O especialista em aerodinâmica Adrian Newey entrou para equipe Williams na temporada de 1990 e, em pouco tempo, ocupou o cargo de desenhista chefe da escuderia. Newey foi um dos principais responsáveis pelo domínio da Williams na categoria durante a primeira parte da década de 1990. O campeonato começou com o Grande Prêmio dos Estados Unidos, no circuito de Phoenix.
No GP do Japão, em 21 de outubro, na penúltima prova do campeonato Ayrton Senna e Alain Prost voltaram a se chocar, como no ano anterior, gerando mais uma vez controvérsia nos bastidores da Fórmula 1. Dessa vez, a vantagem foi para o piloto brasileiro, que conquistou o seu segundo título Mundial após vários duelos nas pistas com o seu companheiro de equipe.
No GP da Austrália, foi definida a classificação geral do Mundial. Nelson Piquet, competindo pela equipe Benetton, dividiu o terceiro lugar do campeonato com Gerhard Berger, da McLaren. Com a narração de Galvão Bueno e os comentários de Reginaldo Leme, a Rede Globo acompanhou todas as provas da temporada.
O Grande Prêmio do Brasil voltou a ser disputado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, no dia 25 de março. A pista foi totalmente reformada para a prova, a segunda etapa da temporada de 1990, e teve o seu traçado reduzido de 7.823 para 4.325 metros.
A Rede Globo utilizou 16 câmeras na transmissão, sendo que 11 delas estavam voltadas especialmente para o circuito. Os equipamentos foram instalados em pontos privilegiados do circuito, como a curva do Laranjinha, considerada por alguns pilotos como a mais difícil de Interlagos. Quatro minicâmeras também foram instaladas nos carros dos pilotos. Os sinais desse equipamento nos carros eram retransmitidos para um helicóptero da emissora que sobrevoava o autódromo durante a prova.
A transmissão contou com oito ilhas de videoteipe para reproduzir as imagens mais marcantes da prova. Cerca de 400 profissionais, entre técnicos, engenheiros e jornalistas trabalharam na cobertura do evento. A equipe da Globo levou mais de um mês para avaliar os melhores pontos de instalação das câmeras e da central de jornalismo, onde Galvão Bueno e Reginaldo Leme narraram a corrida. O GP do Brasil foi transmitido para mais de 30 países e atingiu cerca de 400 milhões de telespectadores no mundo todo.
No sábado antes da corrida, dia 24 de abril, o programa Sinal Verde mostrou o grid de largada, os últimos treinos oficiais e as novas mudanças na pista, uma novidade para os pilotos, inclusive os brasileiros – Ayrton Senna, Nelson Piquet, Maurício Gugelmin e Roberto Pupo Moreno.
Para a cobertura do GP do Brasil, foi produzido também um especial, exibido antes da largada com um histórico do circuito paulista. O programa foi interrompido com a entrada de flashes que mostravam cenas dos boxes e da movimentação dos pilotos. O telespectador brasileiro pôde acompanhar ainda um clip com os mais fantásticos acidentes nas provas de Fórmula 1. Um deles foi o do piloto brasileiro Maurício Gugelmin, que saiu ileso após capotar no Grande Prêmio da França, em 1989.
Ayrton Senna conseguiu o melhor tempo nos treinos oficiais e saiu na frente no GP do Brasil. A pole position foi 43º da carreira do piloto. Mas a vitória foi de Alain Prost, que venceu a prova no Brasil pela sexta vez. Gerhard Berger foi o segundo colocado, e Ayrton Senna ficou em terceiro lugar, após um acidente que o obrigou a entrar nos boxes para consertar o bico de seu carro. Mais de 100 mil pessoas foram ao autódromo assistir ao GP do Brasil.
Narração de Galvão Bueno sobre melhores momentos do GP do Japão, que deu o segundo título do Mundial de F1 ao piloto Ayrton Senna, Fantástico, 21/10/1990.
EXIBIÇÃO 11/03/1990 a 04/11/1990
GP JAPÃO
O GP do Japão, no
dia 21 de outubro, foi pela segunda vez consecutiva o palco da rivalidade entre
Senna e Prost, que decidiram neste circuito mais um título mundial da Fórmula
1. Experiente, Senna não deu chances ao francês, que havia sido campeão na
temporada passada.
O duelo entre os dois pilotos não passou de oitocentos metros. O brasileiro, numa das primeiras curvas, chocou seu carro com o do francês, que tentava ultrapassagem arriscada. Com os dois quebrados e parados na terra, Senna se consagrou como o novo bicampeão do mundo. Em uma tarde brasileira em Suzuka, Nelson Piquet venceu a corrida e Roberto Moreno foi o segundo.
BPRG, 897, 950; Cláudia Belém, “Sensação de estar na pista”, GLO, 24 mar 1990; “Os brasileiros no GP Brasil”, O Globo, 31 mar 2002; Fita – DOC: RJ 52 – 0003297, “Como será a transmissão do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, matéria exibida em 24 mar 1990 no Jornal Nacional.