CORONEL HORÁCIO DA SILVEIRA (Jonas Mello) – No início da história, é o homem mais rico da região, o chefe político da oposição, com amplo domínio em Ferradas e Tabocas, e a pessoa mais temida em todo o Sul da Bahia. De natureza rude, ainda guarda nas mãos muitos dos calos dos tempos em que era tropeiro de burros. Viúvo da primeira mulher, com quem teve um filho, Silveirinha (Edwin Luisi), casa-se com Ester (Sura Berditchevsky), moça fina e delicada, bem mais nova do que ele. Seus grandes sonhos são tornar-se o chefe político do lugar e apossar-se das terras férteis – e ainda sem dono – do Sequeira Grande. Seu rival direto é Sinhô Badaró (Carlos Kroeber), atual líder político da região do cacau.
DONANA BADARÓ (Nívea Maria) – Filha de Sinhô Badaró (Carlos Kroeber) e de sua falecida esposa Lídia. Nasceu na Fazenda Santana e ficou órfã de mãe bem cedo. Moça de rosto sério e atitudes decididas e recatadas, pouco chegada a conversas de comadres, festas na Igreja e bailes. Interessa-se pelos assuntos da fazenda, zelando sempre pela estabilidade da família. A severidade de seu rosto só cai por terra diante do Capitão João Magalhães (Cláudio Cavalcanti). Inicia com ele um romance que muda completamente a personalidade do ex-jogador. Como braço-direito do pai, lidera a última resistência na disputa do Sequeiro Grande e reúne todas as suas forças na luta para reconquistar o poderio perdido pelos Badaró.
JUCA BADARÓ (Otávio Augusto) – Irmão mais novo de Sinhô (Carlos Kroeber). É um homem extrovertido, sempre cercado de amigos, às voltas com o jogo e as mulheres. Casado com Olga (Barbara Bruno), moça de Ilhéus, não tem filhos. Sua figura nervosa e dinâmica retrata seu método direto e impulsivo de agir, sem medir as consequências. Não conhece o medo, embora saiba que vive perigosamente. Não tem o menor escrúpulo ao mandar assassinar um adversário. Tem grande importância na luta pelo Sequeiro Grande, sendo alvo de vários atentados.
OLGA BADARÓ (Bárbara Bruno) – Mulher de Juca Badaró (Otávio Augusto), por quem é apaixonada. Incapaz de reagir à exuberância do seu temperamento, refugia-se na religião, nas queixas intermináveis e na expectativa do futuro. Tem um medo terrível de Sinhô Badaró (Carlos Kroeber).
CORONEL TEODORO DAS BARAÚNAS (Sebastião Vasconcelos) – Teodomiro Martins, proprietário da Fazenda das Baraúnas, nas proximidades da mata do Sequeiro Grande, amigo e aliado dos Badaró. Tipo curioso, trata as mulheres e os amigos da forma mais doce possível, enquanto pratica atos de selvageria contra os empregados e os inimigos. Recebe em sua casa Agripina (Bárbara Fazzio), uma mulher de passado nebuloso, exigindo de todos um bom tratamento para a sua companheira. Fica famoso ainda por uma atitude audaciosa na Festa da Árvore: atear fogo ao cartório para invalidar o registro das terras do Sequeiro Grande, que estavam em nome de seus adversários.
AGRIPINA, A VAMPIREZA (Bárbara Fazzio) – Mulher bastante atraente, notável especialmente pelos constantes altos e baixos de sua vida. Depois de ter chegado a limpar o chão de alguns cabarés de Ilhéus e Tabocas – segundo dizem –, passa a fazer vida social entre as proprietárias de terras, embora contra a vontade das demais esposas. Com a fuga do Coronel Teodoro (Sebastião Vasconcelos) para outro Estado durante as lutas do Sequeiro Grande, volta à vida antiga, reencontrando Pepe (José de Abreu) – a sua perdição. Tenta dar uma autêntica dignidade à vida de Ruy Dantas (Mário Cardoso).
ANTONIO VÍTOR (Roberto Bonfim) – Também chamado de Sergipano. Moço simples, dotado de simpatia e determinação. Esconde uma personalidade forte e emotiva, que lhe permitirá, ao longo de sua participação nas lutas pela posse das terras do Sequeiro Grande, desenvolver um processo de completo amadurecimento. Transforma-se em capanga de Juca (Otávio Augusto) e enfrenta o dilema de escolher entre o amor pela bastarda Raimunda (Julciléa Telles) e pela sofisticada Vampireza (Bárbara Fazzio).
