Em 1950, Haroldo Barbosa criou um personagem chamado Zé para um dos seus programas na Rádio Mayrink Veiga. Levado pelo radialista para a TV Record de São Paulo, em 1967, Zé não tinha voz, mas era sempre mencionado no final do esquete, quando o ator Germano Filho terminava a história dizendo: “Aí, o Zé chegou e…”. O quadro inspirou Chico Anysio, que criou, em 1973, um personagem semelhante para os monólogos que apresentava aos domingos, no Fantástico. Assim surgiu Paulo Maurício Azambuja, malandro de Del Castilho, subúrbio do Rio de Janeiro, dotado de cara de pau e lábia incomparáveis, capaz de passar a perna na própria mãe para se dar bem. Em 1975, o sucesso do quadro levou à criação de um programa autônomo, exibido uma vez por mês, às segundas-feiras, às 21h. Escrito por Arnaud Rodrigues e dirigido por Mário Lúcio Vaz, 'Azambuja & Cia' mostrava as aventuras do malandro. Com o sotaque carioca carregado, os maneirismos de malandro e os bordões que acabaram se tornando gírias em todo o país – como “Estou contigo e não abro!”, “Arrebenta a boca do balão” e “Tá danado! Tá danado!” –, Azambuja se tornou uma das mais célebres criações de Chico Anysio. Nascido para tirar vantagem em cima da ingenuidade alheia, ele tentava aplicar os golpes mais fantásticos, que invariavelmente davam errado.
Supervisão: Augusto César Vannucci | Redação: Arnaud Rodrigues | Direção: Mário Lúcio Vaz, Walter Lacet, Paulo Afonso Grisolli | Período de exibição: 24/03/1975 - 11/08/1975 | Horário: segundas-feiras, às 21h
Personagens
BILILICO (Arnaud Rodrigues) – Braço-direito de Azambuja (Chico Anysio) e responsável por levar adiante seus planos mirabolantes.
TRIVELATO (Dalmo Ferreira) – Estivador capaz de derrubar um muro a socos.
NEGA BRECHÓ (Dorinha Duval) – Amiga de infância de Azambuja (Chico Anysio).
STEVE WONDER (Tião Macalé) – O amigo cego, que se faz de pedinte quando a turma precisa de dinheiro.
PERNAMBUCO (Augusto Olímpio) – Retirante nordestino que vive de pequenos biscates. MACPHERSON (Paulo Rodrigues) – Filho do padeiro do bairro.
LINGUIÇA (Wilson Grey) – Comparsa de Azambuja (Chico Anysio), que sempre levava a pior.
Produção
Grande parte das cenas externas de Azambuja & Cia era gravada no subúrbio do Rio de Janeiro. Os cenários assinados por Alfredo Pereira reproduziam os interiores de residências da periferia carioca.
Figurino e Caracterização
Chico Anysio conta que, para criar a aparência física de Azambuja, pediu a vários chargistas amigos seus que desenhassem o retrato do personagem conforme o imaginavam no rádio. O humorista distribuiu os desenhos pelos corredores da Globo e, a partir da opinião dos funcionários da emissora, escolheu o rosto que o personagem acabou ganhando na televisão: um homem negro, de bigode espesso e cabelos pretos encaracolados.
Trilha Sonora
Em 1975, foi lançada a trilha sonora de Azambuja & Cia, com nove faixas, compostas e interpretadas por Chico Anysio e Arnaud Rodrigues. Entre elas, Nega Brechó, Ao Bililico e Tema de Azambuja.
Curiosidades
Chico Anysio conta que copiou a voz de Azambuja de um primo do humorista Agildo Ribeiro, que encontrou uma noite na Praça Mauá, no intervalo de uma filmagem de O Doce Esporte do Sexo, em frente à boate Cowboy.
Ficha Técnica
ELENCO
Arnaud Rodrigues
Augusto Olímpio
Chico Anysio
Dalmo Ferreira
Darcy de Souza
Dorinha Duval
Jacira Silva
João Carlos
Paulo Ferreira
Tião Macalé
EQUIPE
Produção: Jack Ades, J. de Camillis, Fernando de Almeida
Assistente de produção: Luís Porto
Direção de imagem: Walter Lacet
Direção de TV: Gilberto Lannes
Assistente de direção: Iran Lima
Iluminação: Walter Farias
Cenografia: Alfredo Pereira
FONTES
Depoimento concedido ao Memória Globo por Chico Anysio (02/08/2000); Boletim de programação da TV Globo 112, 131; MEMÓRIA GLOBO. 'Dicionário da TV Globo v. 1: programas de dramaturgia e entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2003'; BRAUNE, Bia e RIXA. Almanaque da TV. Rio de Janeiro, Ediouro, 2007. Site acessado em 29/03/2010: http://www.chicoanysio.com. |