Sócrates

A reportagem começa com o "doutor", que nasceu em Belém e foi de lá para o interior de São Paulo, fazendo a gravação de "Peguei um Ita no Norte" para o LP que havia gravado no ano anterior. O narrador Léo Batista explica que os amantes do futebol brasileiro demoraram um pouco para descobrir o craque, porque ele recusou várias propostas para sair do Botafogo de Ribeirão Preto, por anos. O motivo: seu objetivo era concluir a faculdade de Medicina, enquanto já se dedicava profissionalmente ao futebol. 

Dessa forma, em 1978 Sócrates já era um craque, mas não conhecido o suficiente para jogar a Copa do Mundo. A oportunidade viria para a Copa de 82. 

Na entrevista ao repórter Raul Quadros, durante um aquecimento dos jogadores em campo, Sócrates contou que seu principal desejo era se tornar um bom médico. Pensava em fazer especialização em radiologia e ortopedia, após a Copa na Espanha. Elogiou Telê Santana, então técnico da seleção, por sempre buscar a perfeição de seus jogadores. Mas ele dava seu modelo ideal de jogo: "Futebol é uma coisa que deve ser feita de modo simples", afirmou. Mesmo quando faz jogadas com o calcanhar, afirma que aquilo é necessidade, não firula. 

Ao longo dos anos, Sócrates foi tema de outras reportagens e entrevistas no 'EE', até a sua morte, em 2011. Em 2014, à época em que faria 60 anos, ele foi homenageado em reportagem que ouviu gente como um amigo dos tempos de faculdade. 

Em 2018, quando sua estreia no Corinthians completava 40 anos, companheiros de partida, como o Casagrande, lembraram também sua capacidade de pensar no coletivo, apoiando as Diretas Já e sendo um dos expoentes da Democracia Corinthiana.