MARIA DE SOUZA TELLES (Thereza Mascarenhas) – Moça de educação recatada para a época e o lugar. É prima distante de Donana Badaró (Nívea Maria), que a leva constantemente à fazenda. Tem o hábito de batizar as crianças dos trabalhadores com nomes pomposos e fora de propósito – como Caio Lívio e Torquato César, por exemplo. Suas passagens pela fazenda darão alguma esperança a Joaquim (Stênio Garcia), a quem ela vê como um trabalhador diferente.
ROSA (Regina Nogueira) – Moça muito vistosa que habita os sonhos de João Grilo (Haroldo Oliveira), de alguns coronéis e até mesmo de Joaquim (Stênio Garcia).
ARGEMIRO (Isaac Bardavid) – Odiado capataz da Fazenda Santana da Alegria, dos Badarós. Já foi também um “alugado”, até ganhar uma pequena roça de 30 arrobas. Obriga as pessoas a trabalharem sempre mais. Tentará de todas as formas se casar com Raimunda (Julciléa Telles) para garantir sua entrada definitiva na casa-grande.
DR. JESSE FREITAS (Alberto Perez) – Respeitado médico de Tabocas, divide sua profissão com outras atividades: cuida da família, das roças de cacau, de casas para aluguel e se envolve em política. Sua grande paixão é o Grupo de Amadores Taboquenses, criado, organizado e dirigido por ele para representações teatrais, onde também escreve e ensaia peças. É amigo e compadre do Coronel Horácio da Silveira (Jonas Mello), que batizou um dos seus filhos.
SILVEIRINHA (Edwin Luisi) – Filho de Horácio (Jonas Mello) e sua primeira mulher. Não aceita o segundo casamento do pai e frequentemente se assusta com sua rudeza e brutalidade. De caráter fraco, está pronto para fazer valer seus direitos de filho de coronel, desde os mais arriscados, junto com os jagunços, até os mais mesquinhos, com as filhas dos “alugados” da fazenda. Não quer seguir os passos dos pais e acaba aliando-se aos exportadores e voltando-se contra Horácio, o mais poderoso senhor do cacau, numa demanda célebre em Ilhéus.
ESTER SILVEIRA (Sura Berditchevsky) – Filha do velho Salustiano, comerciante de Ilhéus. Foi educada no melhor colégio de freiras da capital. Casa-se com o Coronel Horácio da Silveira (Jonas Mello). Sonhava uma vida totalmente diferente da que vai ter. Em situação difícil, cede ao desejo do pai e aceita casar-se, indo morar na fazenda Bom Nome, nos confins de Ferradas. Moça fraca e sensível, não tem condições de suportar seu difícil exílio. É uma pessoa contida e melancólica, até que o destino lhe apresenta o Dr. Virgílio (Paulo Figueiredo).
DR. VIRGÍLIO CABRAL (Paulo Figueiredo) – Advogado recém-formado, enviado a Tabocas para servir ao chefe da oposição, Coronel Horácio da Silveira (Jonas Mello). Moço de maneiras finas, inteligente e sensível, mas ambicioso. Seu encontro com Ester (Sura Berditchevsky), mulher do coronel, é um acontecimento que marcará profundamente a vida dos dois. Ambos sentem-se como dois degredados no meio da mata selvagem. Fundamentalmente honesto, não tem a mesma formação dos homens que desde o início se ligaram ao cacau. Nem mesmo a ida de Margô (Maria Cláudia) para Tabocas consegue reprimir a sua grande paixão por Ester. Reluta em se enquadrar nas leis bárbaras que vigoram nos tempos de luta implacável, quando precisa mandar um jagunço acabar com um de seus rivais.
MARGÔ (Maria Cláudia) – Apaixonada protetora de Virgílio (Paulo Figueiredo), desde os tempos de estudante. Mulher livre e vivida, não aceita a partida de Virgílio, a quem tanto ajudou em outras épocas. Segue-o e vai viver em Tabocas todas as fases de uma dolorosa separação. Envolve-se com Juca Badaró (Otávio Augusto) e será uma peça importante na destruição do impulsivo caçula dos Badaró e na luta pela posse de terras.
CORONEL SINHÔ BADARÓ (Carlos Kroeber) – Viúvo e coronel da Guarda Nacional, como o seu grande rival, Horácio (Jonas Mello). Veio ainda pequeno para a zona do cacau, onde seus pais montaram a fazenda Santana da Alegria, próxima a Tabocas. Homem de muito prestígio na região, onde representa o Governo. De sentimentos nobres, é avesso ao sangue e dotado de uma compreensão e generosidades rigorosamente cristãs. Contra todos os seus princípios, vê-se envolvido na sangrenta luta pela posse das terras do Sequeiro Grande. Quando se torna claro que foi vencido, seu orgulho enorme acaba por se impor de modo definitivo.
