Memoria Globo

Para a viabilização da trama de Bosco Brasil, parte do centro de São Paulo foi reproduzida na Central Globo de Produção (CGP), o Projac, pelas equipes de cenografia e produção de arte da novela. Um trecho da Avenida São João foi reproduzido na cidade cenográfica, que compreendia sete mil m² de área construída, com destaque para o edifício Titã, a Galeria, a Pizzaria Pasquale & Pasquale, o SPA Pilhanatural e a Escola de Dança. Um ônibus elétrico circulava pela área, contendo uma grande foto da cidade colada em sua lataria. Na novela, o centro da capital paulista, na realidade uma região degradada, aparece revigorado como um espaço de cultura fervilhante, divulgando, ainda que indiretamente, o projeto de revitalização da área esboçado pela prefeitura de São Paulo.

A equipe de cenografia utilizou recursos de computação gráfica para transpor parte de São Paulo para a cidade cenográfica. Durante as gravações na capital paulista, a equipe de efeitos visuais captou inúmeras imagens, de locais específicos do Centro, para serem inseridas em áreas pré-definidas do cenário.

A tradicional Galeria do Rock, localizada no centro de São Paulo, foi a inspiração para a criação da fictícia Galeria. O cenário tinha 36 m de extensão e 18 m de largura, apresentando três andares e 30 lojas. Cada espaço ganhou design e móveis específicos, vitrines decoradas e detalhes que refletiam a característica de seus personagens. Alguns estilos encontrados no interior das lojas, como o gótico e o vegan (produtos naturais, 100% ecológicos), foram pesquisados fora do país.

O prédio cenográfico Titã seguiu à risca a arquitetura do prédio original em que foi inspirado, o edifício Grande São Paulo, erguido na década de 1970, na Rua Líbero Badaró, com 40 andares e 129 m de altura. A preocupação da equipe foi a de levar para a trama as lembranças de um Centro antigo e rico de histórias. Para tanto, os profissionais fizeram diversas visitas à cidade e fotografaram muitos ambientes. Já a sala de segurança do Titã, cenário recorrente de Albano (Guilherme Weber) e Deodora (Grazi Massafera), teve como um dos locais de inspiração a sala de segurança da torre de um shopping carioca.

A caracterização da Pizzaria Pasquale & Pasquale foi inspirada em bares existentes no centro de São Paulo, e ficou com cara de uma cantina com clima de botequim.

A novela contou, ainda, com 40 cenários de estúdio. O Titã, construído em aço e vidro, tinha apartamentos de tamanhos variados, alinhados às características dos personagens. O apartamento de Leal (Antonio Fagundes), por exemplo, localizado próximo à cobertura, refletia a personalidade do empresário ao exibir uma decoração rústica e simples, com a presença de obras de arte da época do Modernismo, maquetes de grandes prédios que ele ajudou a erguer, plantas de construções e objetos que remetiam ao universo da construção civil.

O quarto de Nelinha (Fernanda Vasconcellos) revelava sua paixão pela Astronomia com elementos lúdicos e instrumentos de estudo, como um telescópio. A jovem dispensava sofisticação e luxo, e seu quarto traduzia parte do espírito livre da personagem. O esporte também serviu de inspiração para a decoração do cenário.
Já o espaço de Regeane no apartamento exprimia sua personalidade consumista e carente, misturando o chique e o brega, com predominância da cor dourada. Extremamente vaidosa, a filha mais velha de Leal vivia cercada por várias fotos dela mesma. Seu closet continha incontáveis pares de sapatos, aparelhos de celular, perfumes, além de caros produtos de maquiagem e muitas joias.

O apartamento de Goretti (Regiane Alves), uma arquiteta metida a entender de artes plásticas, expunha um gosto duvidoso. Go usava e abusava do preto e do branco. Suas filhas dividiam um único quarto, que se modificava de acordo com o humor das meninas. A presença de Bodanski (Otávio Müller), marido de Goretti, podia ser identificada no apartamento da família por meio dos diplomas falsos pendurados nas paredes.

A casa de Hélia (Eliane Giardini) tinha a sua cara. A personagem discordava da arquitetura rígida e quadrada do Titã, e transformou seu espaço num ambiente com muitas cores, arcos e curvas, e uma atmosfera quente e latina, assim como ela própria. Depois de passar anos viajando por diversos países, Hélia colocou um ponto final em sua carreira como bailarina em São Paulo, mas reservou vários cantos de sua casa para lembranças das turnês e espetáculos. Cartazes e fotos de suas apresentações ajudavam a decorar o ambiente, que apresentava toques cubanos em diversos detalhes. Para Hélia, Cuba tinha um gosto especial, pois foi onde ela se formou como dançarina profissional. O quarto do filho, Zeca (Thiago Rodrigues), era meticulosamente arrumado, organização aprendida em seus tempos de treinamento militar.

A musicista Miranda Paranhos (Eliana Pittman) tinha um apartamento com cara dos anos 1950. A casa de Ramón (Leonardo Medeiros) misturava elementos das décadas de 1960 e 1970, promovendo um contraste entre o moderno e o antigo, e com certo ar de Woodstock. E o humor era um dos pontos altos do apartamento de Zuppo (Pascoal da Conceição) e Faustaço (Otávio Augusto), amigos de Leal.

A ambientação do SPA Pilhanatural dava vazão às loucuras de Bodanski, apresentando objetos inusitados utilizados pelo falso doutor nos tratamentos e terapias. Já a Escola de Dança de Hélia, um antigo sobrado, tinha paredes velhas e descascadas, cortinas de veludo e piano preto – os ambientes se modificavam de acordo com as aulas oferecidas na escola.

Outro cenário bastante lúdico da novela era o universo de Tio Fidélio (Ricardo Blat), que morava na cúpula do Teatro Municipal de São Paulo. O ex-zelador, talentoso pintor de telões de ópera e balé, mantinha em seu quarto pinturas, móveis de época, armaduras antigas, fantasias e adereços usados em espetáculos já apresentados no Municipal.

Já o cenário de Niemann (Marcos Caruso) era semelhante à locação das primeiras gravações com o personagem, realizadas na Casa de Niemeyer, no Rio de Janeiro. O espaço cenográfico montado no estúdio continha móveis idênticos aos do arquiteto Oscar Niemeyer.

Também fazia parte da trama um laboratório de Astronomia, frequentado por Nelinha e Portinho (Felipe Camargo). O lugar era uma espécie de planetário, com objetos como lunetas e telescópios.

Os carros escolhidos para aparecer nas cenas também seguiam uma lógica própria. Fascinada por liberdade e adrenalina, Nelinha dirigia um jipe vermelho, ano 1972. Já Portinho circulava em um sidecar, um veículo de três rodas formado por uma motocicleta e um pequeno carrinho preso ao seu lado, no qual levava a amada Regeane para fazer passeios românticos e desastrados pela cidade. Outro veículo curioso era a maternidade portátil criada pela ginecologista Lavínnia (Claudia Missura). Apoiada pelo enfermeiro Lindomar (Edmilson Barros), Lavínnia usava seu dinheiro para instalar no carro de passeio equipamentos específicos para serem usados em uma maternidade. O centro cirúrgico móvel era decorado com cegonhas, em fundo rosa bebê, a cor predileta da médica.

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