Mandala

Mandala foi inspirada na tragédia Édipo Rei, de Sófocles, e ressaltou a luta do homem contra seu próprio destino


Abertura da novela Mandala (1987).

A trama é ambientada no Rio de Janeiro e é composta de duas fases: renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, e a Campanha da Legalidade, organizada para assegurar a posse de João Goulart. Nesse contexto, são apresentados os personagens Jocasta (Giulia Gam/Vera Fischer) e seu pai, o militante comunista Túlio (Gianfrancesco Guarnieri). Jocasta está com 18 anos e é estudante de Sociologia. Também é filiada ao Partido Comunista Brasileiro e participa ativamente da campanha legalista ao lado do pai e de outros companheiros. Além do amor pela política, Jocasta é apaixonada por Laio (Taumaturgo Ferreira/Perry Salles), um rapaz de 25 anos, alienado, que estuda Psicologia. O jovem é místico e não dá um passo sem consultar seu secretário e guru Argemiro (Marco Antônio Pâmio). Jocasta engravida de Laio, como de costume, ele recorre a Argemiro sobre o futuro da gravidez da amada. Os búzios mostram que a criança será um menino que irá odiá-lo e que terá uma relação amorosa com a mãe. Assustado com as palavras do guru, ele some com o bebê.

Autoria: Dias Gomes | Colaboração: Marcílio Moraes e Lauro César Muniz | Direção: Ricardo Waddington, José Carlos Pieri e Fábio Sabag | Direção-geral: Ricardo Waddington | Direção executiva III: Roberto Talma | Supervisão: Daniel Filho | Período de exibição: 12/10/1987 – 14/05/1988 | Horário: 20h30 | Nº de capítulos: 185

Mandala enfrentou uma série de problemas com a Censura Federal, que chegou a vetar a sinopse da novela, alegando que a história tratava de temas impróprios para o horário das 20h30, como incesto, uso de drogas e bissexualismo. A emissora só conseguiu que a sinopse fosse liberada após ter se comprometido a fazer alterações no original. Já com a novela no ar, a Censura voltou a atuar, proibindo um beijo entre Jocasta (Vera Fischer) e Édipo (Felipe Camargo). A alegação era de que a cena seria muito agressiva para os telespectadores. Após negociações, a passagem, essencial para a trama, foi finalmente liberada: como os personagens desconheciam sua condição de mãe e filho, a Globo conseguiu que o beijo dos dois não fosse vetado. Os primeiros capítulos da novela tinham forte conotação política, o que também foi criticado pelos censores, e os autores foram obrigados a modificar o texto.

GALERIA DE VÍDEOS

Cena em que Édipo (Felipe Camargo) prevê seu próprio futuro e um acidente com Letícia (Lúcia Veríssimo). Ela se fere e ele a cura. Com Wanderley (Felipe Martins).

Cena em que Túlio (Gianfrancesco Guarnieri) é preso, e o anarquista vovô Pepê (Paulo Gracindo) protesta. Com Jocasta (Giulia Gam), Ceres (Célia Helena) e Creonte (Marcos Palmeira), entre outros. Mandala marca a estreia de Marcos Palmeira em novelas na Globo.

Cena em que Jocasta (Giulia Gam) conta para Laio (Taumaturgo Ferreira) que está grávida. A novela marca a estreia da atriz na Globo.

Na festa dos seus 44 anos, Jocasta discute com Laio (Perry Salles), que não quer que a ex-esposa procure pelo filho que ele raptou ao nascer.

Preocupado com um sonho premonitório que tem frequentemente, onde se vê matando o pai – que acredita ser Américo (Oswaldo Loureiro) -, Édipo (felipe Camargo) recorre a um analista (Rubens Corrêa).

Edição de pérolas proferidas por Tony Carrado (Nuno Leal Maia).

Cena em que Jocasta (Vera Fischer) conta que é mãe de Édipo (Felipe Camargo).

Cena em que Américo (Oswaldo Loureiro) e Mercedes (Ângela Leal) recusam o pedido de Jocasta (Vera Fischer), que quer deixar sua herança para Édipo (Felipe Camargo). Ele também se recusa a atender a vontade da mãe.

Cena em que Gerson (Osmar Prado), convertido ao budismo, recebe sua mãe, Ceres (Célia Helena).

Cena em que Pedro (Raul Cortez) assume Hans (Marcos Breda) como seu filho. Com Mariana (Bia Seidl). A novela marca a estreia de Marcos Breda na Globo.

Cena em que Jonas (Grande Otelo) se apresenta com a filha Eurídice (Aída Leiner). Com Zezé (Ruth de Souza), Túlio (Gianfrancesco Guarnieri), Apolinário (Milton Gonçalves), Carmem (Maria Alves), entre outros.

Cena em que Édipo (Felipe Camargo) e Argemiro (Carlos Augusto Strazzer) se enfrentam.

Cena em Soneca (Luiz Magnelli) lamenta com Tony (Nuno Leal Maia) o marasmo do retiro na serra.

Édipo (Felipe Camargo) termina ao lado de Letícia (Lúcia Veríssimo).

Cena final da novela: ao som de seu tema, “O Amor e o Poder”, Jocasta (Vera Fischer) vai ao encontro de Tony (Nuno Leal Maia).

PERFIL

— Foto: Globo
Vera Fischer em depoimento ao Memória Globo, 2016. Renato Velasco/Memória Globo — Foto: Globo
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Felipe Camargo e Vera Fischer em Mandala, 1987. Bazilio Calazans/Globo — Foto: Globo