CARLOS ZUDE (Fernando Torres) – Exportador de cacau, representante de uma das principais firmas do ramo. Está sempre procurando um meio de abocanhar uma parte importante do império do cacau. Isto acontece após as lutas pelas terras do Sequeiro Grande, quando se une a outros exportadores e provoca uma alta fictícia do cacau. A repentina inflação leva os cacaueiros às dívidas, para depois dar o bote decisivo, com a baixa brusca do valor da safra. É noivo de Julieta (Heloísa Millet).
JULIETA ZUDE (Heloísa Millet) – Moça da melhor sociedade baiana, obedece a Carlos Zude (Fernando Torres), homem bem mais velho do que ela, com quem se casa. Vive em Tabocas e depois em Ilhéus, amenizando sua existência com algumas viagens à capital. Torce para que o marido enriqueça de verdade, e que a leve a morar em outro lugar. É uma pessoa insatisfeita, às vezes deprimida e nostálgica. Encontra paz quando conhece Sérgio Moura (Fábio Junqueira), o secretário da Associação Comercial.
SÉRGIO MOURA (Fábio Junqueira) – Secretário da Associação Comercial. Rapaz muito sensível, poeta, tem como animal de estimação um curió em seu quarto, ao lado do salão da Associação. Seu encontro com Julieta (Heloísa Millet) será decisivo: ela lhe ensinará a conquistar a energia que ele nunca teve; e ele, por sua vez, a ajudará a transformar sua personalidade.
PADRE BENTO (Paulo Gonçalves) – Encarregado da capela de Ferradas. Tem pouca simpatia do povoado, pois cuida pouco dos assuntos religiosos locais, já que está preocupado com a construção de um colégio de freiras em Ilhéus.
TONICO BORGES (Edson Silva) – Alfaiate em Tabocas, dono da melhor alfaiataria da cidade e, ainda, o quartel general das más línguas locais.
JOÃO VERMELHO (Alfredo Murphy) – “Alugado” que cuida da vendola da Fazenda Santana da Alegria. Ocupa uma posição intermediária entre o pessoal da plantação e o da casa-grande. É responsável pelas contas, guardadas em sujas anotações que quase ninguém entende e, principalmente, na cabeça.
FIRMO (Felipe Donovan) – Dono da roça de cacau, colocada num ponto estratégico nas matas do Sequeiro Grande. Teimoso e rústico, trata o Coronel Horácio da Silveira (Jonas Mello) como seu deus na terra. É casado com Tereza (Bernadete Di Paula).
TEREZA (Bernadete Di Paula) – Mulher de Firmo (Felipe Donovan). Tem fama de enganar o marido, mas na verdade é honesta, doméstica e maternal.
RAIMUNDA (Julciléa Telles) – Filha da mulata Risoleta, cozinheira da fazenda dos Badaró, e do velho Marcelino Badaró. Cresceu no meio da família, trabalhando como doméstica, com a fisionomia sempre séria e zangada. Rejeita seus pretendentes, a grande maioria de olho na proteção dos Badaró. Mas é o sergipano Antonio Vítor (Roberto Bonfim) que quebra a sua resistência. Não perdoa a diferença de tratamento dispensado a ela, em comparação com Donana (Nívea Maria), a filha de Sinhô, por quem sente uma afeição contraditória.
CAPITÃO JOÃO MAGALHÃES (Claudio Cavalcanti) – Moço aventureiro e jogador profissional, veio de outro Estado. Costuma mentir para todo mundo e até para si mesmo. Faz-se passar por engenheiro militar e se aproxima dos Badaró como falso medidor de terras. À sua própria revelia, apaixona-se por Donana (Nívea Maria), filha de Sinhô (Carlos Kroeber). Alcançado pelo “visgo inapagável do cacau”, não consegue resistir ao amor e deixa-se envolver pela magia de um jogo muito maior. Não imagina que sua ligação com os Badarós o leve a participar das lutas épicas pelo domínio das terras férteis do Sequeira Grande.
