A trama conta a história de Sinhá Moça (Lucélia Santos), filha do poderoso Coronel Ferreira (Rubens de Falco), o escravocrata Barão de Araruna, e de Cândida (Elaine Cristina). Sonhadora e romântica, Sinhá Moça se apaixona por Rodolfo (Marcos Paulo), um ativo republicano abolicionista. Ela conhece o rapaz no trem, quando viaja de volta a Araruna depois de terminar seus estudos na capital da província. Assim como Rodolfo, Sinhá Moça tem ideias abolicionistas e faz críticas às atitudes do pai, lutando em defesa dos negros. Junto com Rodolfo e outros jovens abolicionistas, ela luta pela libertação dos escravos. Durante a madrugada, Rodolfo, sob a identidade de Irmão do Quilombo, invade as senzalas e liberta os negros, entregando-os às associações abolicionistas, que os orientam. Nem mesmo Sinhá Moça sabe do disfarce de Rodolfo. Somente no capítulo 66 ele revela a ela seu segredo.
Autoria: Benedito Ruy Barbosa | Colaboração: Edmara Barbosa | Direção: Reynaldo Boury e Jayme Monjardim | Direção executiva: Nilton Travesso | Supervisão: Daniel Filho | Período de exibição: 28/04/1986 – 14/11/1986 | Horário: 18h | Nº de capítulos: 172
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc sobre a novela Sinhá Moça – 1ª versão com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
Entrevista exclusiva da atriz Ruth de Souza ao Memória Globo, em 09/05/2001, sobre sua participação na novela Sinhá Moça e sua amizade com Grande Otelo.
TRAMA PRINCIPAL
A novela é inspirada no romance Sinhá Moça, de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, e se passa em 1886, em Araruna, pequena cidade do interior paulista, dois anos antes da promulgação da Lei Áurea. O cenário político da época é protagonizado por monarquistas de um lado e republicanos de outro.
TRAMAS PARALELAS
Filha do comerciante Manoel (José Augusto Branco) e da religiosa Nina (Norma Blum), Ana do Véu (Patrícia Pillar) vive com o rosto coberto devido a uma promessa da mãe. Os pais de Rodolfo (Marcos Paulo) se comprometeram a casar o filho com a jovem, mas ele retorna a Araruna apaixonado por Sinhá Moça (Lucélia Santos), e não leva adiante o compromisso. Ricardo (Daniel Dantas), irmão de Rodolfo, vai consolar a moça e se apaixona por ela, sem nunca ter visto seu rosto.
PERSONAGENS
Juliana (Luciana Braga) é neta de Augusto (Luiz Carlos Arutin). Bela, faceira, inteligente, viva e recatada. Assemelha-se muito ao avô no modo de pensar. Tem veneração por ele e jamais o magoaria por vontade própria. Com a chegada de Dimas (Raymundo de Souza) sua vida muda, pois apaixona-se perdidamente pelo rapaz. Compartilha dos ideais abolicionistas do avô, tendo participação em alguns momentos do processo. 'Sinha Moça' marcou a estreia da atriz em novelas da Globo.
BASTIDORES
As gravações de 'Sinhá Moça' foram realizadas em diferentes locações externas: no distrito de Conservatória; na Fazenda Veneza, datada do século XIX, localizada no município de Itatiaia (ambas na região serrana do Rio de Janeiro); e em São João del Rei (MG). Uma cidade cenográfica foi construída em Guaratiba, na zona oeste do Rio, para as gravações da novela. As cenas em estúdio foram gravadas nos estúdios da Herbert Richers, no bairro carioca da Tijuca.
CURIOSIDADES
A atriz Ruth de Souza, que já havia trabalhado em uma versão de 'Sinhá Moça' para o cinema – produção da Vera Cruz, dirigida por Tom Payne, lançada em 1953 –, conta que estava ansiosa para ser escalada para a novela. Até que Benedito Ruy Barbosa a convidou para viver a velhinha Nhá Balbina, que contracenava com o personagem de Grande Otelo (Justo).
CENAS MARCANTES
Cena em que Sinhá Moça (Lucélia Santos) cuida de um escravo que fora castigado na fazenda de seu pai. Contrariado, Coronel Ferreira (Rubens de Falco) manda trancar as portas da senzala com a filha dentro.
