PRODUÇÃO
Da trama à produção, o realismo é a tônica de Sob Pressão. O seriado contou com a consultoria do médico Marcio Maranhão, autor do livro que inspirou a história, desde sua versão em longa-metragem. Ele não apenas ajudou na preparação da equipe, mas, com um time de instrumentadores, esteve presente em cenas, auxiliando e orientando o manuseio de material e garantindo que os detalhes técnicos das cirurgias fossem seguidos à risca. Todos os atores fizeram laboratórios em hospitais públicos do Rio de Janeiro, e os roteiristas ouviram de médicos e profissionais de saúde as histórias reais que inspiraram os episódios.
As gravações da primeira e da segunda temporada foram feitas, em sua maioria, em partes desativadas do Hospital Nossa Senhora das Dores, em Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A locação é a mesma do filme que inspirou a trama. O hospital, à época das gravações, funcionava com 20% de sua capacidade, e as filmagens não alteraram sua rotina. A direção de arte é assinada por Rafael Targat.
A segunda temporada acrescentou mais locações externas, explorando um pouco o contexto de chegada dos pacientes ao hospital. Destaque para a cena do acidente sofrido por Carolina, gravada com um ônibus de verdade, e o içamento de um paciente obeso em sua casa. Para a caracterização do ator, foram usados aproximadamente 15 quilos de material em próteses à base de silicone. A produção das peças, encabeçada pelo caracterizador especializado em efeitos especiais Pietro Schlager, foram produzidas em cerca de 40 dias. Já o içamento, foi todo real, feito de uma varanda, na altura de 15 metros.
CENOGRAFIA E ARTE
Para ambientar o hospital São Tomé Apóstolo, foi preciso mudar de set na terceira temporada. O cenário foi montado em uma construção no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, adaptada para criar uma ambiência similar a de um hospital no subúrbio carioca. Dos quatro mil metros quadrados do espaço, cerca de 2,5 metros quadrados foram cenografados. Entre os detalhes criados, estavam o centro cirúrgico – com todo material necessário, incluindo sangue cenográfico –, paredes de alumínio divisórias e até imagens religiosas nas paredes, uma vez que o hospital seria ligado a freiras.
FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO
Figurino e caracterização dos personagens procuraram ser o mais simples possível. Para as roupas de Carolina, por exemplo, o figurinista Marcelo Pies procurou usar peças de segunda mão, sempre em tons terrosos e neutros.