Memoria Globo

Silvio de Abreu, 2008 — Foto: Cicero Rodrigues/Memória Globo

Segundo Silvio de Abreu, o nome da novela, Sassaricando, surgiu antes da sinopse, em uma conversa informal com Daniel Filho, que considerava o título excelente para uma novela. Silvio de Abreu se inspirou no drama de uma amiga para escrever a história: era uma mulher, de meia-idade, recém-divorciada e que não sabia como seguir com sua vida após a separação. Paulo Autran e Tônia Carrero foram escolhidos para o elenco devido à afinidade que tinham quando contracenavam.

Cristina Pereira em Sassaricando, 1988 — Foto: Acervo/Globo

FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO

Para as cenas de delírio de Fedora, a Fefê, em que ela dava vazão a suas fantasias eróticas, era feita uma maquiagem exagerada na atriz Cristina Pereira, deixando-a parecida com a personagem-título do filme Fedora (1978), de Billy Wilder.

” O figurinista era o Marco Aurélio. E ele foi buscar inspiração no estilo da Judy Garland nos filmes da Metro: chapeuzinho, roupinha, florezinhas. E ficou um amor, ficou muito engraçado aquele personagem. A Cristina Pereira fez maravilhosamente bem.”

Silvio de Abreu | autor de Sassaricando

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Cecil Thiré em Sassaricando, 1988 — Foto: Geraldo Modesto/Memória Globo

Quando estava em situação complicada, Aparício Varela (Paulo Autran) sempre chamava por seu santo de devoção, São Sinfrônio. No último capítulo, o santo apareceu, interpretado pelo diretor da novela, Cécil Thiré.

O diretor Jorge Fernando, o ator Tony Ramos e a atriz Fernanda Montenegro fizeram participações especiais na novela. Fernanda interpretou ela mesma, estrela da peça Dona Doida (1987), de Adélia Prado.

Sassaricando Foi a primeira experiência de Miguel Falabella como diretor de novela.

Claudia Raia em Sassaricando, 1987 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

Para interpretar Tancinha e adotar um sotaque meio italianado, Claudia Raia fez aula de prosódia. A própria atriz inventava palavras para a personagem, que vivia falando errado. E uma vez pronunciada a palavra, como “parteleira” em vez de prateleira, ela precisava mantê-la. Não podia mais falar do jeito certo.

Tancinha foi um dos destaques da novela. Com sotaque paulistano exagerado, o bordão “me tô divididinha”, usado pela personagem quando ela expressava a dificuldade de escolher entre o publicitário Beto (Marcos Frota) e o musculoso Apolo (Alexandre Frota), fez grande sucesso entre o público. Silvio de Abreu já tinha escrito um papel para a atriz na novela Cambalacho (1986), mas Claudia Raia não pôde ser escalada por estar trabalhando em Roque Santeiro (1985). Tancinha foi inspirada em uma vizinha do autor, moradora da Vila Monumento, um bairro de São Paulo.

“Foi um dos personagens de maior sucesso que eu fiz. Fui malhadíssima no início. Recebemos todos os torpedos pelas características do personagem. E Silvio disse: ‘Não mude uma vírgula.’ A gente queria que fosse uma coisa muito bonitinha essa Tancinha. Além de ela ter esse sotaque, ela era superingênua. Uma mulherona, meio Sofia Loren, voluptuosa, mas uma fofa, frágil e inocente. Foi um personagem lindo que o Silvio escreveu para mim. Era um sucesso estrondoso. A Tancinha foi a grande explosão da minha carreira.”

Cláudia Raia | intérprete da Tancinha

Ao longo da trama, através dos diálogos de seus personagens, Silvio de Abreu faz referências a outras novelas da Globo. Na época da estreia de Vale Tudo, por exemplo, em maio de 1988, a personagem Lucrécia (Maria Alice Vergueiro) diz que não poderia perder o primeiro capítulo da nova novela. Uma homenagem de Silvio de Abreu ao autor Gilberto Braga.

Silvia Pfeifer, que, nessa época, ainda era modelo, fez uma participação em Sassaricando, desfilando para a tecelagem Abdala.

Sassaricando foi reapresentada entre julho de 1990 e janeiro de 1991, em Vale a Pena Ver de Novo.

A novela foi exibida em Portugal, em 1989.

Eva Wilma, Tônia Carrero e Irene Ravache em Sassaricando, 1987 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

Para criar a trama de Aparício com Rebeca (Tônia Carrero), Leonora (Irene Ravache) e Penélope (Eva Wilma), o autor Silvio de Abreu se inspirou no filme Como Agarrar um Milionário, de 1953, com Lauren Bacall, Marylin Monroe e Betty Grable, dirigido por Jean Negulesco.

Penélope, papel de Eva Wilma na novela, foi uma homenagem do autor Silvio de Abreu à atriz, que interpretou uma personagem de mesmo nome no seriado As Confissões de Penélope, exibido em 1969, pela TV Tupi, com roteiro de Sérgio Jockyman e direção de Antônio Abujamra.

Malvino Salvador, Mariana Ximenes e João Baldasserini em Haja Coração, 2016 — Foto: Globo

Escrita por Daniel Ortiz, a novela Haja Coração, exibida em 2016, reviveu a trama e os personagens de Sassaricando. A adaptação teve como tema central o triângulo amoroso formado pela feirante Tancinha (Mariana Ximenes), o caminhoneiro Apolo (Malvino Salvador) e o publicitário Beto Velázquez (João Baldasserini).

Com novos personagens e adaptada para os dias de hoje, Haja Coração mostrou o conflito entre a família de Tancinha, os Di Marino, e os Abdala. Mãe da feirante, Francesca (Marisa Orth), atribuía o sumiço do marido ao vice-presidente do complexo gastronômico e cultural Grand Bazzar, Aparício Varela (Alexandre Borges). Na nova versão, a patricinha Fedora foi interpretada por Tatá Werneck.

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