Por Memória Globo

Cezar Loureiro/Agência O Globo

A transmissão da Copa do Mundo dos Estados Unidos para o Brasil foi realizada por um pool formado pelas principais redes de televisão do país. Os melhores momentos, as vitórias da seleção brasileira e a comemoração da torcida em diversas partes do país foram mostradas com destaque nos telejornais da emissora.  A TV Globo contou com o trabalho de 140 profissionais. Fátima Bernardes e Pedro Bial ancoravam a programação a partir de Dallas. A narração dos jogos do Brasil ficou a cargo de Galvão Bueno, com comentários de Pelé e Arnaldo Cezar Coelho. Na final, o Brasil disputou com a Itália e conquistou o título de tetracampeão, entrando para a história dos mundiais.

EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Webdoc sobre a cobertura da Copa dos Estados Unidos (1994) com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

Webdoc sobre a cobertura da Copa dos Estados Unidos (1994) com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

SELEÇÕES PARTICIPANTES

Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Bélgica, Brasil, Bolívia, Bulgária, Camarões, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Marrocos, Nigéria, Noruega, Romênia, Rússia, Suécia e Suíça.

EXIBIÇÃO: 17/06 a 17/07/1994 | País Anfitrião: Estados Unidos | Equipes: 40 | Jogos: 52 | Gols: 141 | Campeão: Brasil | Vice: Itália | Terceiro: Suécia | Quarto: Bulgária

Logo da Copa do Mundo dos Estados Unidos - 1994 — Foto: Fifa

GALERIA DE FOTOS

12 fotos
Galeria de fotos Copa do Mundo dos Estados Unidos - 1994

ABERTURA

Uma das novidades da cobertura da Copa do Mundo dos Estados Unidos foi a vinheta de abertura. Uma bola metálica cruzava a tela da Globo até encontrar um jogador de cristal, num campo de futebol, que realizava belas jogadas. Aos poucos, o gramado se transformava na bandeira dos Estados Unidos e, depois, nas bandeiras dos 24 países que participaram da Copa do Mundo. O chute final terminava formando a marca da Globo para a Copa 94. A abertura foi idealizada por Hans Donner, com a ajuda da computação gráfica, a partir de movimentos gravados pelo ex-centroavante Cláudio Adão.

Abertura da Copa dos Estados Unidos (1994).

Abertura da Copa dos Estados Unidos (1994).

TRANSMISSÃO E COBERTURA

A transmissão da Copa do Mundo dos Estados Unidos para o Brasil foi realizada por um pool formado pelas principais redes de televisão do país. Os melhores momentos, as vitórias da seleção brasileira e a comemoração da torcida em diversas partes do país foram mostradas com destaque nos telejornais da emissora. O repórter Carlos Nascimento apresentava ao vivo, direto dos Estados Unidos, as notícias sobre a competição no Jornal Nacional.

Reportagem sobre a abertura da Copa de 1994. Narração de Fátima Bernardes, Jornal Nacional, 17/07/1994.

Reportagem sobre a abertura da Copa de 1994. Narração de Fátima Bernardes, Jornal Nacional, 17/07/1994.

A TV Globo alugou dois canais de satélite e contou com quatro câmeras exclusivas. Três ficavam no nível do campo, sendo que uma delas registrava as jogadas através de uma poderosa lente de aproximação acoplada ao slow motion – um sistema de câmera lenta que permitia uma imagem com textura de cinema, sem as falhas das tradicionais em videotape. Nos jogos do Brasil, a quarta câmera era posicionada junto à torcida, para mostrar os personagens folclóricos, a chegada do público ao estádio, as comemorações e as opiniões dos torcedores.

Os narradores e comentaristas também podiam ser focalizados durante suas falas nos intervalos ou mesmo durante as partidas. Uma minicâmera foi instalada em frente à bancada, podendo ser acionada pela direção da transmissão sempre que necessário. Para dar apoio ao trabalho da equipe, duas unidades móveis ficavam à disposição: a primeira ficava sediada no estádio onde o Brasil jogava e a segunda junto ao local de concentração para ajudar a editar e gerar reportagens.

Transmissão via satélite

Uma inovação foi o uso de um computador com touch screen, que permitia desenhar sobre a tela depois de a imagem congelada. O recurso possibilitava ao comentarista analisar com detalhes a jogada e as alternativas que o atleta teria naquele momento para efetuar o lance. A Globo usou também o steady cam, equipamento que permitia ao cinegrafista acompanhar um jogador, em qualquer velocidade, sem que a imagem tremesse. Além disso, o tira-teima continuou sendo usado para esclarecer as jogadas. A cobertura contou também com um helicóptero que mostrava imagens do movimento da torcida nos estádios e do deslocamento do ônibus com a seleção brasileira. O repórter Marcos Uchoa, do helicóptero, entrava ao vivo na programação momentos antes da transmissão dos jogos.

O uso de satélites permitiu tanto a transmissão de notícias dos Estados Unidos para o Brasil quanto o envio de imagens do Rio de Janeiro a Dallas, onde ficava localizado o escritório da emissora. Foi graças a esse recurso, inclusive, que o lateral esquerdo Leonardo conheceu seu filho, que nasceu durante a Copa. A reportagem, apresentada no Jornal Nacional, emocionou o jogador.

Reportagem de Pedro Bial sobre o nascimento de Lucas, filho do jogador Leonardo, que conheceu o bebê via satélite, Jornal Nacional, 22/06/1994.

Reportagem de Pedro Bial sobre o nascimento de Lucas, filho do jogador Leonardo, que conheceu o bebê via satélite, Jornal Nacional, 22/06/1994.

