Por Memória Globo

João Miguel Júnior/Globo

A novela 'Sinhá Moça' já havia sido exibida pela TV Globo, em 1986. A história foi adaptada do livro homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes por Benedito Ruy Barbosa. Para o remake, Edmara Barbosa e Edilene Barbosa fizeram uma nova adaptação a partir do texto original do autor .O enredo de 'Sinhá Moça' aborda temas como escravidão, amor, política e liberdade. A história se passa em 1886 e tem como personagem central Sinhá Moça (Débora Falabella). A jovem é filha da bela e submissa Cândida (Patrícia Pillar) e do poderoso coronel Ferreira (Osmar Prado), conhecido como Barão de Araruna, o maior escravocrata e dono de terras da região. A narrativa começa quando Sinhá Moça, depois de concluir seus estudos na capital da província, volta à Araruna de trem. Durante a viagem, ela conhece Rodolfo (Danton Mello), filho de Inez (Lu Grimaldi) e do respeitado advogado Fontes (Reginaldo Faria) que, apesar de abolicionista, é amigo do Barão de Araruna e prefere não enfrentá-lo, pois sabe de seu poder na região. Os dois jovens se apaixonam à primeira vista.

Débora Falabella e Danton Mello em 'Sinhá Moça - 2ª versão', 2006 — Foto: Acervo/Globo

Sinhá Moça tem ideais abolicionistas e declara-se abertamente contra as atitudes e convicções políticas do pai, deixando-o enfurecido. Rodolfo compartilha dos mesmos ideais da jovem mas, para conquistar a confiança do Barão e aproximar-se da amada, finge ser monarquista e defensor da escravidão. Seu plano acaba deixando Sinhá Moça decepcionada, já que ela pensa que se apaixonou por um homem com valores contrários aos seus. O que ela nem ninguém sabe é que o rapaz, sob a identidade do mascarado Irmão do Quilombo, invade as senzalas durante as madrugadas para libertar os negros. Além disso, juntamente com os amigos José Coutinho (Eduardo Pires), Mário (Caio Blat), Pedro (Joaquim de Castro), Vila (Bruno Udovic) e Renato (Bruno Costa), Rodolfo integra uma associação clandestina que compra escravos para alforriá-los. O grupo ajuda os escravos nas fugas.

Eriberto Leão e Jackson Antunes em 'Sinhá Moça - 2 versão', 2006 — Foto: Márcio de Souza/Globo

Outro personagem importante na história é Dimas (Eriberto Leão), que tem como objetivo destruir o Barão de Araruna. Dimas, na verdade, chama-se Rafael, é um escravo branco alforriado, filho do barão com a escrava Maria das Dores (Cris Vianna). Durante a infância, antes de ser vendido pelo barão, ele conviveu com Sinhá Moça, e os dois se tornaram grandes amigos. Rafael cresceu longe da fazenda, alimentando um desejo de vingança contra o déspota que destruiu a sua vida e a de sua mãe.

Em Araruna, incógnito, Dimas se torna o braço direito do jornalista Augusto (Carlos Vereza), abolicionista convicto que luta para difundir seus ideais através do jornal semanal A Voz de Araruna, tendo como principal opositor o coronel Ferreira. Augusto é um apaixonado pelo trabalho e pela neta, Juliana (Vanessa Giácomo), de quem cuida desde menina. Recatada, inteligente e cheia de vida, Juliana se apaixona por Dimas.

A trama de Sinhá Moça se desenrola ao longo de um período de dois anos e termina quando a abolição da escravatura é assinada, em 13 de maio de 1888. Após muitos desencontros, Sinhá Moça e Rodolfo finalmente se entendem. Os dois se casam, têm um filho e, juntos, passam a lutar pela libertação dos escravos. No último capítulo da novela, à beira da morte, o Barão de Araruna reconhece a paternidade de Dimas e pede perdão a ele. Os dois se abraçam, e o barão morre. Dimas se casa com Juliana, que engravida, para felicidade completa do casal.

Danton Mello e Débora Falabella em 'Sinhá Moça - 2ª versão', 2006 — Foto: William Andrade/Globo

Rodolfo vai para a capital da província para se dedicar à carreira política, e Sinhá Moça passa a administrar a fazenda da família, contando com uma nova mão de obra: os imigrantes italianos. Ela se revela uma excelente administradora.

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