Foram os Jogos Olímpicos mais atípicos de todos os tempos. A pandemia de Covid-19, que afetou todo o planeta, fez a maior competição do esporte mundial ser adiada por um ano. Ainda assim, apesar de terem sido realizadas entre os dias 23 de julho e 8 de agosto de 2021, as Olimpíadas seguiram com o nome Tóquio 2020. Pela primeira vez, o evento teve suas datas remanejadas. Antes, três edições haviam sido canceladas devido à guerras: em 1916, 1940 e 1944.
- Textos relacionados:
- Transmissão, cobertura e equipe
- Medalhas do Brasil
- Destaques
O repórter Carlos Gil, correspondente da Globo na Ásia naquele momento, contou como foi dar essa notícia: “O mês de março (de 2020) foi muito significativo para o nosso trabalho, porque no dia 24 foi confirmado o adiamento dos Jogos Olímpicos. Era algo que a gente já vinha sentindo que poderia acontecer, o adiamento ou o próprio cancelamento”.
Olimpíada de Tóquio é adiada para 2021. Combate ao Coronavírus, 24/03/2020
Foi também a primeira Olimpíada a praticamente não contar com público presente. O comitê organizador se viu obrigado a reembolsar milhares de ingressos. Delegações de atletas só podiam contar com pessoas essenciais e equipes de imprensa foram reduzidas.
A temperatura dos jogos não foi medida apenas pelos protocolos rígidos da pandemia. Houve espaço também para protestos e discussões sobre saúde mental e diversidade.
Mesmo com tantos desafios, os Jogos Olímpicos de Tóquio conseguiram ser concluídos com sucesso, e unir o planeta em torno do esporte.
EXIBIÇÃO: 23/07/2021 a 08/08/2021 | Países participantes: 206 | País anfitrião: Japão | Atletas participantes: 11.420
O quadro de medalhas foi liderado por Estados Unidos, China e Japão. O Brasil, que levou 304 atletas, bateu recorde de desempenho em Olimpíadas até aquele momento, conquistando 7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes, o que deixou a delegação brasileira em 12º lugar. Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, o Brasil ficou com a 13º posição. [Saiba mais sobre as medalhas brasileiras]
Skate, surfe, karatê, escalada e beisebol/softball foram as modalidades a estrear nos Jogos de Tóquio.
“O objetivo do Comitê Olímpico Internacional, ao colocar o surf e o skate no programa olímpico, era renovar o público, trazer o jovem para a Olimpíada, e deu muito certo”, contou Gustavo Maria.
Pela segunda vez na história, a equipe de refugiados fez parte das Olimpíadas. Se no Rio eram apenas 12 atletas, daquela vez foram 29.
Por conta de uma reincidência em um grande escândalo de doping, a Rússia não pôde participar das Olimpíadas de Tóquio com sua bandeira, nem com o uniforme. Também não pôde ter o hino tocado após as medalhas de ouro – a música tocada no pódio foi uma peça de Tchaikovsky.
Com a classificação de Atletas Olímpicos Russos, os atletas que não tiveram ligação comprovada com o escândalo puderam participar do evento. A bandeira foi neutra, com os cinco anéis olímpicos. Antes, a Rússia havia sido praticamente proibida de competir nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, e apenas os atletas que conseguiram provar estarem 'limpos' foram autorizados a participar dos Jogos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em 2018, também sob bandeira neutra.
Cerimônia de abertura
Segundo o produtor executivo de cerimônias, o italiano Marco Balich, a solenidade precisou ser adaptado à realidade da pandemia. Com mais de três horas de duração, a festa levou mensagens de agradecimento aos profissionais de saúde e de esperança. Mas foi tudo “reduzido e sóbrio”, sem as grandes coreografias de praxe.
O desfile das delegações também foi reduzido, a pedido dos organizadores. A maior parte dos países atendeu ao chamado da igualdade, escalando um homem e uma mulher à frente da equipe olímpica. A delegação brasileira teve dois oficiais do Comitê Olímpico e apenas dois atletas: Ketleyn Quadros e Bruninho, respectivamente do judô e do vôlei – esportes que costumam trazer medalhas para o Brasil.
A festa apostou em simplicidade e emoção. Mostrou tradições milenares e o teatro clássico japonês. Mas na transição para o Japão moderno houve uma falha. Logo no momento mais tecnológico da cerimônia. Drones formaram a logomarca dos jogos e o planeta Terra, ao som de “Imagine” - lembrando John Lennon e Yoko Ono. O plano original era exibir também a letra da música nos céus de Tóquio, o que acabou não acontecendo.
A tenista Naomi Osaka acendeu a pira e entrou para uma lista histórica -- mas ainda desigual. Até aquele momento, somando atletas e não atletas que tiveram a honra de serem protagonistas do momento mais simbólico dos Jogos, foram 20 homens e 9 mulheres.
Confira os melhores momentos da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio. Globo Esporte, 23/07/2021
FONTES:
https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/toquio-confirma-reembolso-para-torcedores-que-nao-puderem-mais-ir-as-olimpiadas-em-2021.ghtml (acessado em 05/2024); https://www.bbc.com/portuguese/internacional-58065172 (acessado em 05/2024); https://olympics.com/pt/topics/ioc-refugee-olympic-team-tokyo-2020 (acessado em 06/2024); https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/07/26/por-que-a-russia-nao-disputa-a-olimpiada-de-toquio-e-em-vez-do-hino-e-tocado-tchaikvsky.ghtml (acessado em 06/2024) |