Curiosidades

'Dancin’ Days' foi a primeira experiência de Marcos Paulo atrás das câmeras. A convite de Daniel Filho, ele integrou a equipe de diretores da novela ao lado de Dennis Carvalho e José Carlos Pieri.

Por Memória Globo


'Dancin’ Days' inaugurou o estilo de Gilberto Braga, marcado pela discussão dos valores da classe média e das elites urbanas. Para escrever a história, o autor lançou mão de romantismo e sarcasmo, dois elementos característicos de seu universo ficcional.

A trama também tirou partido de 'Os Embalos de Sábado à Noite', filme de John Badham estrelado por John Travolta que levou milhões de espectadores ao cinema e impulsionou o sucesso das discotecas em todo o mundo. Pouco tempo antes de a novela estrear, fazia sucesso no Rio de Janeiro a discoteca fundada pelo jornalista e produtor musical Nelson Motta.

Em 1978, 'Dancin’ Days' foi tema de uma reportagem da revista americana Newsweek que destacou a influência da novela sobre os hábitos de consumo dos telespectadores. Além de lançar modismos, como meias coloridas de lurex, ícones de uma geração, a novela promoveu produtos como água-de-colônia e sandália de salto fino. Foram vendidas 400 mil bonecas Pepa, brinquedo da personagem Carminha (Pepita Rodrigues).

Pepita Rodrigues em Dancin' Days, 1978 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

A personagem Yolanda Pratini seria interpretada, inicialmente, por Norma Bengell. Porém, a atriz se desentendeu com Daniel Filho, e Joana Fomm, que faria Neide, a empregada de Celina, assumiu o papel. A atriz Regina Vianna foi chamada, então, para interpretar a personagem Neide.

O ator Mário Lago emocionou o público no papel do sofisticado e nostálgico Alberico, típico morador de Copacabana – cenário recorrente nas histórias de Gilberto Braga.

Mário Lago e Sonia Braga em Dancin' Days, 1978 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

Em janeiro de 1979, a socialite carioca Leda Castro Neves construiu uma discoteca em sua mansão na Barra da Tijuca e distribuiu convites nos quais conclamava fãs de 'Dancin’ Days' a comparecerem vestidas como os personagens da novela e realizarem o sonho de participar de uma das noites de festa e diversão que eram mostradas a cada capítulo. Dezenas de colunáveis atenderam ao chamado e passaram a frequentar a mansão dos Castro Neves. As mulheres vestiam peles de onça, calças de cetim, lamês e tecidos prateados semelhantes aos que a protagonista Júlia usava na novela.

Os telespectadores frequentemente confundiam com a realidade o que viam nos capítulos de 'Dancin’ Days'. Joana Fomm recebia quase diariamente insultos e até propostas indecorosas por telefone, por conta das maldades de sua personagem, Yolanda. Em entrevista na época, Gilberto Braga confessou que até sua cozinheira havia batido o telefone na cara da atriz.

“Ela possui um arsenal de informações que teoricamente a impediriam de fazer essa confusão. Ela me vê escrever a novela, dá uma olhadinha no final do capítulo às escondidas, conversa comigo”, contou o autor. “No entanto, quando tentei sugerir que a Joana não tinha nada a ver com a Yolanda, ela respondeu: ‘Sei que o senhor é que escreve aquilo tudo, não sou burra. Bati o telefone outro dia por causa da cara de nojenta que ela fez quando a Júlia entrou no camburão da polícia. A cara não foi o senhor que escreveu, era dela mesmo.’”

O ator Lauro Corona fez a sua estreia nas novelas da Globo com 'Dancin’ Days'. Seu personagem fazia par romântico com Marisa, interpretada por Gloria Pires, que tinha 15 anos na época.

Marcos Paulo durante gravação de Dancin' Days, 1978 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

'Dancin’ Days' foi a primeira experiência de Marcos Paulo atrás das câmeras. O diretor tinha recém-chegado de Nova York, onde fizera um curso de direção de cinema. A convite de Daniel Filho, Marcos Paulo passou a integrar a equipe de diretores da novela ao lado de Dennis Carvalho e José Carlos Pieri.

'Dancin’ Days' foi reapresentada entre outubro e dezembro de 1982.

Em 2010, Sonia Braga e Antonio Fagundes se reencontraram em cena no episódio 'A Adúltera da Urca' da série 'As Cariocas', inspirada no livro homônimo de Sérgio Porto. Seus personagens foram batizados de Júlia e Cacá, assim como em 'Dancin’ Days', numa homenagem do diretor Daniel Filho à novela de Gilberto Braga.

Antonio Fagundes e Sonia Braga em Dancin' Days, 1978 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

'Dancin’ Days' foi apresentada pela rede mexicana Televisa, uma das principais exportadoras de telenovela do mundo. Foi a primeira vez que o México, país com forte tradição na produção de teledramaturgia, exibiu uma novela brasileira.

A novela foi apresentada em cerca de 40 países, entre eles: Argélia, Bélgica, Bolívia, China, Colômbia, Espanha, França, Polônia, Portugal e Uruguai. Na Itália, chegou a alcançar um público médio de quatro milhões de espectadores por capítulo.

Em outubro de 2011, 'Dancin' Days' foi reeditada e lançada em DVD pela Globo Marcas. 'Dancin’ Days' ganhou um remake em 2012, escrito por Pedro Lopes, numa parceria da SIC com a Globo.