Por Memória Globo

Marcio Nunes/Globo

Produção

Cerca de 90% das cenas do seriado foram gravadas em locações, a maioria em Copacabana, como os apartamentos de André (Michel Melamed) e Celeste (Vera Fischer). O programa levou dois meses para ser filmado. Para compor a fotografia do seriado, foram usadas diversas gelatinas de cores vivas – rosa-choque, verde, azul, vermelho e amarelo –, dialogando com a pop art dos anos 1960 e com a mistura estética de Copacabana.

Duas câmeras digitais de alta definição, que combinam tecnologia de última geração com a ótica de cinema, foram usadas na realização do seriado. A mais utilizada foi a Arri D21, que já havia sido usada pelo diretor Luiz Fernando Carvalho na minissérie Capitu. A Arri Alexa, em sua estreia no Brasil, foi escolhida para a filmagem das cenas noturnas, devido à sua excelente definição em condições de pouca luz.

A animação do boneco Freud foi feita by one, ou seja, 24 quadros fotografados para cada segundo de cena (normalmente são apenas 12 quadros por segundo). A ideia era obter maior fluidez nos movimentos. O boneco Freud media 40 centímetros, tinha o esqueleto articulado, e suas expressões mudavam em função das peças trocadas: dez testas, 21 bocas e dez pares de mãos. Cabelo, barba, sobrancelha e bigode eram de fios naturais.

Figurino e Caracterização

Entre os figurinos criados para o seriado, destacam-se os das três mulheres principais da vida de André: Lívia, Tatiana e Sofia. Lívia, como uma mulher em constante recriação, inventava o próprio visual, abusando de enfeites delicados, e trazendo roupas e mãos manchadas de tinta. Na intimidade, usava seda, renda e transparências. Paola Oliveira teve os cabelos escurecidos com um tom de castanho para viver a personagem.

Os fetiches foram a tônica do look da moderna lolita Tatiana, em figurinos com fitas, laços e flores. A personagem carregava elementos das pin ups e misturava couro colorido a bordados, meia-calça e sandálias de salto-alto pink ou verde cítrico. Os cabelos da atriz Bruna Linzmeyer, sua intérprete, foram pintados de ruivo e cortados na altura da nuca de forma assimétrica, com efeito desfiado.Sofia, por sua vez, apresentava um figurino despojado e alegre, com sobreposição de vários elementos coloridos. A personagem misturava malha, seda e outros materiais, e ostentava um penteado composto por dreadlocks, tranças e mechas coloridas.

Outro destaque do figurino foram as roupas de dinheiro criadas para o desfile do estilista Zing (Rodrigo Pandolfo). Foram criados vestidos a partir de armações de metal, moedas, cédulas e tule, com inspiração na corte francesa do século XVIII e em formas futuristas. Ao todo, fabricaram-se cerca de seis mil notas – sendo 2.500 dobradas em origamis e as demais enroladas ou plissadas – e 2 mil moedas.

Cenografia e Arte

O conceito de hiper-realidade, traduzido por um olhar crítico e poético sobre o real, norteou as equipes de cenografia, figurino, arte e iluminação do programa.

A pop art de Andy Warhol, o universo kitsch e as fotos eróticas de David LaChapelle serviram de referência para a direção de arte.

Os quadros pintados por Lívia na primeira fase – rostos com uma expressão angustiada e solitária – são da artista plástica Sandra Burgos. Os florais coloridos da fase em que ela está com Jonas são assinados por Dirce Fett.

Trilha Sonora

A música original do seriado é de Tim Rescala e a música adicional é de Marcelo Camelo. 

Abertura

A abertura do seriado é uma animação gráfica baseada em ilustrações do artista plástico alemão Olaf Hajek, algumas criadas especialmente para o programa. A primeira das ilustrações, que se tornou o logo do seriado, é uma imagem de Freud com os elementos saindo de sua cabeça, como se de sua mente saísse tudo o que se vê, a seguir, na abertura. Michel Melamed, intérprete do protagonista André, é o autor e o intérprete da canção Nome à Pessoa. 

Divulgação

Uma exposição com obras de arte inspiradas no universo feminino marcou o lançamento do seriado, realizado em uma galeria de arte no Rio de Janeiro.

O evento contou com apresentações de Marcelo Camelo – que tocou, acompanhado por uma banda, uma de suas composições instrumentais criadas para o programa – e de Michel Melamed, que apresentou a música de abertura do seriado.

Além disso, os atores reproduziram a cena em formato de musical, em que André (Michel Melamed) tem um “piripaque” no coração e sonha com seu velório, onde reencontra as mulheres que passaram por sua vida.

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