'Viver a Vida' teve cenas gravadas no Oriente Médio e na Europa. Uma equipe de 27 profissionais da TV Globo, entre atores, diretores e produtores, passou 46 dias trabalhando em três países. Israel marcou o início dos trabalhos, com os atores Thiago Lacerda, Rodrigo Hilbert, Thianna Bialli e Natasha Haydt. Uma produtora da região foi contratada para dar suporte local, elevando para 55 o número de profissionais. Além das ruas de Jerusalém, a Basílica do Santo Sepulcro, o Muro das Lamentações, o Mar Morto, a Igreja das Lágrimas e o Monte das Oliveiras serviram de cenário para as gravações.
Na Jordânia, Alinne Moraes, Taís Araújo e Marcelo Valle se juntaram a Thiago Lacerda e Rodrigo Hilbert nas gravações, realizadas durante 20 dias, sob um calor de 45º. Os brasileiros tiveram de driblar dificuldades como a comunicação com a equipe local, com integrantes de muitas nacionalidades, e os grandes deslocamentos para checar às locações. Em alguns lugares não havia acesso por carro, e os equipamentos tiveram de ser transportados em mulas, inclusive em aclives. As gravações incluíram um desfile de moda realizado nos monumentos de Petra, considerada Patrimônio da Humanidade, além de cenas no deserto de Wadi Rum, nas ruínas do teatro de Jerash e nas ruas da capital Amã.
O final da viagem foi em Paris, na França, com a incorporação de Mateus Solano e José Mayer ao elenco. Foram gravadas cenas no Museu de Arquitetura, no bairro boêmio de Montmartre, no Grand Palais, nas alamedas do Jardim das Tulherias, além de locações nos arredores da cidade, como Giverny e Castelo de Courances.
Em Búzios, no litoral do Rio de Janeiro – um dos principais núcleos da novela –, a direção privilegiou cenas em locais turísticos como a Orla Bardot, a Rua das Pedras, restaurantes, boates, a Praia Azedinha, o píer e a marina.
A produção do desfile que movimentou os primeiros capítulos da trama envolveu mais de 300 figurantes e cerca de 100 pessoas, entre elenco, direção, figurinistas, cenógrafos e caracterizadores. O cenário levou três dias para ser montado na Orla Bardot, em frente ao píer da Armação de Búzios. Como o conceito do desfile era moda praia, o cenógrafo Gilson Santos criou uma passarela onde as modelos caminhavam sobre a água. Barcos no mar iluminavam a praia. A equipe de figurino, composta por 15 profissionais, precisou de mais de cinco horas para arrumar o elenco e a figuração. Para a caracterização, foram sete horas de preparação antes de começarem as gravações.
'Viver a Vida' também teve como cenário a favela Santa Marta, na zona sul do Rio de Janeiro, onde foram gravadas cenas com os personagens de Marcello Melo Jr., Aparecida Petrowki e Babu Santana. Segundo o diretor Jayme Monjardim, as cenas recebiam o tratamento de um programa de computador, o software Base Light, para conseguir efeitos que aproximassem as imagens do cinema. É o mesmo software utilizado para rejuvenescer atores e atrizes, também usado na novela para diferenciar a pele dos gêmeos Jorge e Miguel (Mateus Solano). Também por meio do computador, as cenas no morro ganharam um ritmo mais lento. A técnica era cortar fotogramas. “Na TV, usamos uns 29 fotogramas [quadros] por segundo. No cinema, são 24. Deixo imagens da favela com uns 27 fotogramas”, afirmou Monjardim, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Além disso, as cenas gravadas no Morro Dona Marta eram realizadas com uma câmera especial.
Mateus Solano teve o apoio da preparadora de elenco Patrícia Carvalho para compor os gêmeos, e ainda contou com o ator Gabriel Delfino como dublê nas muitas cenas em que Jorge e Miguel, seus personagens, contracenavam. Com os recursos tecnológicos usados, o telespectador podia jurar que os irmãos realmente existiam. Em diferentes cenas bem produzidas e finalizadas, os personagens se agrediram fisicamente, com direito a uma chave de braço, e engataram uma perseguição, com um correndo atrás do outro. A diferenciação entre os dois era feita através do figurino, da maquiagem e do penteado: Jorge usava terno e um cabelo comportado, repartido ao lado, e Miguel se vestia de forma despojada, com o cabelo desgrenhado.
Para viver uma tetraplégica, Alinne Moraes contou com a consultoria da jornalista paulista Flávia Cintra, paraplégica, mãe de gêmeos.
As fotógrafas paulistas Darcy Toledo e Jane Walter, donas do estúdio Nude, especializado em ensaios fotográficos sensuais para mulheres anônimas, inspiraram o autor a compor a personagem Ingrid, interpretada por Natália do Vale.