A primeira prova da temporada foi o Grande Prêmio do Brasil, que marcou a estreia de Ayrton Senna na Fórmula 1, competindo pela equipe Toleman. No seu primeiro ano na categoria, Senna conseguiu chegar em segundo lugar, no GP de Mônaco, em Monte Carlo.
Niki Lauda ganhou o título do Mundial de Pilotos, após vencer por meio ponto o seu companheiro da equipe McLaren, Alain Prost.
Ayrton Senna impressionou os críticos da Fórmula 1 pela primeira vez no dia 3 de junho de 1984, no GP de Mônaco. Poucos conheciam o piloto da Toleman, que largou em décimo terceiro, sob chuva torrencial. Na corrida, na medida em que a tempestade aumentava, o brasileiro ganhava posições. Ele era o mais rápido da pista enquanto muitos pilotos apresentavam dificuldades e reduziam a velocidade.
Na 31ª volta, Senna disputou com Prost, da McLaren, a liderança da prova. No entanto, quando o brasileiro se preparou para assumir a ponta, a corrida foi encerrada pelo diretor de prova, Jacky Ickx, devido às condições do tempo. Senna terminou o GP em segundo. Prost foi o primeiro. E daquela corrida ficou a certeza de que o brasileiro seria protagonista nas temporadas seguintes.
O Grande Prêmio do Brasil, do dia 25 de março, foi a primeira prova da temporada, e contou com a direção geral de Aloysio Legey, a narração de Galvão Bueno e os comentários de Regianaldo Leme. A grande novidade em 1984 foi a abertura da transmissão. Naquele ano, a corrida foi aberta com música. As imagens mostravam o traçado do Autódromo de Jacarepaguá, transmitindo as emoções das curvas e das retas por meio de uma música composta por Eduardo Souto Neto e produzida por Dori Caymmi. Foi também feito um paralelo entre um jato F5 da FAB (Força Aérea Brasileira) e um carro de corrida (um F-2 adaptado), para mostrar, segundo Aloysio Legey, as semelhanças entre um jato e os pilotos de Fórmula 1.
Para garantir a qualidade da transmissão, foi montada uma pequena estação de televisão no autódromo, com recursos para fornecer todos os detalhes da corrida. Foram instaladas 14 câmeras em toda a pista, nos boxes e num helicóptero. Uma delas foi fixada no final da reta, especialmente para acompanhar as ultrapassagens de Nelson Piquet. Além desta, outra foi colocada no nível do chão, dentro de uma caixa de concreto preparada até para ser atropelada, e dava ao telespectador a mesma visão de quem estivesse assistindo à prova junto ao guard-rail. Se um carro derrapasse e passasse sobre esta câmera, ela automaticamente se retrairia, pois operava sobre um rotor dotado de molas.
Outra novidade de 1984 foi a câmera instalada dentro do carro do diretor da prova. No caso de um acidente, a equipe da Rede Globo conseguiria transmitir tudo ao vivo. Essa câmera operava em conexão com um dos dois helicópteros que foram usados durante a transmissão. Segundo Aloysio Legey, as modificações serviram para dar um tratamento de show à transmissão e passar para o telespectador toda a emoção da prova. A cada cinco voltas, eram apresentados os painéis com informações e dados estatísticos da corrida. Dessa vez, o lugar mais alto no pódio foi para o francês Alain Prost, que competia pela equipe Renault.
Reportagem de Reginaldo Leme sobre o resultado polêmico do GP de Mônaco de F1, que resultou na segunda colocação do piloto Ayrton Senna. Fantástico, 03/06/1984.
Em julho, o então diretor geral da transmissão do GP do Brasil, Aloysio Legey, embarcou para Portugal a convite da Associação dos Construtores da Fórmula 1 para dirigir o último Grande Prêmio da temporada, em Estoril, Portugal. O objetivo era transmitir a corrida com toda a técnica utilizada pela Globo.
EXIBIÇÃO25/03/1984 a 21/10/1984
BPRG, 585, 950; “No ar, a menina dos olhos da TV Globo”, FSP, março 1984; “Os brasileiros no GP Brasil”, O Globo, 31 mar 2002.