Memoria Globo

Tempos Modernos foi a primeira novela assinada por Bosco Brasil como único autor titular. Ele já havia assinado As Filhas da Mãe (2001) com Silvio de Abreu e Alcides Nogueira, e foi colaborador de sete novelas na TV Globo, entre elas Anjo Mau (1997) e Torre de Babel (1998). À época do lançamento de Tempos Modernos, já havia escrito mais de 30 peças teatrais, como Novas Diretrizes em Tempos de Paz, sucesso de público e crítica.

A trama e os nomes dos personagens remetem à peça Rei Lear, de William Shakespeare. O pai Leal é uma referência ao monarca do título, e suas filhas Goneril, Regan e Cordélia inspiraram os nomes de Goretti, Regeane e Cornélia (no apelido, Nelinha).

Além de Shakespeare, o autor buscou inspiração em sua própria trajetória e no seu conhecimento da cidade para criar a trama. A novela traz um pouco de sua memória emotiva. Foi no Centrão, como é conhecido o centro velho de São Paulo, que Bosco Brasil cresceu, estudou e se tornou office boy. Ele escreveu um livro, Office Boy em Apuros, que relata um pouco deste período.

Segundo o autor explicou à época do lançamento da novela, o computador Frank queria “ganhar” da humanidade. Ele funcionava como o comentarista da cena, era o ponto de vista do telespectador, permitindo que o público entendesse as razões dos personagens. Um convite ao telespectador para interagir e interferir nas histórias.

A novela marcou a estreia de José Luiz Villamarim como diretor artístico da TV Globo.

Em Tempos Modernos, Thiago Rodrigues e Fernanda Vasconcellos voltaram a fazer par romântico na TV. A primeira vez foi em Malhação, em 2005, e depois em Páginas da Vida, em 2006.

Bom Dia, Frankenstein foi o primeiro título pensado para a novela.

O dublador e locutor Márcio Seixas, que fazia a voz do computador Frank, dublou na TV brasileira vários personagens de filmes e desenhos animados, entre eles o Dr. Spock (Leonard Nimoy), do seriado Jornada nas Estrelas, e o Batman da série animada Liga da Justiça. Também dublou Sean Connery, Clint Eastwood, Charlton Heston, Michael Caine, Leslie Nielsen, entre outros.

A atriz Eliane Giardini já tinha interpretado a dona de uma academia de dança de salão em outra novela das 19h, Andando nas Nuvens, de 1999.

O ator Paulo Betti fez uma participação especial em Tempos Modernos como o milionário e bon vivant JP, um antigo amigo de Ditta (Alessandra Maestrini) e ex-affair de Justine (Tuna Dwek). Galanteador, ele impressionava Hélia (Eliane Giardini). Eliane e Paulo Betti foram casados na vida real durante mais de 20 anos.

O chef de cozinha Olivier Anquier também fez uma participação na trama, como ele mesmo, no capítulo 111. Ele surgia como um amigo de JP que cuidava pessoalmente de um jantar que o milionário oferecia a Hélia.

João Baldasserini fez sua estreia na TV em Tempos Modernos, como intérprete do motoboy Túlio. O ator já havia interpretado um motoboy, o personagem Dênis, no filme Linha de Passe (2008), de Walter Salles e Daniela Thomas.

Tempos Modernos foi a segunda novela do horário das 19h da TV Globo que contou com Antonio Fagundes no elenco. A primeira foi A Viagem (1994), de Ivani Ribeiro. Nascido no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, Fagundes se mudou para São Paulo aos 6 anos, e lá passou a adolescência, especificamente no Centro, onde vivia seu personagem.

A voz da personagem Ditta nas cenas em que ela cantava ópera era da própria intérprete, a atriz Alessandra Maestrini, que começou a estudar canto lírico aos 15 anos. Na novela, Alessandra aparecia cantando trechos de óperas como Tosca, de Puccini, além de canções como Trust Me, de Janis Joplin. A atriz ficou muito conhecida do público interpretando a empregada Bozena no seriado Toma Lá, Dá Cá, exibido na TV Globo de 2007 a 2009.

No decorrer da trama, mudanças foram feitas: o computador Frank, por exemplo, perdeu a fala após ser contaminado por um vírus; e a vilã Deodora foi humanizada.

DIVULGAÇÃO

A festa de lançamento da novela foi realizada no dia 9 de janeiro, no Cine Marrocos, no centro de São Paulo. O evento contou com um show de André Frateschi e Miranda Cassin, além de uma apresentação de Eliana Pittman interpretando uma versão de Trem das Onze, de Adoniran Barbosa. Eliana interpretou a musicista Miranda na história de Bosco Brasil.

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