A história da Fórmula 1 começou no circuito de Silverstone no ano de 1950. O autódromo, na Inglaterra, era um antigo campo de pouso usado durante a Segunda Guerra. Antes da Fórmula 1, as competições eram os famosos Grand Prix, corridas isoladas realizadas em cidades diferentes, cada qual com as suas regras e os seus campeões. A prova em Silverstone inaugurou uma nova etapa no esporte mundial, uma competição com um título e um regulamento único para todos os pilotos.
O nome “fórmula” surgiu com a própria história das corridas. No início, os carros apresentavam uma forma de tubo e ficaram conhecidos no Brasil como “charutos”. Eles foram batizados de “fórmula” e assim surgiu o nome da competição. A primeira prova na pista de Interlagos, em São Paulo, foi no ano de 1972. A corrida não contou pontos para o campeonato mundial. Somente em 1973 o país passou a fazer parte do calendário oficial da Fórmula 1. Surgia, então, a história do esporte no Brasil.
EXIBIÇÃO: 30/03/1972 – No ar
ESTRUTURA DAS TRANSMISSÕES
TRANSMISSÕES AO VIVO
A televisão mudou o estilo e as características da Fórmula 1. Nos anos 1950, as corridas eram filmadas em apenas dois ou três pontos do circuito. Ver o piloto de perto era possível somente quando ele parava nos boxes. Dez anos depois, na década de 1960, surgiram mais câmeras. A utilização de algumas lentes já permitia ao telespectador acompanhar os momentos de maior emoção e disputa nas provas. Mas a televisão só chegou mesmo na Fórmula 1, em 1970, quando o público passou a assistir ao vivo às corridas.
NOVO OLHAR PARA O ESPORTE
Com o crescimento dos eventos de dimensão internacional, a Rede Globo deu novos enfoques para as transmissões esportivas, que uniam espetáculo e informação. A cobertura não estava mais restrita apenas à transmissão do evento, era necessário mostrar os detalhes, os desdobramentos de uma competição e as consequências de cada resultado. Com a Fórmula 1 não foi diferente. A transmissão mundial do campeonato começou em 1975, sempre por meio das tevês locais, que vendiam o sinal para as emissoras interessadas em exibir as provas. A Rede Globo passou, então, a garantir definitivamente o espaço na programação para as corridas e a transmitir toda a temporada da categoria.
CHEGADA ÀS TELAS BRASILEIRAS
No Brasil, as primeiras transmissões de corrida começaram no início da década de 1970. A Rede Globo teve um papel importante com a Federação Internacional dos Construtores da Fórmula 1 (FOCA), para que a corrida fosse organizada no Brasil. Segundo o jornalista Ciro José, a emissora foi responsável pela vinda da corrida para as pistas brasileiras. Na primeira prova disputada em Interlagos, a Rede Globo transmitiu ao vivo. Mas, nesse começo, o esporte na televisão ainda tinha pouco destaque, não havia um investimento para a cobertura de toda a temporada. Quando Emerson Fittipaldi foi campeão, em 1972, no Grande Prêmio de Monza, na Itália, foi a TV Globo que transmitiu a prova para os telespectadores no Brasil.
Nas primeiras transmissões, as dificuldades eram enormes. Segundo Léo Batista, que narrou algumas corridas nesse começo, era difícil identificar os carros. A Fórmula 1 conquistou um espaço definitivo principalmente após a conquista do primeiro título mundial do piloto Emerson Fittipaldi, em 1972. No começo da década de 1970, a Rede Globo era uma das poucas tevês do mundo que transmitiam as corridas na íntegra. Em grande parte dos países europeus, as emissoras só destacavam a largada e apresentavam flashes durante a prova e a bandeirada final.
CÂMERAS QUASE SEMPRE NO LÍDER
São mais de 30 anos de transmissões de provas de Fórmula 1 na Rede Globo, a única exceção foi o ano de 1980, quando a TV Bandeirantes apresentou as principais etapas. Nessa época, Nélson Piquet estreou na categoria. Até 1981, as transmissões dos Grandes Prêmios focalizavam o líder da prova, e as câmeras só mudavam o posicionamento em caso de acidente.
Aos poucos, a equipe da Rede Globo começou a mudar a forma de transmissão. Ao longo da década de 1980, começaram as inovações na cobertura dos Grandes Prêmios, uma delas foi a utilização de câmeras perto do chão. A proposta era mostrar a corrida ao telespectador como se ele estivesse no autódromo, com imagens de diferentes ângulos e com uma edição ágil. Muitas das técnicas utilizadas pela TV Globo foram adotadas inclusive por emissoras da Europa e dos Estados Unidos. Em 1983, o trabalho de cobertura da Globo no Brasil foi reconhecido como um dos melhores do campeonato.
TRANSMITIR NO BRASIL, OFÍCIO DA GLOBO
A cobertura do Grande Prêmio do Brasil é muito maior do que a de outros GPs, que são transmitidos apenas com o sinal internacional, via satélite, gerado por televisões de outros países. A transmissão internacional do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 sempre foi de responsabilidade da Rede Globo, com exceção do período de 1997 a 1999, quando a TV da FOM (Formule One Management) trouxe o seu próprio equipamento, e a Rede Globo comprou as imagens. Mas, mesmo nesse período, o público brasileiro acompanhou cenas exclusivas das corridas, por meio das câmeras da TV Globo. Com o controle das imagens feito realizado pela FOM, a rotina de transmissão mudou, mas o método utilizado pela emissora continuou servindo de modelo.
Atualmente, a Fórmula 1 é um espetáculo que atrai milhões de telespectadores no mundo. A velocidade dos carros, o ronco dos motores e a emoção das vitórias são registradas em cada detalhe. A TV Globo acompanha com exclusividade as corridas desde 1972, quando a competição chegou ao Brasil. As histórias dos pilotos, das equipes e dos Grandes Prêmios sempre foram apresentadas com destaque na programação e no noticiário.
VÍDEOS MARCANTES
Webdoc sobre as vitórias de Ayrton Senna na Fórmula 1, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
Webdoc sobre os pilotos brasileiros Ayrton Senna, Rubens Barrichello e Felipe Massa na Fórmula 1 (2ª parte), com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
Abertura da Fórmula 1 (Década de 1980).
FONTES: Depoimentos concedidos ao Memória Globo por Reginaldo Leme; Armando Nogueira, Ciro José, Léo Batista e Myriam de Lamare; Castilho de Andrade “A milionária Fórmula 1 sobe ao pódio como o melhor Ibope do mundo”, ESP, 10 jun 1993; “No ar, a menina dos olhos da TV Globo”, FSP, março 1984; Luiza Cristina Oliva, “A Globo no mundo do Grand Prix”, Programa Oficial – GP do Brasil’87, 1987; Fita – DOC: RJ51 – 0162024, “Repórter em ação: Reginaldo Leme lembra momentos marcantes em 30 anos de cobertura da Fórmula 1”, Jornal Hoje, em 30 mar 2002; “Por dentro da F-1: História da cobertura pela TV”; Fique por Dentro – História da Fórmula 1; Informações cedidas por: José Ricardo e Ricardo Porto.