Passada nos anos 1960, a história tem como protagonista Delfino (Eduardo Moscovis), um escultor católico de Congonhas do Campo (MG). Criado pela tia Efigênia (Eloísa Mafalda), vive da venda de suas obras.
Autoria: Walther Negrão | Colaboração: Nelson Nadotti e Charles Peixoto | Direção: Tizuka Yamasaki e Denise Saraceni | Direção-geral: Tizuka Yamasaki | Direção artística: Carlos Manga | Período de exibição: 26/04/1994 – 06/05/1994 | Horário: 22h30 | Nº de capítulos: 8
Abertura da minissérie A Madona de Cedro (1994).
Delfino leva sua vida de pequeno comerciante até o dia em que recebe a visita de Maneco (Humberto Martins), seu amigo de infância, que diz ser representante de um rico colecionador de arte sacra, dr. Vilanova (Carlos Vereza). Maneco o convida para trabalhar com eles, e os dois fazem uma viagem ao Rio de Janeiro para que o escultor possa conhecer Vilanova.
No Rio, Delfino conhece Marta (Andréa Beltrão), por quem se apaixona. Os dois iniciam um romance e pensam em casamento, mas os pais da moça exigem que ele tenha recursos para manter a união. Percebendo que Delfino precisa de dinheiro, Vilanova o convence a roubar a madona esculpida por Aleijadinho, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que se encontra guardada na igreja que o escultor freqüenta. Após o roubo, Delfino e Marta se casam e vão morar em Minas.
Mais tarde, Vilanova volta a propor a Delfino o roubo de outra obra de Aleijadinho. Em troca, o colecionador devolveria a imagem da madona. A princípio, o escultor aceita a proposta. Mas, em crise com sua consciência, acaba desistindo de cometer outro delito. Arrependido e atormentado pela culpa, Delfino revela a Marta tudo que fizera. Sem perdoar sua atitude profana, ela decide voltar para o Rio de Janeiro. Arrasado, Delfino se confessa ao padre Estevão (Stênio Garcia) e, como penitência para se redimir, carrega uma pesada cruz por toda Congonhas. Ao fim da caminhada, já de volta à igreja, ele é recebido por Marta.
TRAMA PARALELA
Paralelamente à narrativa central, destaca-se a história do sacristão Pedro (Paulo José), rejeitado na cidade em função da corcunda que tem. Obcecado por sexo, Pedro se relaciona com Lola Boba (Andréa Richa), uma mendiga que vaga pelas ruas da cidade usando um véu de noiva. Lola vive atordoada por lembranças escondidas em sua mente e esperando um noivo imaginário. Pedro suspeita que Delfino (Eduardo Moscovis) seja o autor do roubo da madona e ameaça o rapaz o tempo todo.
O sacristão conhece Marta (Andréa Beltrão), que se encanta com seu conhecimento de literatura e poesia, e apaixona-se por ela, chegando a fazer uma composição de amor no órgão, recitando trechos de Ricardo III, de William Shakespeare. Ao longo da trama, padre Estevão adverte Pedro sobre suas relações com Lola. Com medo, o sacristão assassina a moça e, sob ameaça, acaba indo embora da cidade.
BASTIDORES
- 'A Madona de Cedro' estreou a programação anual da Rede Globo em 1994.
- A minissérie teve a maior parte de suas cenas gravadas em externas nas cidades de Congonhas do Campo, Mariana e Ouro Preto (MG). Além dos figurantes, a equipe era composta por 95 pessoas, entre atores e técnicos.
- Durante as gravações em Congonhas, choveu quase ininterruptamente por duas semanas, conforme lembrou o ator Eduardo Moscovis em depoimento ao Memória Globo: "A gente passou pelo menos uns 15 dias tentando gravar, e não conseguia. Com um elenco muito grande, sempre... com os equipamentos todos expostos à chuva... Então, a gente começava a fazer uma cena quando dava uma estiada, quando preparava tudo, começava a chover de novo". Essa situação fez com o início dos trabalhos fosse adiado por dez dias. A diretora Tizuka Yamasaki optou, então, por inserir a chuva em cenas importantes. A procissão, um dos principais momentos da minissérie, por exemplo, foi filmada sob chuva com mais de 400 figurantes, o que acabou por favorecer a dramaticidade da cena.
- Foi necessário um exaustivo trabalho de caracterização, de quatro horas de duração, para que o sacristão Pedro, interpretado por Paulo José, tivesse exposta em cena sua corcunda.
- A madona de cedro de Aleijadinho foi copiada pelo escultor Hélio Petrus para as gravações. O escultor, natural de Mariana, também emprestou à produção materiais de seu ateliê e outras obras, para compor o cenário do local de trabalho do personagem Delfino.
- A minissérie foi vendida para vários países, como Angola, Colômbia, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
VÍDEOS
Cena em que Manuel (Humberto Martins) promete ao dr. Vilanova (Carlos Vereza) o roubo da imagem de Nossa Senhora da Conceição. Com Alfredo (Roberto Bomtempo).
Cena em que Manuel (Humberto Martins) procura por Delfino (Eduardo Moscovis). Com Efigênia (Eloísa Mafalda).
Cena em que Pedro (Paulo José) se encontra com Lola Boba (Andrea Richa). Com Delfino (Eduardo Moscovis) e Manuel (Humberto Martins).
Cena em que Marta (Andréa Beltrão) conhece Delfino (Eduardo Moscovis), quando ele se afoga na praia e ela o reanima.
Cena em que Marta (Andréa Beltrão) ouve a confissão do roubo praticado por Delfino (Eduardo Moscovis) e não o perdoa. Com Efigênia (Eloísa Mafalda).
Cena em que a imagem de Nossa Senhora da Conceição reaparece na igreja de Padre Estevão (Stênio Garcia).
Cena em que Delfino (Eduardo Moscovis) confessa a Padre Estevão (Stênio Garcia) ter matado Dona Emerenciana (Yara Cortes).
Cena em que dr. Vilanova (Carlos Vereza) demite Maneco (Humberto Martins). Com Alfredo (Roberto Bontempo).
Cena final da minissérie, em que Delfino (Eduardo Moscovis) cumpre a penitência estabelecida por Padre Estevão (Stênio Garcia) e é perdoado por Marta (Andréa Beltrão).
FONTES:
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por: Andrea Beltrão (31/03/2006), Carlos Manga (27/07/2000), Carlos Vereza(14/06/2002), Eduardo Moscovis (24/04/2006) e Stênio Garcia (19/06/2002); Boletim de programação da Rede Globo, número: 1111; GUIMARÃES, Hélio, “Tizuka se vinga de ‘Amazônia’ em nova minissérie da Globo” In: Folha de São Paulo, 28/04/1994; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; NICOLAU, Roselena, “Patrimônio histórico entra em cena” In: Jornal do Brasil, 22/01/1994; SOUZA, Omar de, “Honestidade e conflitos morais são tema de ‘A madona de cedro’, baseada em Callado” In: Jornal do Brasil, 23/04/1994; TEMPORE, Renato Scapola, “A madona imitada” In: O Globo, 07/02/1994; TEMPORE, Renato Scapola, “Madona com sotaque mineiro” In: O Globo, 06/02/1994; UCHÔA, Marcos, “Madona de Cedro tem sotaque carioquês” In: O Estado de São Paulo, 01/05/1994; www.imdb.com, acessado em 10/2006; www.teledramaturgia.com.br, acessado em 10/2006; http://viaglobal/cedoc (intranet), acessado em 10/2006. |