'Rainha da Sucata' (1990): abertura
'Rainha da Sucata' retrata o universo dos novos-ricos e da decadente elite paulista a partir da tensão entre a emergente Maria do Carmo (Regina Duarte) e a falida Laurinha Figueroa (Glória Menezes). Sua estreia coincidiu com o confisco da poupança pelo governo de Fernando Collor de Mello, o que obrigou o autor e o diretor a reescreverem capítulos e regravarem cenas para a trama contemporânea não perdesse a atualidade. A protagonista, criada para Regina Duarte, retratava uma nova realidade social em que a ascensão econômica não necessariamente vinha acompanhada de aprimoramento educacional, o que contrastava a situação de famílias tradicionais em decadência econômica.
Autoria: Silvio de Abreu | Escrita por: Silvio de Abreu, Alcides Nogueira e José Antonio de Souza | Direção: Jorge Fernando e Jodele Larcher | Direção-geral: Jorge Fernando | Direção executiva III: Roberto Talma | Supervisão: Daniel Filho | Período de exibição: 02/04/1990 – 26/10/1990 | Horário: 20h30 | Nº de capítulos: 177
TRAMAS
Ambientada em São Paulo, a trama de Rainha da Sucata retrata o universo dos novos-ricos e da decadente elite paulista contrapondo duas personagens femininas, a emergente Maria do Carmo (Regina Duarte) e a socialite falida Laurinha Figueroa (Glória Menezes). Maria do Carmo enriquece com os negócios do pai, o vendedor de ferro-velho Onofre (Lima Duarte), e se torna uma bem-sucedida empresária, mas mantém os hábitos de seu passado humilde. Ela mora com o pai e a mãe, Neiva (Nicette Bruno), no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo.
PERSONAGENS
LAURINHA ALBUQUERQUE FIGUEROA (Glória Menezes) - Madrasta de Eduardo (Tony Ramos), mãe de Rafael (Maurício Mattar) e Adriana (Claudia Raia), casada com Betinho (Paulo Gracindo). Socialite, elegantíssima e, como toda a família, falida. Principal membro da família Albuquerque Figueroa, porque é quem dá as cartas. Conhecidíssima e importante na sociedade brasileira, tem o charme de quem foi sempre rica e deslumbrante. Muito mais nova do que o marido, nutre uma paixão recolhida e proibida pelo enteado. Joga com todas as armas para conseguir o que quer. Não tem nenhum escrúpulo, mas tem muita elegância para fazer as suas maldades.
BASTIDORES
A abertura de Rainha da Sucata, desenvolvida por Hans Donner e Nilton Nunes, mostrava uma boneca de sucata, confeccionada pela equipe com baldes, molas, um ventilador, um ferro e uma tábua de passar roupas.
CURIOSIDADES
Com 'Rainha da Sucata', a TV Globo deixou de apresentar as cenas do próximo capítulo. A novela passou a terminar em um momento de clímax, e a programação a seguir entrava direto no ar. O objetivo era evitar que o telespectador mudasse de canal no intervalo entre as programações. Além disso, os capítulos ganharam em duração, passando de 45 minutos para cerca de 60 minutos.
TRILHA SONORA
'Me Chama Que Eu Vou', na voz de Sidney Magal, foi o tema de abertura de 'Rainha da Sucata'. A trilha sonora contou com sucessos de Roupa Nova, Gal Costa, Mariah Carey, entre outros.
'Rainha da Sucata' (1990): Entrevista exclusiva do diretor Silvio de Abreu ao Memória Globo, em 18/04/2002, sobre a novela Rainha da Sucata.
'Rainha da Sucata' (1990): cena em que Maria do Carmo (Regina Duarte) ainda era uma sucateira, antes de ascender socialmente.
'Rainha da Sucata' (1990): cena escrita por Silvio de Abreu para justificar Maria do Carmo (Regina Duarte) não ter tido seus bens confiscados (como todos na vida real à época da exibição da novela): ela havia aplicado tudo na construção da casa de shows.
'Rainha da Sucata' (1990): cena com dona Armênia (Aracy Balabanian) e seus filhos Gérson (Gerson Brenner), Gera (Marcello Novaes) e Gino (Jandir Ferrari).
'Rainha da Sucata' (1990): cena em que Laurinha (Glória Menezes) revela a Edu (Tony Ramos) a falência da família, fazendo, em meio ao seu discurso, alusão ao Plano Collor, lançado cerca de 15 dias antes. Com Betinho (Paulo Gracindo), que cita o bordão que caiu nas graças do povo: “Coisas de Laurinha”.
'Rainha da Sucata' (1990): cena em que Nicinha (Marisa Orth) descobre o romance de Caio (Antonio Fagundes) e Adriana (Claudia Raia).
'Rainha da Sucata' (1990): cena em que Caio (Antonio Fagundes) recebe uma cantada de uma aluna. Nicinha (Marisa Orth) chega e fica com ciúmes.
'Rainha da Sucata' (1990): cena em que Marília Pêra (como ela mesma) tenta cantar no palco, mas é interrompida por Adriana (Cláudia Raia) uma bailarina desastrada.
FONTES
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por: Andréa Beltrão (31/03/2006), Antonio Fagundes (06/03/2002), Aracy Balabanian (08/04/2002), Claudia Raia (17/04/2002), Fernanda Montenegro (06/11/2002), Flávio Migliaccio (10/05/2002), Fabio Sabag (28/01/2002), Glória Menezes (14/03/2005), Jorge Fernando (20/02/2002), Regina Duarte (14/03/2005 e 04/06/2010), Renata Sorrah (20/03/2002), Silvio de Abreu (18/04/2002), Tony Ramos (06/06/2001), Alcides Nogueira (17/12/2007), Roberto Talma (19/09/2005), Daniel Filho (19/07/2000), Gracindo Jr. (23/05/2001), Ilka Soares (09/05/2001), Laura Cardoso (14/08/2008), Nicette Bruno (25/07/2005), Raul Cortez (19/06/2002), Marília Carneiro (20/05/2005); Boletim de Programação da Rede Globo, número 899; Centro de Documentação da TV Globo (Cedoc); FERNANDES, Ismael. Memória da Telenovela Brasileira. São Paulo, Brasiliense, 1977, p.357-9; FERREIRA, Keli Rodrigues. “Os figurinos da TV fazem a moda das butiques” In: O Estado de S.Paulo, 07/10/1990; FERREIRA, Mauro. “Composições sob encomenda” In: O Globo, 05/04/1990; “Globo vai exibir primeiro suicídio explícito da TV” In: Folha de S.Paulo, 10/10/1990; MALAVOLTA, Luiz Antonio. “O trágico fim de uma megera” In: O Globo, 08/10/1990; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; MEMÓRIA GLOBO. Entre Tramas, Rendas e Fuxicos – O Figurino na Teledramaturgia da TV Globo, Editora Globo, 2007; MEMÓRIA GLOBO. Autores – Histórias da Teledramaturgia. São Paulo, Editora Globo, 2008; MEMÓRIA GLOBO. Guia Ilustrado TV Globo – Novelas e Minisséries. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2010; ROCHA, Eduardo Fonseca. “Ascensão e queda” In: IstoÉ, 04/04/1990; www.dirce.globo.com, acessado em 01/2006; www.teledramaturgia.com.br, acessado em 01/2006. |