CORONEL MANECA DANTAS (José Lewgoy) – Amigo e compadre do Coronel Horácio da Silveira (Jonas Mello), por quem guarda a mais irrestrita lealdade – o que não o impede de manter relações formais e amistosas com os Badaró, exceto nas horas de combate. É proprietário da Fazenda Auricídia – nome de sua esposa –, encravada nas bordas da mata do Sequeiro Grande, entre as terras de Badaró e do Coronel Horácio da Silveira. Gosta de dedicar-se ao jogo e às aventuras amorosas. Seu orgulho maior é o filho Ruy (Mário Cardoso), que estuda Direito. Será dos poucos coronéis que conseguem escapar da ruína completa depois da alta do cacau forjada pelos exportadores.
AURICÍDIA DANTAS (Telma Reston) – Mulher do Coronel Maneca Dantas (José Lewgoy). Exigente em matéria de galanteios, afagos e carícias, apesar de ser uma matrona gorda e preguiçosa. É atendida por seu marido com infinita paciência, o que mantém a paz em sua casa. É considerada a melhor doceira entre as mulheres dos coronéis.
RUY DANTAS (Mário Cardoso) – Filho do Coronel Maneca Dantas (José Lewgoy) e Auricídia (Telma Reston). Está começando sua vida como advogado e ainda não tem clientela. Dá grandes desgostos ao pai, principalmente por sua ligação com Agripina, a Vampireza (Bárbara Fazzio). Ganhará notável evidência ao lutar contra a ação proposta por Silveirinha (Edwin Luisi) para derrubar o velho Coronel Horácio (Jonas Mello).
DAMIÃO (Milton Gonçalves) – Jagunço de melhor pontaria em toda a zona do cacau. Fugitivo da polícia, pede abrigo na Fazenda Santana da Alegria e transforma-se no principal capanga dos Badarós. Homem de temperamento límpido, adorado pelas crianças, sempre pronto para brincar com elas. Promove noitadas para os companheiros de trabalho, sendo o mais alegre, barulhento e pândego de todos. Cuida de uma menina pequena, que todos dizem ser sua filha, ocupando-se com a sua alfabetização. Usa sua extraordinária pontaria em ocasiões rotineiras e, por duas vezes, em momentos decisivos: quando dá início à verdadeira guerra pela posse das terras do Sequeiro Grande e quando erra, de propósito, o tiro contra um de seus próprios companheiros.
FILHA DE DAMIÃO (Aray Duarte) – Menina que Damião (Milton Gonçalves) faz questão de criar. Toma aulas com as moças da casa-grande para se alfabetizar.
JOÃO GRILO (Haroldo Oliveira) – “Alugado” de Sinhô Badaró (Carlos Kroeber). Deve muito na despensa da família e sabe que jamais chegará a pagar sua dívida, estando assim condenado a continuar trabalhando a vida inteira no cacau. Planeja uma festa com os trabalhadores, com a permissão dos patrões, para tentar a fuga.
JOAQUIM (Stênio Garcia) – Apesar de sua condição de “alugado”, tem consciência crítica da vida que levam os trabalhadores do cacau: explorados no trabalho e acorrentados por causa do endividamento da vendola das fazendas. Veio do Sergipe e tem um nebuloso parentesco com Antonio Vítor (Roberto Bonfim). Tentará abrir os olhos do Sergipano, quando este começar a entender-se com Raimunda (Julciléa Telles) e a submeter-se aos Badarós.
BRÁS (Angelito Mello) – Dono de uma pequena roça nos limites do campo da luta. Amigo do Coronel Horácio, distingue-se por sua coragem.
JARDE (Adalberto Silva) – Dono de uma roça próxima ao Sequeiro Grande, ligado ao Coronel Horácio (Jonas Mello).
VENÂNCIO (Fernando José) – Dono do cartório, onde estão registrados os falsos documentos de posse do Sequeiro Grande.
VICENTE (Roberto Montini) – Um dos mais célebres e sanguinários homens da região, contratado por Sinhô (Carlos Kroeber) na disputa das terras do Sequeiro Grande.
GENARO (Germano Filho) – Advogado de Sinhô Badaró (Carlos Kroeber).
CORONEL Clementino (Macedo Netto) – Proprietário da fazenda vizinha à do Coronel Horácio (Jonas Mello), primeiro patrão de Damião (Milton Gonçalves).
ISALTINA (Eliana Araújo) – Ex-empregada dos Badarós. Depois de expulsa, será a mucama de Ester (Sura Berditchevsky), mulher do Coronel Horácio (Jonas Mello).
VIRIATO (Antônio Pitanga) – “Alugado” amigo de Damião (Milton Gonçalves).
PEPE (José de Abreu) – Parceiro de jogo do Capitão João Magalhães (Cláudio Cavalcanti), vigarista e rufião.