EQUIPE

A TV Globo contou com o trabalho de 140 profissionais, comandados por Ciro José, diretor de Esportes, e Luiz Nascimento, coordenador de jornalismo da cobertura.

Fátima Bernardes, Fernando Vannucci e Pedro Bial ancoravam a programação da emissora a partir de Dallas. A narração dos jogos do Brasil ficou a cargo de Galvão Bueno, com comentários de Pelé e Arnaldo Cezar Coelho. As partidas de outras equipes eram cobertas pelos narradores Oliveira Andrade e Cleber Machado, com comentários de Raul Plassmann. A equipe de reportagem contou com Roberto Thomé, Tino Marcos, Roberto Cabrini, Marcos Uchoa, Luiz Fernando Lima. Em outras praças, Hermano Henning, Carlos Dorneles, Caco Barcellos, Paulo Henrique Amorim, Paulo Francis, Ernesto Paglia e Sônia Bridi.

Galvão Bueno em entrevista para o Memória Globo, sobre a cena clássica na final da Copa dos Estados Unidos, 17/07/1994.

Galvão Bueno em entrevista para o Memória Globo, sobre a cena clássica na final da Copa dos Estados Unidos, 17/07/1994.

PROGRAMAS ESPECIAIS

O tom de humor na Copa dos Estados Unidos ficou por conta da Turma do Casseta & Planeta. Hélio de La Peña, Reinaldo, Cláudio Manoel, Beto Silva, Bussunda e Marcelo Madureira , aprontaram satirizando os jogadores e o técnico Carlos Alberto Parreira. Os personagens Diego Paradona, Zegalo e Pai de Santo Oswald de Ogum fizeram sucesso na programação.

Numa das participações do Casseta & Planeta na Copa, que foi ao ar no Jornal Hoje, os humoristas mostraram uma reza a São Romário, pedindo uma boa performance do jogador. Outra tirada engraçada foi o esquete Lavando a alma com Branco, que lembrava a atuação do lateral nas partidas da Copa. Os craques internacionais Roberto Baggio e Friedenreich foram alguns que mereceram sátiras e homenagens da turma do Casseta.

Webdoc sobre o programa Casseta & Planeta Urgente! na cobertura da conquista brasileira do tetracampeonato na Copa dos EUA (1994), com entrevistas exclusivas dos humoristas Beto Silva, Helio De La Peña e Claudio Manoel ao Memória Globo.

Webdoc sobre o programa Casseta & Planeta Urgente! na cobertura da conquista brasileira do tetracampeonato na Copa dos EUA (1994), com entrevistas exclusivas dos humoristas Beto Silva, Helio De La Peña e Claudio Manoel ao Memória Globo.

FINAL

A final foi entre os tricampeões Brasil e Itália no Estádio Rose Bowl, em Pasadena, em 17 de julho. O jogo foi arrastado e, pela primeira vez na história, uma final de Copa do Mundo terminava sem gols. O Brasil chegou a finalizar muito mais do que a Itália: foram 22 tentativas, contra seis da Azzurra. Apesar disso, o Mundial seria decidido nos pênaltis. A Itália começou chutando e Franco Baresi isolou a bola a quase um metro do travessão. Márcio Santos foi o primeiro brasileiro a cobrar, entre o meio do gol e a trave. Pagliuca pulou para o lado direito e acertou o pênalti italiano. Após as cobranças convertidas – Albertini e Evani para a Itália; Romário e Branco para o Brasil –, Massaro chutou a bola para o lado esquerdo e Taffarel defendeu. Em seguida, Dunga marcou. Roberto Baggio cobrou o quinto pênalti para a Itália e mandou lá em cima do travessão. O Brasil conquistou o título de tetracampeão, entrando para a história dos mundiais.

A conquista do tetracampeonato foi ao ar no Jornal Nacional em 18 de julho, dia seguinte da vitória sobre a seleção italiana. No telejornal, a repórter Lenise Figueiredo, falando direto da Itália, mostrava o contraste entre a tristeza dos italianos e a festa da torcida brasileira em diversas capitais do país durante toda a madrugada. No encerramento do JN, foi apresentado um clipe com as imagens mais marcantes da Copa.

Último bloco inteiramente dedicado à conquista do tetracampeonato pelo Brasil na Copa de 1994, Jornal Nacional, 18/07/1994.

Último bloco inteiramente dedicado à conquista do tetracampeonato pelo Brasil na Copa de 1994, Jornal Nacional, 18/07/1994.

Fontes

Depoimentos concedidos ao Memória Globo por João Ramalho (12/04/2007); Galvão Bueno (17/04/2007); Marcos Uchoa (14/08/2011); Sônia Bridi (26/10/2009); Tino Marcos (08/08/2005); Boletins de programação, 1117, 1118, 1119 e 1120; BELLOS, Alex. “Futebol – O Brasil em campo”; GEHRINGER, Max. Almanaque dos Mundiais – Os mais curiosos casos e histórias de 1930 a 2006. São Paulo, Globo, 2010; Nunzio Briguglio e Osmar Freitas Jr., “A bola na telinha”. In: Isto É, 15/06/1994; “A bola rola na TV”. In: Veja, 15/06/1994; “A Globo é mais Brasil. In: O Globo, 21/07/1994; “Um bolão de dinheiro”. In: Isto É, 27/06/1994; “Telespectadores, ligai-vos!”. In: O Globo, 11/06/1994; “Todos os ângulos da Copa do Mundo”.In: Jornal do Brasil, 18/06/1994; “A seleção da TV”. In: Jornal do Brasil, 19/04/1998; “A bola rola na TV”. In: Veja Rio, 15/06/1994.
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