A dramaturgia sempre contou histórias de personagens que cativam o público. Quando o retratado é um personagem real, a obra passa a ser um convite para conhecer ainda mais a vida desses homens e mulheres que marcaram seu tempo, como mostra o especial ‘Autores na Dramaturgia’.
DALVA DE OLIVEIRA E HERIVELTO MARTINS – ‘Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor’ (2010)
A era do rádio no Brasil foi marcada pelas composições e interpretações da dupla Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Em ‘Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor’, minissérie escrita por Maria Adelaide Amaral, os atores Adriana Esteves e Fábio Assunção deram vida aos ícones do samba-canção no Brasil. Na trama, a relação amorosa e profissional dos protagonistas se fundia com o desenvolvimento do cenário musical nacional. A interpretação dos personagens fez com que Fábio Assunção e Adriana Esteves tivessem uma preparação cheia de cuidados para a produção: ele fez aulas de violão e canto por quase dois meses. Já a atriz, precisou usar perucas diferentes em cada fase da vida da cantora, assim como lentes de contato verdes. Fábio Assunção e Adriana Esteves foram indicados ao Emmy por suas interpretações nos papéis.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc minissérie - 'Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor ' (2010)
'Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor' (2010): O Trio de Ouro
EUCLIDES DA CUNHA – ‘Desejo’ (1990)
A minissérie ‘Desejo’, de Gloria Perez, narra a história de amor que culminaria no assassinato do escritor Euclides da Cunha (Tarcísio Meira), autor de ‘Os Sertões’. Sua esposa, Ana (Vera Fischer), conhecida como Saninha, aproxima-se do jovem Dilermando de Assis (Guilherme Fontes), e os dois iniciam um intenso romance. Euclides, que à época fora nomeado engenheiro da Estrada de Ferro Central do Brasil, viajava com muita frequência. Após descobrir o relacionamento extraconjugal de sua esposa, sai de casa armado e flagra o casal na casa do amante. O episódio, conhecido como ‘Tragédia da Piedade’, provocou o assassinato de Euclides pelo amante da esposa, além de ocasionar a paralisia de Dinorá (Guilherme Winter), irmão de Dilermando, que fora atingido por uma bala. Anos depois, o filho de Euclides e Saninha, Euclides da Cunha Filho (Marcelo Serrado), tenta vingar a morte do pai, também sendo morto por Dilermando.
'Desejo' (1990): Euclides (Tarcísio Meira) na Guerra de Canudos
CHIQUINHA GONZAGA – ‘Chiquinha Gonzaga’ (1999)
A autenticidade e o pioneirismo de Chiquinha Gonzaga dão o tom da minissérie homônima, de autoria de Lauro César Muniz. Interpretada por Gabriela Duarte e Regina Duarte durante as duas fases da trama, respectivamente, Chiquinha Gonzaga era musicista republicana, abolicionista e foi a primeira mulher a comandar uma orquestra no país. Compôs a primeira marchinha de carnaval com letra: ‘Ô Abre Alas’. Pianista destacada, foi uma das responsáveis pela mistura de ritmos africanos e europeus, unindo polca e urundu. Suas atitudes, na vida pessoal e profissional, sempre foram alvos de questionamentos, inclusive em sua própria família. Chiquinha apaixonou-se pelo jovem João Batista, aos 52 anos. O relacionamento foi um escândalo para a época.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc minissérie - 'Chiquinha Gonzaga' (1999)
''Chiquinha Gonzaga' (1999): Surgimento da marchinha "Ó, Abre Alas"
ZÉLIA GATTAI – Anarquistas, Graças a Deus (1984)
As memórias de infância da criança que mais tarde se transformaria na escritora Zélia Gattai estão reunidas em ‘Anarquistas, Graças a Deus’. Escrita por Walter George Durst, a minissérie foi adaptada do livro homônimo da autora, que no início dos anos XX era uma simples observadora de sua família. Italiano que preservava o anarquismo como orientação política, Ernesto Gattai (Ney Latorraca) é dono de uma oficina mecânica e trabalha como motorista. Com a esposa, Angelina da Col (Débora Duarte), tem cinco filhos: Remo (Marcos Frota), Vanda (Lilian Vizzacchero), Vera (Christiane Rando), Tito (Afonso Nigro) e a caçula Zélia (Daniele Rodrigues). Sob a perspectiva da menina, a narrativa discute os valores familiares e resgata a infância da autora em um dos períodos de maior efervescência política da cidade de São Paulo.
'Anarquistas, Graças a Deus' (1984): Zélia (Daniele Rodrigues) conversa com Orestes (Luiz Guilherme), um anarquista hospedado em sua casa.
OS MODERNISTAS – Um Só Coração (2004)
‘Um Só Coração’, de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, foi produzida em comemoração aos 450 anos da cidade de São Paulo e narra a história de Yolanda Penteado (Ana Paula Arósio), que no decorrer da trama se casa com Ceccillo Ciccillo Matarazzo (Edson Celulari). Admiradores das artes, os dois são grandes incentivadores dos movimentos artísticos pelo país e conseguem feitos memoráveis, como a organização da 1ª Bienal. Ao passo que a capital paulista se tornava referência cultural, personagens reais e fictícios davam um panorama da primeira metade do século XX nos âmbitos social e político. Os modernistas Anita Malfatti (Betty Gofman), Oswald de Andrade (José Rubens Chachá), Mário de Andrade (Pascoal da Conceição), Menotti Del Picchia (Ranieri Gonzales) e Tarsila do Amaral (Eliane Giardini) são parte da narrativa, dando suas contribuições na formação cultural da cidade. No primeiro capítulo da história, por exemplo, Oswald e Mário de Andrade planejam a Semana de Arte Moderna, que escandalizou a sociedade paulista da época.
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Webdoc minissérie - 'Um Só Coração' (2004)
'Um Só Coração' (2004): A Semana de Arte Moderna
‘Um Só coração’ é um expoente de nomes importantes da cultura nacional. Também são representados na minissérie o artista plástico Cândido Portinari (Luís Mello), a escritora Pagu (Miriam Freeland), o autor Cassiano Gabus Mendes (Emilio Orciollo Netto), entre outros.
A Revolução de 1924, a crise de 1929, a Revolução de 1932, a Era Vergas, e os ecos do nazismo e fascismo foram pano de fundo para as histórias da trama.