Cena em que o Irmão do Quilombo entra no quarto de Sinhá Moça (Lucélia Santos) e tira sua máscara, revelando ser Rodolfo (Marcos Paulo).
Cena em que Ana do Véu (Patrícia Pillar), que vive com o rosto coberto devido a uma promessa da mãe, finalmente tira o véu e mostra seu rosto em um baile e encanta todos com sua beleza.
Cena em que Pai José (Milton Gonçalves) morre no tronco, assistido por Sinhá Moça ainda menina (Lizandra Souto) e por Rafael ainda menino (Selton Mello).
Cena em que Maria das Dores (Dhu Moraes) revela que o Barão de Araruna (Rubens de Falco) é o pai de Dimas (Raymundo de Souza).
Juliana (Luciana Braga) lê o telegrama que informa a assinatura da Lei Áurea. Com Augusto (Luiz Carlos Arutin), Doutor Fontes (Mauro Mendonça), Maria das Dores (Dhu Moraes) e Ricardo (Daniel Dantas), entre outros. A novela marca a estreia de Luciana Braga na Globo.
Cena em que Nhá Balbina (Ruth de Souza), Justo (Grande Otelo), Fulgêncio (Gésio Amadeu) e Bastião (Cosme dos Santos) vêem, perplexos, a senzala em chamas. Rafael (Raymundo de Souza) e Rodolfo (Marcos Paulo) chegam para salvar o Barão (Rubens de Falco).
Cena em que o Coronel Ferreira, Barão de Araruna (Rubens de Falco), pede perdão ao filho Rafael (Raymundo de Souza) e morre. Com Lucélia Santos, Elaine Cristina, Marcos Paulo, Mauro Mendonça e Sérgio Viotti.
Cena em que Augusto (Luiz Carlos Arutin) conta para Rafael (Raymundo de Souza) que Juliana (Luciana Braga) está tendo enjôos e o rapaz descobre que será pai.
Cena em que Cândida (Elaine Cristina) e Ricardo (Daniel Dantas) se entendem e assistem os imigrantes italianos chegarem à fazenda, agora administrada por Sinhá Moça (Lucélia Santos), para substituir a mão de obra escrava. Os escravos, agora libertos, deixam a região. Com Chica Xavier, Cosme dos Santos, Grande Otelo e Ruth de Souza.
FONTES
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por: Benedito Ruy Barbosa (04/12/2000), Lucélia Santos (04/11/2002), Norma Blum (15/10/2001), Marcos Paulo (27/03/2006), Mauro Mendonça (22/10/2007), Milton Gonçalves (31/03/2008), Neuza Amaral (21/05/2009), Reynaldo Boury (12/12/2008), Paulo Lois (01/06/2007) e Ruth de Souza (09/05/2001); Boletim de Programação da Rede Globo, número: 694; Centro de Documentação da TV Globo (Cedoc); “Abolição romântica” In: Veja, 07/05/1986; “A emoção de Maria Dezzone com ‘Sinhá Moça’” In: O Globo, 17/06/1986; “Com ‘Sinhá Moça’, a volta à TV das novelas de época” In: Jornal do Commercio, 27/04/1986; ESQUENAZI, Rose. “A sinhá revolucionária” In: Jornal do Brasil, 08/04/1995; FERNANDES, Ismael. Memória da telenovela brasileira. São Paulo, Brasiliense, 1997, pp. 318-319; MARTINS, Marília. “O impacto de Sinhá Moça” In: Jornal do Brasil, 01/06/1986; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; MEMÓRIA GLOBO. Entre Tramas, Rendas e Fuxicos – O Figurino na Teledramaturgia da TV Globo, Editora Globo, 2007; MEMÓRIA GLOBO. Guia Ilustrado TV Globo – Novelas e Minisséries. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2010; MEMÓRIA GLOBO. Autores – Histórias da Teledramaturgia. São Paulo, Editora Globo, 2008; STIVANIN, Taíssa. “Meta de Sinhá é frear Record” In: O Estado de S. Paulo, 22/11/2005; Relatório de Vendas Internacionais/ Divisão Internacional – Rede Globo; www.imdb.com, acessado em 03/2001; www.dirce.com.br, acessado em 12/2005; www.teledramaturgia.com.br, acessado em 05/06. |