PRODUÇÃO
Sinhá Moça inovou em sua linguagem visual: tratada por programas de computador na fase de pós-produção, a imagem ganhou um efeito de película.
FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO
Uma pesquisa minuciosa sobre hábitos e costumes das mulheres e dos homens do final do século XIX foi realizada para ajudar na caracterização dos personagens.
Usando como referências pinturas, livros e fotografias, entre outras fontes, a equipe recriou roupas, cabelos e maquiagens que marcaram a época.
Rendas, bordados e anáguas armadas vestiam as mulheres da aristocracia, que copiava o modelo europeu. A maquiagem era leve, quase imperceptível, e, nos cabelos, o coque era o penteado mais comum. As mulheres casadas saíam sempre com as madeixas presas.
Apenas as solteiras podiam exibir seus cabelos. Algumas atrizes mudaram o visual e usaram aplique para compor suas personagens. Patrícia Pillar, Débora Falabella, Lu Grimaldi e Isis Valverde adotaram cabelos longos para a novela. Os homens, por sua vez, apresentavam cabelos cheios e vestiam-se sempre de terno.
A caracterização dos escravizados também exigiu atenção especial. Os que serviam na casa grande vestiam-se de forma mais arrumada.
Já os que trabalhavam no campo usavam roupas simples e remendadas. Para estes, optou-se pelo algodão rústico e por um linho mais pesado, envelhecido e tinturado, dando um ar desleixado às peças.
CENOGRAFIA E ARTE
Para recriar o século XIX retratado na novela, a equipe de produção se baseou em uma pesquisa de época rigorosa sobre o final do Império, os cafezais e a mão de obra escravizada vigente. Duas antigas fazendas em Bananal, São Paulo, serviram de locação para a novela.
Uma era cenário da casa do Barão de Araruna (Osmar Prado) e, a outra, do fazendeiro Coutinho (Othon Bastos). A novela também teve cenas gravadas nas cidades de Três Rios (RJ) e Campinas (SP).
Uma cidade cenográfica de quase 9 mil m² foi erguida no Projac, composta por construções coloniais e neoclássicas, dois estilos da época. Os ambientes eram iluminados por lamparinas e castiçais.
As louças, talheres, copos e roupas de cama que compunham as cenas, cuidadosamente selecionados pela equipe de produção de arte, também marcavam bem a época.
Para a iluminação, foi criado um sistema especial de tochas a gás, que era montado no estúdio e recriava uma época sem luz elétrica.
'Sinhá Moça - 2ª versão' (2006): Pai José (Milton Gonçalves) morre no tronco.
Em contraste com a vida dos ricos fazendeiros, as senzalas eram escuras e sujas. Para dar maior realidade às cenas de tortura, foram reproduzidos grilhões de pé e outros instrumentos usados para esse fim.
Algumas máquinas antigas de café foram consertadas pela equipe de efeitos especiais da novela. Elas ganharam motores novos para funcionarem de verdade nas cenas ambientadas nas fazendas.
CURIOSIDADES
Assim como aconteceu no remake de 'Cabocla', exibido pela Rede Globo em 2004, Benedito Ruy Barbosa contou com o trabalho de suas filhas, Edmara e Edilene Barbosa, que adaptaram o texto original de Sinhá Moça, que ele escrevera em 1986.
A primeira versão da novela teve direção de Reynaldo Boury e Jayme Monjardim. À época, Edmara Barbosa integrou a equipe como colaboradora do pai.
Na primeira versão da novela, o casal Rodolfo e Sinhá Moça era formado por Marcos Paulo e Lucélia Santos.
A atriz Patrícia Pillar, que deu vida à baronesa Cândida, integrou o elenco da primeira versão da novela como a personagem Ana do Véu.
Gésio Amadeu e José Augusto Branco também participaram das duas versões, assim como Milton Gonçalves, que interpretou o mesmo personagem nas duas produções: o Pai José.
Para garantir o mistério sobre o rosto da personagem Ana do Véu, os diretores selecionaram para o papel uma atriz desconhecida do público: Isis Valverde, escolhida em testes, fez sua estreia na TV Globo nesta novela.
PRÊMIOS
Em 2006, a novela foi indicada ao prêmio Emmy Internacional na categoria série dramática. Foi a primeira telenovela brasileira inscrita na competição. Na cerimônia de premiação, Milton Gonçalves apresentou o prêmio de melhor programa infantojuvenil ao lado da atriz Susan Sarandon. Foi a primeira vez que um brasileiro apresentou um prêmio Emmy Internacional.