Por Memória Globo

Acervo/Globo

PRODUÇÃO

A cidade cenográfica de Tropicaliente tinha 3.000 m² e foi construída na praia de Porto das Dunas, no município de Aquiraz, perto de Fortaleza, capital do Ceará. Era uma vila de pescadores, com casas com detalhes coloridos que davam uma atmosfera caribenha ao cenário. Os interiores das casas foram montados em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os atores deixavam a capital carioca alguns dias a cada mês para gravar cenas em Fortaleza.

A produção da novela contou com a ajuda do governo do Ceará. A exibição da trama aumentou o turismo no Nordeste, especialmente no estado. Nos meses de baixa temporada, em que Tropicaliente foi ao ar, os hotéis ficaram lotados e o movimento de turistas foi 30% superior ao dos anos anteriores.

Cidade cenográfica da novela Tropicaliente, 1994 — Foto: Acervo/Globo

ABERTURA

A abertura da novela, idealizada pelo designer Hans Donner, tinha frutas tropicais se movimentando na tela ao som do merengue Coração da Gente, cantado por Elba Ramalho. Uma salada verde se transformava em ilha coberta por pássaros migrantes. Enquanto isso, um balé de goiabas, abacaxis e laranjas, formado pelas saias das dançarinas, fazia evoluções sob uma luz alaranjada. Ao fim, a paisagem era noturna, e um casal de bailarinos deslizava na tela, em uma coreografia vibrante, sob uma reluzente lua cheia. Quando a imagem abria, o telespectador podia ver que o casal dançava, na realidade, sobre um grande prato de lagosta, à beira-mar.

Tropicaliente (1994): Abertura

Tropicaliente (1994): Abertura

FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO

O trabalho de caracterização dos pescadores demandou muita pesquisa por parte da equipe de figurino. A figurinista Helena Brício buscou materiais nas redondezas do Ceará: foi às feiras populares e comprou renda, tela e algodão rústico. Tudo para criar um figurino que remetesse a um pescador dos velhos tempos, que ainda não tivesse se entregado às havaianas e às roupas de tecido sintético. As roupas foram tingidas com casca de angico, uma árvore nativa do Brasil, e foram usadas sandálias de couro.

Carolina Dieckmann em Tropicaliente, 1994 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

CURIOSIDADES

Walther Negrão inspirou-se nas paisagens caribenhas para escrever a trama das 18h.

Eu tinha ido para o Caribe nessa época pensei: 'O Brasil tem um Caribe que é o mesmo mar, que é do Nordeste, é o Ceará' E coincidiu do Paulo Ubiratan ser apaixonado pelo Ceará, por Fortaleza. Nós viajamos para lá: Paulo, Mário Lucio Vaz, Ítalo Granato e eu. Nesses três dias eu pesquisei sobre o negócio de lá, exportação de lagosta e pesca. O barco lagosteiro é muito bonito, cheio de gaiolas, completamente diferente de uma jangada. Com todas as praias que tem no Ceará, a gente construiu uma praia fake para gravar a novela, que era uma plataforma de pedra, perto do Beach Park, com caminhões de areia. Porque era um lugar reservado para a gente poder gravar durante meses, sem turista. E até hoje tem uma cabana nesse lugar”,
— Walther Negrão - Autor

O capixaba Stênio Garcia (Samuel) se orgulha de ele e o diretor artístico Paulo Ubiratan, um paulista, terem recebido o título de cidadãos do município de Beberibe, no Ceará, por conta da novela.

Stênio Garcia aprendeu a jogar tarrafa a partir do seu convívio com os pescadores.

Stênio Garcia em Tropicaliente, 1994 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

Tropicaliente marcou a estreia dos atores Márcio Garcia, Giovanna Antonelli e Daniela Escobar em novelas da Rede Globo.

A novela foi reapresentada entre 20 de março e 07 de julho de 2000, em Vale a Pena Ver de Novo.

Tropicaliente foi exibida na Bolívia, Chile, Chipre, Guatemala, Indonésia, Nicarágua, Noruega, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Rússia, Turquia, Uruguai e Venezuela. Na Rússia, teve um grande sucesso, sendo exibida duas vezes. Lá recebeu o título de Tropikanka e registrou bons índices de audiência na emissora ORT.

Giovanna Antonelli em Tropicaliente, 1994 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

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