, exames comprovaram que o adolescente teria sido queimado vivo, o que acirrou as tensões na região.

Reportagem de Rodrigo Alvarez sobre assassinato de jovem palestino que levantou suspeita de um ato de vingança por parte dos israelenses, Jornal Nacional, 02/07/2014.

FIM DO CESSAR-FOGO

Rodrigo Alvarez mostrou no JN que aquela segunda-feira, 7 de julho, havia sido a mais violenta dos últimos dois anos. Oitenta foguetes foram lançados contra o território israelense. Em contrapartida, Israel havia bombardeado nove alvos militares na Faixa de Gaza. Durante a madrugada, ambos os lados lançaram foguetes, rompendo oficialmente o cessar-fogo assinado em 2012.

Cerca de 25 palestinos morreram em ataques na Faixa de Gaza com o início da operação israelense Margem Protetora. Alvarez contou que as sirenes haviam sido acionadas em Jerusalem e Tel Aviv, alvos de foguetes palestinos. “Israel e Gaza vão dormir hoje em estado de alerta, vendo o que parece ser o começo de mais uma guerra”, completou o correspondente.

MÍSSEIS E FOGUETES

Os apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta abriram o JN do dia 10 de julho com a seguinte manchete: “Reunião de emergência em Nova York. O Conselho de segurança da ONU condena ataques de foguetes dos palestinos. E pede moderação na reação militar de Israel.”

Os correspondentes Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi mostraram, ao vivo, dois dois mísseis sendo interceptados nos céus de Jerusalém em Kfar Adumin, arredores de Jerusalém.

UMA SEMANA DE CONFLITOS

Com os conflitos completando uma semana, Israel havia mobilizado cerca de 33 mil reservistas e centenas de tanques aguardavam nas fronteiras para invadir. Foguetes começavam a ser lançados também da Síria e do Líbano contra Israel. Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi foram à fronteira de Israel com a Faixa de Gaza para mostrar o curto cessar-fogo que Israel havia aceitado através de proposta do Egito. “Pela primeira vez em oito dias, a gente tem silêncio aqui na fronteira”. Pouco depois, um foguete lançado pelos palestinos caiu a poucos metros dos correspondentes. Durante as cinco horas nas quais Israel cumpriu o cessar-fogo, foi atacado por 125 foguetes, o que levou o primeiro–ministro Benjamin Netanyahu a declarar que iria ampliar a operação.

ESCOLA BOMBARDEADA

Na segunda semana de conflitos, Rodrigo Alvarez conversou com brasileiros moradores da Faixa de Gaza, entrevistou o comandante e soldados da base aérea israelense e mostrou o drama dos civis palestinos.

“A guerra entrou hoje numa fase nova e muito mais violenta”, definiu Alvarez diretamente de uma das bases operacionais da região, de onde o exército israelense partiu por terra para atacar Gaza. Em 22 de julho, os conflitos estavam tão acirrados que várias companhias aéreas decidiram cancelar seus voos para Israel.

Dois dias mais tarde, uma escola que servia de abrigo e encontrava-se sob responsabilidade das Nações Unidas foi alvejada, deixando 15 crianças e mulheres mortas. Sem terem para onde ir, por não poderem atravessar fronteiras, os moradores de Gaza abrigavam-se em escolas como aquela para proteção contra os bombardeios.

Em protesto, palestinos da Cisjordânia caminharam até os muros que dividem a região com Jerusalém. Os correspondentes mostraram a troca de tiros entre palestinos e israelenses.

FONTES

Jornal Nacional 30/06/2014 a 24/07/2014