EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
A Copa do Mundo da França foi a última disputada no século XX. Da bancada do Jornal Nacional, a apresentadora Fátima Bernardes chamava William Bonner, que noticiava as informações diretamente do estúdio montado pela TV Globo em Paris, no Parque de Exposições na Porta de Versailles. A emissora também montou um centro de produção em Ozoir-la-Ferrière para acompanhar a concentração da seleção brasileira durante a primeira fase do Mundial. Um grande destaque da cobertura foi um satélite de retorno do Brasil que possibilitava a conversa ao vivo de jogadores com seus familiares. A equipe enviada pela TV Globo para cobrir o evento tinha cerca de 160 profissionais.
Webdoc sobre a cobertura da Copa da França (1998) com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
EXIBIÇÃO: 10/06 a 12/07/1998 | País Anfitrião: França | Equipes: 40 | Jogos: 64 | Gols: 171 | Campeão: França | Vice: Brasil | Terceiro: Croácia | Quarto: Holanda
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TRANSMISSÃO E COBERTURA
A Copa do Mundo da França foi a última disputada no século XX. Da bancada do Jornal Nacional, a apresentadora Fátima Bernardes chamava William Bonner, que noticiava as informações diretamente do estúdio montado pela TV Globo em Paris, no Parque de Exposições na Porta de Versailles. A emissora também montou um centro de produção em Ozoir-la-Ferrière para acompanhar a concentração da seleção brasileira durante a primeira fase do Mundial.
No Jornal Nacional de 2 de junho, William Bonner informou que o atacante Romário, o herói na conquista do tetracampeonato, não iria mais disputar a Copa. A matéria do repórter Mauro Naves destacava que, em entrevista coletiva, “o jogador era mais lágrimas do que palavras”. O corte de Romário foi motivado por uma lesão na panturrilha. No dia 23 de maio, o repórter Pedro Bial conversara com o craque na porta da concentração da seleção brasileira em Lésigny, na França, e ele dizia que estava com esperanças de permanecer na equipe até o final da Copa.
Um grande destaque da cobertura foi um satélite de retorno do Brasil que possibilitava a conversa ao vivo de jogadores com seus familiares.
Reportagem de Mauro Naves sobre o corte de Romário da seleção brasileira antes da Copa do Mundo de 1998 por conta de uma contusão na panturrilha, Jornal Nacional, 02/06/1998.
A Globo desenvolveu um sofisticado programa para visualização virtual do futebol que herdou o apelido de “Tira-Teima”. O novo programa permitiu a análise tática com informações como velocidade da bola, distância de barreira, visão do juiz, visão do goleiro, visão do bandeirinha, círculo de 9,5m.
Também foi criado um módulo para internet no qual o telespectador, de casa, podia, interativamente, criar a visão que melhor lhe conviesse. O “Virtual-Teima” foi utilizado pela primeira vez na Copa do Mundo da França. Também para a Copa do Mundo da França foi desenvolvido um quadro virtual no qual o apresentador selecionava os lances mais relevantes dos jogos para serem apresentados no programa Galeria da Copa.
EQUIPE E ESTRUTURA
A equipe enviada pela TV Globo para cobrir o evento tinha cerca de 160 profissionais, comandados por Carlos Henrique Schroder (diretor de planejamento de Jornalismo), Luis Erlanger (diretor editorial de jornalismo), Luiz Fernando Lima (diretor de Esportes), Luiz Nascimento (coordenador da cobertura) e Fernando Guimarães (diretor de operações). Era uma das maiores mobilizadas até então para um evento internacional. Dois satélites exclusivos ficaram disponíveis 24h para que a equipe pudesse enviar matérias a qualquer hora do dia ou da noite.
As transmissões dos jogos na Globo tiveram a narração de Galvão Bueno, Cléber Machado e Luis Roberto. Os comentários ficaram a cargo de Pelé, Walter Casagrande, Paulo Roberto Falcão, Júnior, Arnaldo Cezar Coelho e José Roberto Wright. Entre os repórteres, se destacaram Tino Marcos, Mauro Naves, Maurício Kubrusly, Marcos Uchoa, Régis Rösing, Pedro Bassan, Mônica Waldvogel, César Augusto e Glória Maria. A equipe da Rede Globo contou, ainda, com as participações da atriz Suzana Werner e do chef Olivier Anquier.
