Por Memória Globo

Acervo/Globo

Na novela 'O Bem-Amado', Dias Gomes concentrava em Sucupira, pequena cidade no interior da Bahia, personagens que representavam tendências, comportamentos e características comuns de tipos populares de todo o Brasil. Dias Gomes afirmava que o seriado não era uma continuação da novela, embora contasse com alguns dos seus principais personagens.

Para escolher, entre os 40 personagens da novela, quais permaneceriam no seriado, Dias Gomes levou em consideração os que seriam absolutamente essenciais para Sucupira: o prefeito, o padre, o dono do jornal, o delegado, os líderes da oposição, os líderes da maioria, Dirceu Borboleta, as irmãs Cajazeiras e Zeca Diabo.

Zilka Sallaberry, que na novela interpretou a delegada Donana Medrado, não pôde retomar seu papel no seriado. Na época, a atriz já era a Dona Benta, no Sítio do Picapau Amarelo (1977). Sucupira ganhou, então, uma nova delegada: Chica Bandeira, papel entregue a Yara CorteS. Para substituir Dulcinéia – vivida na novela por Dorinha Duval – Dias Gomes criou uma nova Cajazeira, Zuzinha, vivida pela atriz Kleber Macedo. Odorico Paraguaçu também ganhou uma terceira filha, Bebel (Ângela Leal), e uma esposa, Conchita (Suely Franco).

Autoria: Dias Gomes | Direção: Régis Cardoso, Jardel Mello, Yves Hublet, Mariano Gatti e Oswaldo Loureiro | Período de exibição: 22/04/1980 - 09/11/1984 | Horário: terças, às 22h15 | Número de episódios: 220

Abertura do seriado O Bem-Amado (1980).

Abertura do seriado O Bem-Amado (1980).

EPISÓDIOS

No primeiro episódio, o demagogo e idiossincrático prefeito Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), que no último capítulo da novela havia sido morto com um tiro do cangaceiro Zeca Diabo (Lima Duarte), ressuscita e reassume seu posto na prefeitura de Sucupira. Seu grande projeto “necrofílico” – a inauguração do cemitério de Sucupira –persiste, já que o único enterro realizado no cemitério havia sido o dele, ironicamente anulado com a sua ressurreição.

Paulo Gracindo e Dirce Migliaccio no seriado O Bem-Amado, 1980 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

CURIOSIDADES

Para o diretor Régis Cardoso, a diferença básica entre a novela e o seriado era que o segundo permitia a crítica de temas da atualidade, o que não é tão fácil em uma novela que tem um enredo muito longo. Em termos de direção, o seriado tinha uma abordagem mais cinematográfica, com um uso mais maleável da câmera.

Ida Gomes, Kleber Macedo e Dirce Migliaccio no seriado O Bem-Amado, 1980 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

CENAS MARCANTES

Cena em que Tião Moleza (Antônio Carlos Ganzarolli), coveiro de Sucupira, abre o caixão e Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) ressuscita.

Cena em que Tião Moleza (Antônio Carlos Ganzarolli), coveiro de Sucupira, abre o caixão e Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) ressuscita.

Cena do episódio “Odorico na Cabeça”, em que Zeca Diabo (Lima Duarte) vai até a casa das irmãs Cajazeira (Ida Gomes, Dirce Migliaccio e Kleber Macedo) e Odorico (Paulo Gracindo) lhe faz uma proposta: candidatar-se a vereador.

Cena do episódio “Odorico na Cabeça”, em que Zeca Diabo (Lima Duarte) vai até a casa das irmãs Cajazeira (Ida Gomes, Dirce Migliaccio e Kleber Macedo) e Odorico (Paulo Gracindo) lhe faz uma proposta: candidatar-se a vereador.

Cena do último episódio, “E Chegamos aos Finalmentes”, em que Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) recebe, como presente de um político, um defunto para inaugurar o cemitério de Sucupira.

Cena do último episódio, “E Chegamos aos Finalmentes”, em que Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) recebe, como presente de um político, um defunto para inaugurar o cemitério de Sucupira.

Cena do último episódio, “E Chegamos aos Finalmentes”, em que Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) finalmente consegue inaugurar o cemitério de Sucupira.

Cena do último episódio, “E Chegamos aos Finalmentes”, em que Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) finalmente consegue inaugurar o cemitério de Sucupira.

FONTES:

Depoimentos cedidos ao Memória Globo: Emiliano Queiroz (15/12/2000), Ida Gomes (23/04/2001) e Lima Duarte (22/05/2001); Boletim de Programação da Rede Globo 372, 379, 381, 417, 421, 431-A; 458, 524, 570, 617; “A TV no Conselho Federal de Censura”, In: Jornal da Tarde, 19/02/1982; ANGEL, Hildegard. “O Bem-Amado em Lisboa”, O Globo In: 15/05/1983; "Rio Show" in O Globo: 09/11/1984; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário de programas da TV Globo Vol 1: dramaturgia e entretenimento, Jorge Zahar Ed, Rio de Janeiro, 2003; SCHULKE, Evelyn. “Dias Gomes, lutando contra a censura. Com bom humor” In: Jornal da Tarde, 22/06/1981; www.imdb.com; www.teledramaturgia.com.br.
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