Memoria Globo

PRODUÇÃO

A empresa norte-americana Digital Domain, de Los Angeles, responsável por efeitos de filmes como Titanic (1997)e O Segredo do Abismo(1989) – ambos de James Cameron –, foi parceira da TV Globo na produção de alguns efeitos especiais da novela. Para as cenas em que Guma (Marcos Palmeira), perdido, enfrenta uma tempestade em alto-mar, um tanque de 30m de largura e três metros de profundidade foi construído no Projac. O tanque, usado até hoje em outras produções, é cercado por um paredão forrado de verde, que serve para os efeitos de chromakey, e contém duchas de água no topo para simular as tempestades. Ele ainda é equipado com dois rolos compressores, que se movimentam de forma circular e produzem ondulações. Os barcos são presos, ao centro, por uma estrutura mecânico-hidráulica semelhante à usada em touros mecânicos, que movimenta as embarcações como se estivessem em alto-mar, enfrentando fortes ondas. A ação é complementada com o efeito splash: três caixas contendo mais de 100 litros de água, posicionadas em duas rampas de 25m de altura cada, são abertas para formar uma correnteza que, quando a água é despejada no tanque, assemelha-se a uma onda gigantesca. 

Cena em que Guma (Marcos Palmeira) se afoga.

Cena em que Guma (Marcos Palmeira) se afoga.

CENOGRAFIA E ARTE

Galeria de fotos Bastidores

6 fotos
Porto dos Milagres: galeria de fotos Bastidores - Cenografia e Arte

O primeiro capítulo da novela mostrou cenas com Antonio Fagundes e Cassia Kis em Sevilha, na Espanha, onde a equipe passou duas semanas. Atores espanhóis participaram das gravações. Também foram usadas como locações a Ilha de Comandatuba e a cidade de Canavieiras, na Bahia.

Duas cidades cenográficas foram construídas para a novela: a cidade alta, erguida na Central Globo de Produção (Projac), e a cidade baixa, criada na Ilha de Comandatuba, com o cais, o nicho de Iemanjá, uma capela, o mercado municipal e as casas de pescadores. Canavieiras também abrigou construções feitas especialmente para a trama, em uma ruela onde foram gravadas as cenas do bordel de Dona Coló (Glória Menezes).

Os destaques da cidade montada no Projac eram a praça principal, a igreja matriz e o palacete de Bartolomeu Guerreiro (Antonio Fagundes), situado no alto de uma ladeira e com um minarete de 16m de altura, visível de qualquer ponto da cidade. A arquitetura e a decoração do interior da mansão, ambientado no estúdio, apresentava elementos mouros e espanhóis.

Marcos Palmeiras em Porto dos Milagres, 2001. Marcela Haddad/Globo. — Foto: Globo

A estátua de Iemanjá que aparece na trama foi feita pela equipe de artesãos do Projac.

Uma das criações curiosas referentes à produção de arte da novela foi o livreto com o cordel de Rosa Palmeirão, O Abc de Rosa, escrito pela própria equipe.

AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS

A criação de uma cooperativa de pescadores, ideia de Guma (Marcos Palmeira) para enfrentar de forma organizada os atravessadores Félix (Antonio Fagundes) e Eriberto (José de Abreu), foi uma das temáticas sociais abordadas na novela.

Roberto Bontempo, Paulo Vespúcio, Leandro Ribeiro, Sérgio Menezes, Osvaldo Mil, Marcos Palmeira e Tonico Pereira em Porto dos Milagres, 2001. Cristiana Isidoro/Globo. — Foto: Globo

Roberto Bontempo, Paulo Vespúcio, Leandro Ribeiro, Sérgio Menezes, Osvaldo Mil, Marcos Palmeira e Tonico Pereira em Porto dos Milagres, 2001. Cristiana Isidoro/Globo.

CURIOSIDADES

Cena final da novela, em que Guma (Marcos Palmeira) é eleito prefeito de Porto dos Milagres.

Cena final da novela, em que Guma (Marcos Palmeira) é eleito prefeito de Porto dos Milagres.

Os últimos capítulos de Porto dos Milagres foram marcados pela campanha eleitoral, na qual o pescador Guma (Marcos Palmeira), que defendia as cores do Partido das Causas Trabalhistas, se candidata à prefeitura, e Félix Guerreiro (Antonio Fagundes), do Partido da Vanguarda Democrática, ao governo do Estado. Para divulgar a eleição, a direção da novela e a Divisão de Propaganda da Central Globo de Comunicação desenvolveram uma campanha, inserindo um fictício horário eleitoral gratuito no intervalo da novela e durante a programação. Para isso foram criados filmetes, partidos, jingles, logos, imagens de campanha e discursos.

Lima Duarte em Porto dos Milagres, 2001. Roberto Steinberger/Globo. — Foto: Globo

Lima Duarte em Porto dos Milagres, 2001. Roberto Steinberger/Globo.

Victorio Viana, o senador interpretado por Lima Duarte, voltou a fazer uma participação em Senhora do Destino (2004), outra novela de Aguinaldo Silva. O mesmo recurso já havia sido usado pelo autor em A Indomada (1997), quando o personagem Murilo Pontes, de Pedra Sobre Pedra (1992) – também vivido por Lima Duarte – fez uma visita à fictícia cidade de Greenville. Além disso, o deputado Pitágoras (Ary Fontoura), de A Indomada, voltou à cena em Porto dos Milagres. Ele faria apenas uma participação especial na trama, mas a receptividade do público foi tão grande que o personagem permaneceu na história.

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