Os jornalistas Renato Machado, o Bom Dia Brasil e Mylena Ceribelli, do Globo Esporte, apresentaram os programas diretamente de Paris.
Abertura da Copa da França (1998).
PROGRAMAS ESPECIAIS
O Bate-Bola, um programa especial à noite, sob o comando de Galvão Bueno, reunia convidados para uma discussão descontraída sobre a Copa do Mundo.
Outro especial que estreou nesse período foi o Placar da Copa, exibido aos domingos, após o humorístico Sai de Baixo. O programa misturava variedades, jornalismo, debate e um resumo sobre os jogos da semana.
Os humoristas do Casseta & Planeta, Urgente! viajaram para a França no dia 3 de junho e prepararam edições especiais durante a Copa do Mundo. Reinaldo, Cláudio Manoel , Hubert, Bussunda, Hélio de La Peña e Beto Silva, o diretor-geral José Lavigne, além da equipe técnica e de produção tiveram a preocupação em tornar o programa sempre atual. Não havia praticamente roteiros e textos definidos: as matérias e brincadeiras eram pautadas em cima dos acontecimentos e o programa era editado no mesmo dia em que era exibido.
Trecho do programa humorístico "Casseta e Planeta" direto da França durante a Copa do Mundo de 1998, Casseta e Planeta, 09/06/1998.
FINAL
A seleção brasileira perdeu para a seleção francesa liderada pelo jogador Zinedine Zidane por 3 a 0, em Saint Denis, e ficou com a segunda colocação no ranking mundial da Fifa. A seleção viveu um drama horas antes do jogo: a dúvida se o atacante Ronaldo seria ou não escalado para a partida.
O Jornal Nacional do dia seguinte da decisão exibiu imagens da festa francesa na Avenida Champs Elysées e entrevistas com dirigentes, médicos e jogadores, que tentavam responder o que, de fato, acontecera com Ronaldo.
O locutor Galvão Bueno conversou com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, em Lésigny, que explicou que Ronaldo havia sofrido uma convulsão, fora levado para o hospital para se submeter a exames e, até 50 minutos antes do jogo, não estava escalado. Foi o próprio atacante quem insistiu em jogar. De acordo com o médico da seleção, Lídio Toledo, Ronaldo teve uma crise provocada por um grande estresse emocional.
Na semana seguinte à chegada da seleção ao Brasil, a apresentadora do JN, Fátima Bernardes , realizou uma entrevista exclusiva com o jogador na qual ele admitiu ter tomado um tranquilizante antes do jogo. A entrevista foi ao ar no Globo Repórter.
SELEÇÕES PARTICIPANTES
Argentina, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Camarões, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Estados Unidos, Escócia, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Irã, Itália, Iugoslávia, Jamaica, Japão, Marrocos, México, Nigéria, Noruega, Paraguai, Romênia e Tunísia.
Melhores momentos da derrota do Brasil por 3 a 0 para a França na final da Copa do Mundo de 1998 com narração de Galvão Bueno, Fantástico, 12/07/1998.
Em reportagem de Tino Marcos, Ronaldo fala sobre a convulsão sofrida antes da final da Copa do Mundo de 1998 contra a França e repórter Marcos Uchôa vai à clínica que examinou a atacante da seleção brasileira em Paris, Jornal Nacional 13/07/1998.
FONTES
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por Tino Marcos (08/08/2005); Sônia Bridi (26/10/2009); Renato Ribeiro (29/10/2007); Mauro Naves(10/02/2006); Marcos Uchoa(14/08/2001); Cléber Machado (30/01/2007); Galvão Bueno (17/04/2007); Boletins de programação, 05/1998 e 07/1998; BELLOS, Alex. “Futebol – O Brasil em campo”; CORREA, Elena. “Regina Casé embarca para a Copa da França”. In: Estado de S. Paulo, 09/11/1997; GEHRINGER, Max. Almanaque dos Mundiais: os mais curiosos casos e histórias de 1930 a 2006. São Paulo, Editora Globo, 2010; ITACARAMBI, Francisco. “A cobertura do século”. In: Revista Imprensa, 08/1998; “A Copa na telinha”. In: Estado de S. Paulo, 19/05/2002; Guia Coca-Cola / Revista Imprensa para a Copa do Mundo da França, 08/1998; Carlos Maranhão e Maurício Cardoso, “O circo da notícia”. In: Veja, 17/06/1998; “Com a bola toda”. In: Veja, 04/12/2002. |