Produção
Cada episódio levava, em média, 12 dias para ser gravado, o que é muito tempo em televisão. O custo, entretanto, não era alto, porque a equipe de produção usava poucos recursos para fazer o programa. O estúdio de TV em que Juba e Lula moravam, por exemplo, era um estúdio abandonado nas instalações da TV Globo, que o cenógrafo Luís Antônio Caligiuri transformou em cenário deixando à mostra elementos dos bastidores da televisão. O carro que os dois personagens usavam nas cenas de ação era o mesmo que a equipe de produção usava para visitar as locações do seriado. Boa parte delas sugerida pelos próprios Kadu Moliterno e André de Biasi. Esse formato de produção permitiu que a equipe de criação gastasse mais tempo com o texto do seriado. As limitações da produção eram, inclusive, transformadas em piada pelos roteiristas. Muitas vezes, durante uma sequência de ação em que tinham que executar uma manobra mais mirabolante, Juba e Lula olhavam para a câmera e, dirigindo-se ao telespectador, informavam que não seria possível continuar a cena por falta de recursos de produção.
Prêmios
Ainda no primeiro ano de exibição, 'Armação Ilimitada' ganhou o prêmio Ondas de melhor série para televisão, concedido pela Sociedade Espanhola de Rádio e Televisão, em Barcelona. O prêmio era considerado o “Oscar” europeu da televisão e só havia sido entregue, até então, a duas produções brasileiras: o seriado Malu Mulher, em 1979, e Morte e Vida Severina, episódio do Caso Especial, em 1981.
Trilha Sonora
Lançada em 1985, quando uma nova geração de bandas do rock começava a surgir e a se firmar no cenário musical brasileiro, a trilha sonora de 'Armação Ilimitada' – com direção musical de Nelson Motta – trazia faixas de nomes como Ultraje a Rigor e Gang 90 e Absurdettes. O disco trazia ainda o Tema de 'Armação Ilimitada', faixa instrumental composta e executada por Ari Mendes. A música tem um riff de guitarra quase idêntico ao de 'Say What You Will', faixa que está no disco de estreia da banda americana Fastway, lançado em 1983.
Uma nova trilha foi lançada em 1988, com várias bandas já consagradas do rock brasileiro, como Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii e Hojerizah. Outro destaque era a versão de Léo Jayme para Gatinha Manhosa, sucesso da Jovem Guarda, composta por Roberto e Erasmo Carlos.
Embora não aparecessem nos discos com a trilha sonora, bandas como a Blitz – que além de ser um dos principais expoentes do novo rock, tinha uma estética remetendo às histórias em quadrinhos que combinava com a de 'Armação Ilimitada' – tinham músicas em vários episódios. Evandro Mesquita, integrante da banda, fez participação especial no seriado. O autor Antonio Calmon conta que participava da criação dos temas, aproveitando sua experiência com mixagem de cinema, e que escrevia os roteiros já tendo em mente as músicas que usaria em cada episódio. A música original do seriado era responsabilidade de Alexandre Agra.
Figurino e Caracterização
As calças com tecidos camuflados ao estilo militar usadas por André de Biase e Kadu Moliterno viraram moda no Saara, região do centro do Rio de Janeiro que concentra várias lojas de apelo popular, onde eram vendidas como “calças de Juba e Lula”. No episódio Um Programa de Índio, os personagens vão parar numa aldeia indígena. Andréa Beltrão, André de Biasi, Catarina Abdala e Kadu Moliterno decidiram fazer todas as cenas completamente nus para aumentar o efeito causado pelas tarjas pretas que eram acrescentadas mais tarde na edição.